“Um inocente está detido”, diz advogado de flamenguista acusado de matar palmeirense Gabriela Anelli

MP-SP entrou com pedido de liberdade de Leonardo Felipe Xavier Santiago, afirmando que provas não indicam participação do torcedor
2023-07-12 18:03:25

 

A defesa de Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo acusado de atirar a garrafa que culminou na morte da palmeirense Gabriela Anelli no último sábado (8), afirmou que o cliente é inocente e deverá reforçar o pedido de liberdade do homem de 26 anos à Justiça. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) fez o pedido para que Leonardo seja solto nesta quarta-feira (12).

 

O que se sabe:

  • Leonardo foi preso em flagrante no último sábado (8), acusado de atirar uma garrafa de vidro que atingiu Gabriela, durante confusão entre torcedores do Palmeiras e Flamengo antes do jogo pelo Brasileirão.
  • Gabriela não resistiu aos ferimentos e morreu na última segunda (10), após sofrer duas paradas cardíacas.
  • No mesmo dia, a Justiça converteu a prisão do flamenguista para preventiva, e indiciou Leonardo por homicídio doloso consumado.
  • Nesta quarta (12), o MP-SP entrou com o pedido de liberdade do torcedor, afirmando que as provas não indicam que ele é o responsável por ter jogado a garrafa.
  • A defesa do flamenguista disse, ainda, que o cliente nega ter sido o autor do arremesso, e que as imagens utilizadas para identificar quem jogou o item não apontam que Leonardo tenha participado.
  • Mais cedo nesta semana, o delegado César Saad, responsável pelo inquérito, afirmou que Leonardo havia confessado, informalmente, ter atirado uma garrafa. Essa suposta confissão entra em contradição com o depoimento que o torcedor prestou na delegacia, onde afirmou ter jogado apenas pedras de gelo.
  • “A partir do momento em que se identifique o agressor, essa pessoa deve ser processada, julgada e punida. Porém, temos convicção de que um inocente está detido indevidamente", disse o advogado Thiago Huber, que representa Leonardo.

 

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“Nenhuma das imagens mostram sequer o Leonardo com uma garrafa na mão. Quanto mais ele arremessando uma garrafa. Desde o início ele nega veementemente o arremesso. Ele disse que estava com pedras de gelo na mão e que elas sequer passaram a barreira que separava os torcedores", afirmou o advogado.

O MP-SP entrou com o pedido de liberdade após as declarações de Saad e a análise das provas que foram apresentadas. O órgão também solicitou que a investigação seja transferida para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Apesar do pedido do MP-SP, os advogados que representam Leonardo defendem a permanência do inquérito com Saad, que é titular da delegacia especializada em crimes relacionados ao esporte.

“Existe uma delegacia especializada, o Saad é íntegro, tem experiência. Ir para o DHPP é um grande equívoco. O delegado [César Saad] conhece a relação de violência no futebol. Vamos concordar com o pedido de liberdade, mas pedir que o inquérito fique aqui", disse o advogado Renah Bohus, que também faz parte da defesa do flamenguista.

Um outro pedido de habeas corpus, apresentado pela Defensoria Pública em favor do torcedor, foi negado. Contudo, os advogados que representam Leonardo deverão fazer uma nova representação, e esperam que um alvará de soltura seja emitido ainda nesta quarta-feira (12).