Depois de 12 anos de espera, a Copa do Mundo finalmente retornou à América do Sul, em 1962. A sétima edição do torneio de futebol mais importante do planeta foi sediada no Chile e ocorreu entre 30 de maio e 17 de junho.
Dezesseis seleções participaram da competição. A Argentina pleiteou receber o Mundial, mas teve apenas dez votos contra 32 dos chilenos no Congresso da FIFA, organizadora do torneio, realizado em Lisboa em junho de 1956.
Como foi a Copa do Mundo de 1962
O Brasil era o grande favorito ao título, já que era o atual campeão do torneio e enviou uma equipe bem parecida com a da competição anterior.
Vários jogadores jogaram por seleções diferentes de onde nasceram. Isso foi um dos acontecimentos marcantes dessa edição. Di Stéfano (argentino), Puskas (húngaro) e Santamaría (uruguaio) defenderam a Espanha e Mazola (brasileiro) defendeu a Itália.
Isso forçou a FIFA a criar uma regra: a partir da Copa de 1966, um jogador só poderia jogar por uma seleção se não tivesse defendido outra anteriormente, em jogos oficiais.
Como percebido, a Espanha montou um bom time para essa edição do Mundial, mas, mesmo assim, não foi tão longe. Ela deu o azar de cair no grupo 3, o do futuro campeão Brasil, e sequer passar para a fase de quartas de final.
A campanha do campeão
O Brasil perdeu o seu grande craque logo no segundo jogo do torneio, contra a Tchecoslováquia: Pelé se lesionou e não entrou mais em campo no campeonato. Mas, a partir desse momento, Garrincha comandou a equipe rumo ao bi. Veja a nossa campanha.
A grande decisão
O Brasil sabia que não teria vida fácil na final da Copa, já que havia empatado com a Tchecoslováquia na fase de grupos por 0 a 0. Mas, na decisão, tudo foi diferente.
Garrincha, que foi chamado de “ser de outro de planeta” devido às suas boas apresentações, foi para a final mesmo com 38 graus de febre e após ter sido expulso no jogo anterior – o juiz não relatou a expulsão na súmula e ele foi liberado para a partida apenas com uma advertência.
Os tchecos abriram o marcador aos 15 minutos de jogo. Mas, foi só um susto: o Brasil venceu por 3 a 1 com gols de Amarildo (17 minutos), Zito (69 minutos) e Vavá (78 minutos).
A taça veio para o Brasil pela segunda vez consecutiva.
Prêmios e curiosidades
Garrincha foi eleito o melhor jogador da Copa e seis jogadores terminaram empatados na artilharia, com quatro gols – entre eles o próprio “Mané” e Zagallo. Albert, da Hungria, foi eleito o jogador-revelação.
Equipe ideal
O “Time das Estrelas” da sétima edição do Mundial foi formado por: Schrojf (Tchecoslováquia), Schnellinger (Alemanha), Maldini (Itália), Voronin (União Soviética), Djalma Santos, Zagallo e Zito (Brasil), Masoput (Tchecoslováquia), Sánchez (Chile), Vavá e Garrincha (Brasil).
Curiosidades
- Foram marcados 89 gols em 32 partidas (média de 2,78 por jogo);
- O Chile foi o 3º colocado após vencer a Iugoslávia por 1 a 0 na disputa pela posição;
- A Copa recebeu 776 mil torcedores se somarmos todos os jogos (média de 24 mil 250 torcedores por jogo);
- O maior público da competição foi na semifinal, entre Brasil e Chile (76 mil torcedores), no estádio Nacional, em Santiago;
- Vavá, então atacante da seleção brasileira, foi o primeiro jogador da história (e único) a marcar gols em duas finais consecutivas de Copa (1958 e 1962).