Brasileiro artilheiro de Copa do Mundo marcou gol descalço na Copa

Um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro, o inventor do gol de bicicleta, o Diamante Negro, se chama Leônidas da Silva. Mas você sabia que o artilheiro marcou um gol descalço na Copa do Mundo de 1938?
Publicado em 27/10/2022 às 17h11

Um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro, o inventor do gol de bicicleta, o Diamante Negro, se chama Leônidas da Silva. Mas você sabia que o artilheiro marcou um gol descalço na Copa do Mundo de 1938?

Voltando no tempo, Leônidas já tinha deixado sua marca na história das Copas do Mundo na primeira vez em que participou do Mundial, em 1934. Na ocasião, o Brasil foi eliminado na primeira fase (oitavas de final) e marcou apenas um gol na Copa do Mundo de 1934. O autor? Leônidas da Silva.

Como se não bastasse, o carioca seguiu empunhando marcas com a camisa da Seleção Brasileira que nunca serão quebradas. Veja, por exemplo, com o único gol marcado em 1934 sendo dele, se tornou, em 1938, o primeiro brasileiro a marcar gols em duas Copas do Mundo diferentes.

Além disso, também se tornou o primeiro brasileiro a ser artilheiro de uma Copa do Mundo, fato que aconteceu também m 1938, quando anotou 7 gols. Mas e a história do gol descalço? Vamos a ela!

Leônidas da Silva marcou um gol descalço na Copa do Mundo de 1938

O fato aconteceu em um jogo bem atípico, do qual exigiu muita força do atacante brasileiro. Por certo, em 5 de julho de 1938, no duelo Brasil 6 x 5 Polônia Leônidas da Silva anotou um hat-trick, enquanto o polonês Ernest Othon Wilimowski fazia um poker no mesmo confronto.

Entretanto, um dos gols do carioca, hoje em dia, principalmente em tempos de VAR, teria sido anulado pela arbitragem. Isso porque o jogador, no momento do tento anotado, não estava com o uniforme completo em campo, uma das regras do futebol. Inclusive, muitos anos depois, em 1974, em entrevista à TV Cultura, a lenda brasileiro contou o ocorrido.

A saber, de pés número 36, o atacante não tinha o tamanho padrão europeu da época. Portanto, foi difícil encontrar uma chuteira do seu tamanho. Até pediram aos gandulas que emprestassem suas botinas para o Diamante Negro terminar o jogo, mas todos tinham o tamanho superior, 39, 40.

“Início de 2º tempo, em um campo pesado, com a chuva que caiu… barro… acabou que a chuteira ficou uma ‘boca de jacaré’, descolou a sola da parte superior. Eu não podia ficar com aquilo. Então, tirei e joguei fora a chuteira e comuniquei o técnico para arrumar uma chuteira. Mas eu tenho um pézinho delicado, 36, então não foi fácil encontrar na Europa um tamanho desse, nem mesmo na minha equipe”, contou com bom humor.

“Ia ser cobrada uma falta contra a Polônia e eu fiquei desuniformizado. Chovia, o juiz não se apercebeu. Nós não tínhamos meias brancas. Na época jogávamos de meias pretas. Então, com a lama, o juiz talvez não tenha observado. A chuteira não era clarinhas, eram de cor escura…. Eu fiquei na jogada, a bola bateu na barreira, voltou para mim, eu complementei o lance e fiz o gol”.

O gol foi fundamental para a Seleção avançar da fase inicial, algo que nunca tinha acontecido, já que em 1930 o Brasil ficou em 2º lugar, atrás da Iugoslávia, que avançou no grupo 2, e, como dito anteriormente, em 1934, sem fase de grupos, direto no mata-mata, os brasileiros caíram para a Espanha por 3 x 1, com gol solitário de Leônidas. 

Assim, garantiram a melhor colocação brasileira em Copas do Mundo até então, com o 3º lugar. Ademais, além de artilheiro do torneio, foi eleito o melhor jogador e, obviamente, entrou na Seleção da Copa.