Atualmente, a numeração nas camisas dos atletas ajuda a identificar a posição e a função deles nas partidas, mesmo com a flexibilização e uma maior variedade numérica, fenômeno ainda mais recente. Porém, nos anos 1950, os numerais nas camisas dos jogadores ainda era novidade, pois essa prática teve início no futebol nos anos 1930, com estreia em Copas do Mundo no ano de 1950, no Brasil. Assim, ainda não havia uma cultura estabelecida em relação a isso na época da Copa de 1958, o que contribuiu para a forma atípica da numeração brasileira.
O goleiro Gylmar, por exemplo, utilizou a camisa três, algo incomum para quem defende a meta. Zózimo, zagueiro reserva, foi o camisa nove. Didi, meia-armador que usava o número oito em seu clube, o Botafogo-RJ, ficou com a seis na Copa de 1958. Garrincha e Zagallo, companheiros de Didi no clube carioca, usaram as camisas 11 e sete, respectivamente, o inverso das que eles normalmente vestiam.
A camisa dez foi vestida por um jovem atacante de 17 anos, conhecido como Pelé, que futuramente mudou a forma como esse número seria visto culturalmente. Aparentemente ele foi o único atleta com a numeração correta neste certame.
O possível motivo
O motivo da aleatoriedade numérica nunca foi totalmente esclarecido, mas há relatos de que a numeração oficial não foi enviada em tempo hábil à Fifa, que, diante dessa lacuna, ficou responsável por distribuir as camisas dos atletas brasileiros.
Zagallo, em relato à CBF, deu um palpite para o possível critério utilizado nos números dos atletas em 1958. “Não sei direito, mas acho que mandaram a numeração que puseram nas nossas malas, com as quais viajamos. Só pode ser essa a explicação, porque, me lembro muito bem, a minha mala tinha o número sete”, especulou.
Com números certos ou errados, o Brasil foi campeão mundial pela primeira vez naquele ano, com a consagração da dupla Pelé e Garrincha. Mais de seis décadas depois, com números padronizados e escolhidos com maior cuidado, o Brasil acumula cinco títulos da Copa do Mundo.
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