Tite em números: O desempenho do técnico à frente da seleção brasileira há 5 anos

Adenor Leonardo Bachi, o Tite, é gaúcho natural de Caxias do Sul. Tem 60 anos e comanda a seleção brasileira desde junho de 2016.
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Publicado em 22/11/2021 às 14h54

Adenor Leonardo Bachi, o Tite, é gaúcho natural de Caxias do Sul. Tem 60 anos e comanda a seleção brasileira desde junho de 2016. Teve passagens vitoriosas por importantes clubes brasileiros, como Corinthians, Grêmio e Internacional. O técnico, que caminha para a disputa da sua segunda Copa do Mundo, em 2022, já conquistou números expressivos sob o comando da equipe nacional. Mesmo assim, não consegue convencer os críticos de plantão.

Um dos maiores ídolos da história do futebol brasileiro, Romário disse, em entrevista recente, que acha que o Brasil será “atropelado” na próxima Copa:

“Nós estamos próximos de uma Copa, eu não sei se dá exatamente tempo de uma mudança de treinador, mas não sou mais a favor do Tite pra treinador da seleção brasileira. Principalmente pelos resultados negativos que a seleção vem adquirindo quando pega seleções iguais, pouco melhores ou muito melhores. A seleção tem apresentado um futebol muito ruim. Tecnicamente falando, péssimo. E taticamente, então, nem se fala”

criticou o ex-craque.

O técnico também já foi tachado de “paneleiro” nas redes sociais por torcedores, por convocar sempre os mesmos jogadores e não dar chance a outros que vem se destacando em seus clubes. Muitos jornalistas dizem que ele é “refém de Neymar”, pela seleção não ter um bom desempenho quando o craque não está em campo.

Mas a pergunta é: o Brasil de Tite tem bons números? Treinadores costumam dizer que futebol é resultado – e que, mais do que jogar bem, o importante é vencer. No caso de Tite, pode-se dizer que o técnico vem conquistando resultados relevantes para o futebol do país? Fizemos uma pesquisa e mostramos abaixo os frutos da “Era Tite”, até agora, no comando da seleção.

O início e a Copa de 2018

Dunga foi demitido da seleção em junho de 2016, após eliminação da Copa América e de uma campanha ruim nas eliminatórias para a Copa de 2018. O treinador deixou a equipe brasileira na 6ª colocação do torneio – posição que não classificaria o país para o mundial.

Tite estava no Corinthians e se desligou para assumir o trabalho mais importante da sua carreira no dia 20 de junho de 2016. Sua missão era recuperar uma boa posição na tabela das eliminatórias e classificar o Brasil para a Copa. O treinador venceu as nove (9) primeiras partidas oficiais no comando da seleção e levou o time do 6º para o 1º lugar das eliminatórias, carimbando a vaga verde e amarela na Copa da Rússia de 2018.

Mesmo após finalizar as eliminatórias de forma invicta – com a melhor campanha da história ao fazer 41 pontos – e não ter perdido nenhum dos amistosos de preparação para a Copa, o Brasil não teve sucesso na competição máxima do futebol. O time foi eliminado de forma precoce nas quartas-de-final ao perder por 2 a 1 para a Bélgica. A seleção apresentara, até então, um bom futebol e ainda não tinha sido derrotada na competição.

A preparação para a Copa de 2022

Mesmo sem conquistar a última Copa, Tite foi mantido no cargo, visando a edição de 2022. Mas antes de iniciar outra campanha de eliminatórias, havia um grande desafio à frente: a Copa América de 2019, que seria disputada em território nacional.

O Brasil foi o grande campeão do torneio, conquistando o título pela 9ª vez ao derrotar o Peru por 3 a 1 na final. A seleção não perdeu nenhuma partida na competição e teve atuação de gala contra a maior rival, a Argentina, ao vencer os ”hermanos” por 2 a 0 na semifinal.

Tite, então, teve o apoio reforçado para comandar o Brasil nos anos seguintes. Em 2020, deu-se início às eliminatórias para a Copa de 2022, e a seleção venceu as seis (6) primeiras partidas, logo se isolando na liderança e ficando cada vez mais perto de garantir vaga no mundial.

O problema é que, em 2021, houve mais uma Copa América e, desta vez, o resultado não foi o esperado: o torneio foi novamente disputado no Brasil e a seleção perdeu o título em casa para a Argentina na grande final. A derrota para o maior rival não foi perdoada pela imprensa e por torcedores, que teceram críticas pesadas ao treinador, principalmente pelo estilo de jogo chamado de “retranqueiro”.

Após a perda desse torneio, o Brasil disputou mais cinco (5) partidas nas eliminatórias e não perdeu nenhuma – sendo que, dessas, venceu quatro (4). Mesmo assim, o treinador vem convivendo com críticas e terá que aprimorar sua campanha daqui até a Copa para que volte a ganhar o suporte de antes.

Tite em números

Tite já comandou o Brasil em 66 partidas. Foram 49 vitórias, 12 empates e apenas cinco (5) derrotas. O aproveitamento é de 80,3%. Ele foi campeão da Copa América de 2019, foi o primeiro colocado das eliminatórias de 2018 e é o atual líder das eliminatórias de 2022. Ele também venceu o torneio amistoso Superclássico das Américas de 2018.

Treinar a seleção brasileira é o sonho de consumo de praticamente todos os profissionais da área – mas atingi-lo e, principalmente, se manter no topo, não é fácil. Os números de Tite mostram que ele não faz um mal trabalho, muito pelo contrário. Mas as derrotas no futebol quase sempre falam mais alto do que as vitórias. A perda dos títulos da Copa do Mundo de 2018 e da Copa América de 2021 ainda assombram o treinador.

Sempre que o Brasil não demonstrar uma boa performance em campo, as críticas virão. Tite, porém, recebeu vários elogios ao vencer o rival Uruguai por 4 a 1 na última partida da seleção brasileira, no dia 14 de outubro, nas eliminatórias – e praticamente classificou o país para a próxima Copa.

Ao brasileiro, resta torcer para que os números continuem positivos e que Tite faça um trabalho cada vez melhor para, assim, ver o país conquistar o tão sonhado hexa em 2022.

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