Não faltaram protestos para a Copa do Mundo 2022 e ainda faltam três semanas para o seu término. Em resumo, jogadores e nações usaram – e usam – o cenário mundial para se manifestar contra seus próprios países e contra a nação anfitriã, o Qatar, que foi criticado por abusos dos direitos humanos.
A FIFA disse, antes do torneio, que todo time deveria “focar no futebol” em vez de assuntos mundiais. Veja o comentário do presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, em carta à BBC.
“Sabemos que o futebol não vive no vácuo e estamos igualmente cientes de que existem muitos desafios e dificuldades de natureza política em todo o mundo. Mas, por favor, não permita que o futebol seja arrastado para todas as batalhas ideológicas ou políticas que existem”.
Mas esse não é o caso. Protestos com consequências potencialmente perigosas aconteceram ao longo do torneio, com implicações no mundo real para países dentro e fora do torneio. Abaixo você verá um resumo do que vimos até agora.
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Todos os protestos da Copa do Mundo 2022 até agora
Inglaterra protesta contra o racismo
Diante do Irã, na partida de estreia da Inglaterra na Copa do Mundo 2022, os jogadores ingleses se ajoelharam antes do início da partida em apoio à luta contra o racismo.
Braçadeira OneLove em apoio à comunidade LGBTQIA+
Sete times europeus da Copa do Mundo planejaram usar braçadeiras de arco-íris OneLove como um sinal de inclusão e anti-discriminação. Entretanto, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Suíça e País de Gales abandonaram a ideia depois que a Fifa ameaçou impor sanções esportivas aos que participassem do protesto.
Decerto, afirmou que os capitães levariam cartão amarelo. A decisão de usar braçadeiras foi tomada em apoio às comunidades LGBTQIA+.
“É muito assustador para as comunidades LGBTQIA+ em todo o mundo ver nossas vidas serem tão controversas”, disse Liz Ward, diretora de programas da instituição de caridade LGBTQAI+ Stonewall, à CNN Sport.
Alemanha protesta contra decisão da Fifa
A Seleção Alemã decidiu protestar contra a regra da braçadeira de arco-íris da Fifa antes de sua partida da Copa do Mundo contra o Japão na última quarta-feira (23), com todos os jogadores da equipe cobrindo a boca durante uma foto.
“Não se tratava de fazer uma declaração política – os direitos humanos não são negociáveis”, disse a equipe alemã em um post no Twitter. “Isso deveria ser dado como certo, mas ainda não é o caso. É por isso que esta mensagem é tão importante para nós. Negar-nos a braçadeira é o mesmo que nos negar a voz”.
Irã fica em silêncio durante o hino nacional
Os jogadores do Irã ficaram em silêncio durante o hino nacional antes da partida contra a Inglaterra na segunda-feira (19). O motivo: a morte de Mahsa Amini, iraniana de 22 anos, que morreu sob custódia da Polícia da Moralidade após ser presa por um “hijab impróprio”.
“Eles devem saber que simpatizamos com eles (torcedores)”, disse o captão iraniano Hajsafi antes da partida contra a Inglaterra, que acrescentou: “Espero que a situação mude como as pessoas desejam e que todos sejam felizes”.
A equipe também vestiu jaquetas pretas sobre seus uniformes antes da partida, em outro sinal de dissidência contra sua nação natal e a forma como tratam as mulheres e as minorias. Em contrapartida, as autoridades iranianas prenderam celebridades que apoiaram os protestos.
País de Gales usa bandeira do arco-íris nos treinos
O País de Gales exibiu bandeiras do arco-íris em seu campo de treinamento no Qatar, um sinal de solidariedade com a comunidade LGBTQIA+, de acordo com a BBC News. A homossexualidade é ilegal no país-anfitrião da Copa do Mundo 2022.
Funcionários e torcedores galeses também tiveram seus chapéus de arco-íris confiscados na Copa do Mundo, o que levou a FIFA e o Qatar a ter conversas urgentes sobre o que é permitido e o que não é, de acordo com o The Guardian.
Torcedor entrou em campo com bandeira LGBTQIA+
Na última partida da 2ª rodada da fase de grupos da Copa do Mundo 2022, no duelo entre Portugal x Uruguai, no meio do 2º tempo, um torcedor invadiu o gramado com a bandeira do arco-íris em representação aos direitos LGBTQIA+, em direto protesto contra o Qatar e a Fifa.
Camisa de torcedor que invadiu o campo apoiava às mulheres iranianas
Além disso, sua camisa estampava nas costas a frase: “Respect for Iranian Woman” (Respeito pela mulher iraniana). Vale ressaltar que mulheres não podem frequentar estádios no Irã. Nesse ínterim, também há uma série de outras manifestações, de forma geral, em como o país trata mulheres e minorias.
O mesmo torcedor estampava na frente da camisa apoio à Ucrânia
Este mesmo torcedor que invadiu o campo com a bandeira LGBTQIA+ e estampava nas costas à frase de apoio às mulheres iranianas, tinha na frente o símbolo do Superman e abaixo a frase “Save Ukraine” (Salvem a Ucrânia), em protesto contra a Guerra da Ucrânia.