Especial das Copas: Brasil conquista o tri na 9ª edição do Mundial

Pelé foi o destaque de uma seleção que entrou para a história, principalmente pelos grandes craques que vestiram a camisa amarelinha no México
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Publicado em 29/08/2022 às 15h18

Como aquecimento para a Copa de 2022, o Sambafoot publica uma retrospectiva com todas as edições da Copa do Mundo. Nesta semana, falamos sobre a nona edição, realizada em 1970.

Pela primeira vez em 40 anos, a Copa do Mundo desembarcou na América do Norte em 1970. O Mundial do México era a oportunidade da Seleção Brasileira voltar a vencer, depois da decepção na edição anterior.

Entre o dia 31 de maio e 21 de junho, o mundo assistiu, na televisão a cores, um dos maiores times que pisou em um gramado de futebol. Entre todos os craques, o grande gênio era Pelé. Relembre como foi o tricampeonato!

Como foi a Copa do Mundo de 1970

O país-sede foi decidido após a vitória da candidatura do México contra a Argentina. O fato de a Cidade do México receber as Olimpíadas de 1968 ajudou, por conta da estrutura para o evento.

Como era o primeiro Mundial a ser transmitido a cores, adaptações foram realizadas. A principal é que algumas partidas foram disputadas às 12h, embaixo de um calor intenso no México.

O formato de 16 times em quatro grupos foi mantido. Sem dúvida, o Brasil era um dos favoritos, mas União Soviética, Itália, Inglaterra e Alemanha também tinham boas chances de título.

Alguns jogos ficaram marcados na história. Um deles foi na semifinal, entre Itália e Alemanha Ocidental. Os italianos venciam por 1 a 0 até os acréscimos, quando Karl-Heinz Schnellinger empatou.

Na prorrogação, foram muitas viradas e cinco gols marcados até a vitória por 4 a 3 da Itália. Esse é conhecido como o “Jogo do Século”.

Além disso, Pelé eternizou dois momentos no futebol, e nenhum deles acabou com bola na rede. Primeiro, a “Defesa do Século” de Gordon Banks. Depois, “O Gol que o Pelé não Fez”, quando chutou do meio-campo contra a Tchecoslováquia.

A campanha do campeão

O Brasil caiu no Grupo 3, ao lado da atual campeã Inglaterra, Romênia e Tchecoslováquia. Logo na estreia, a vitória por 4 a 1 sobre os tchecoslovaca confirmou a força do time treinado por Zagallo.

A primeira fase terminou com três vitórias brasileiras (1 a 0 na Inglaterra e 3 a 2 na Romênia). Invicto, o Brasil passou por Peru (4 a 2) e Uruguai (3 a 1) para chegar à final, contra a Itália.

Então, em um dos jogos mais lembrados pelos torcedores, a goleada por 4 a 1 contra os europeus sacramentou o tricampeonato. O quarto gol, de Carlos Alberto Torres, é icônico.

Time brasileiro é considerado um dos melhores da história

A discussão sobre o maior time da história divide opiniões. Porém, é praticamente impossível não colocar a Seleção de 70 nessa lista.

Os cinco jogadores ofensivos, por exemplo, vestiam a camisa 10 nos seus clubes: Gérson, Jairzinho, Pelé, Rivellino e Tostão. Na linha defensiva, Carlos Alberto Torres e Piazza estão entre as lendas do futebol brasileiro.

O grande diferencial é que esse time conquistou o título, ao contrário de outras seleções (1982 e 2006, por exemplo). No fim, Pelé conseguiu seu terceiro troféu e colocou seu nome como o maior da história.

Prêmios e curiosidades

Pelé foi eleito o melhor jogador da nona edição do Mundial. O “Canhotinha de Ouro” Gerson ficou com a Bola de Prata e Gerd Müller com a Bola de Bronze.

O alemão foi o artilheiro da competição, com 10 gols marcados. Ele é o terceiro melhor marcador da história das Copas, com 14 no total (fez outros quatro na edição de 1974).

Teófilo Cubillas, do Peru, foi o melhor jogador jovem. O ex-meia marcou gol contra o Brasil, nas quartas de final. Ladislao Mazurkiewicz, do Uruguai, foi eleito o melhor goleiro.

Equipe ideal

O time ideal da Copa de 70 teve seis brasileiros: Ladislao Mazurkiewicz (Uruguai), Giacinto Facchetti (Itália), Piazza (Brasil), Franz Beckenbauer (Alemanha), Carlos Alberto Torres (Brasil), Gérson (Brasil), Roberto Rivellino (Brasil), Bobby Charlton (Brasil), Pelé (Brasil), Gerd Müller (Alemanha) e Jairzinho (Brasil).

Curiosidades

  • A Copa de 1970 foi a primeira a ter cartões. Evgeny Lovchev, da União Soviética, foi o primeiro a receber um cartão amarelo.
  • Além dos cartões, esse também foi o primeiro Mundial a permitir substituições durante os jogos. O técnico podia colocar dois jogadores do banco de reservas. Antes, quem começava deveria terminar (mesmo em caso de lesão).
  • Jairzinho marcou gol em todas as partidas do Mundial. Terminou como vice-artilheiro, com sete gols.
  • Zagallo foi o primeiro a conquistar a Copa do Mundo como técnico e jogador.
  • Carlos Alberto Parreira e Cláudio Coutinho, que participaram da delegação como preparadores físicos, foram técnicos da Seleção Brasileira em Mundiais futuros.