Quinta versão – os bastidores da nova estratégia de Daniel Alves no caso de estupro

Jogador altera versão em processo por estupro alegando embriaguez; defesa busca redução de pena em caso de condenação
2024-01-18 11:02:48

O jogador Daniel Alves surpreendeu ao modificar pela quinta vez sua versão no processo em que é acusado de estupro.

Segundo informações do jornal  espanhol El Periódico, a defesa do atleta agora alegará que ele estava embriagado na noite em que teria abusado sexualmente de uma jovem em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022.

O julgamento do jogador brasileiro está programado para ocorrer em aproximadamente duas semanas.

O que você precisa saber:

  • Daniel Alves alterou mais uma vez sua versão no caso de estupro, alegando embriaguez na noite do incidente;
  • A defesa buscará a absolvição, considerando o jogador inocente, mas está “desesperada” por uma redução de pena em caso de condenação;
  • A lei espanhola classifica a intoxicação plena por álcool como atenuante, desde que o acusado não compreenda a ilegalidade do ato cometido.

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O que diz a lei espanhola

A legislação espanhola referente ao “Só sim é sim”, aplicada em processos de crimes sexuais, considera a submissão química da vítima por meio de drogas ou fármacos como circunstância agravante.

No entanto, o consumo de álcool pelo agressor é tido como fator atenuante. Ao contrário das infrações de trânsito, onde a ingestão de álcool aumenta a pena, nos crimes sexuais, a situação é diferente.

Dessa forma, a lei espanhola classifica a intoxicação plena por álcool como atenuante, desde que o acusado não compreenda a ilegalidade do ato cometido.

Vale ressaltar que, para atenuar a pena, é necessário demonstrar a incapacidade do acusado de distinguir o certo do errado devido à embriaguez.

Quais são os argumentos da defesa e quais evidências serão apresentadas?

Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a estratégia da defesa concentra-se em afirmar que o consumo de álcool afetou as funções cognitivas de Daniel Alves naquela noite.

O jogador brasileiro alegará que estava alcoolizado e sem conhecimento de suas ações. Para isso, os advogados apresentarão recibos de pagamento pelas bebidas alcoólicas como prova.

Dessa forma, Daniel Alves pretende manter a versão de que a relação foi consensual, mas agora com a justificativa de embriaguez.

A defesa, inclusive, convocou a ex-mulher do jogador, a modelo Joana Sanz, para relatar os “problemas frequentes” de do jogador brasileiro com álcool e confirmar se ele chegou bêbado em casa naquela noite.

No entanto, na manhã do dia 31 de dezembro, segundo o jornal El Periódico, a modelo não estava na casa do casal em Sant Just Desvern, mas sim, nas Ilhas Canárias, onde se despediu da mãe, que morreu poucos dias antes.

Desdobramentos e expectativas para o julgamento

Após um ano de investigações, a mudança na versão de Daniel Alves ocorre a menos de duas semanas do início do julgamento em Barcelona, agendado para 5 de fevereiro.

O Tribunal já acatou o pedido da defesa para que Joana Sanz compareça como testemunha.

Esta é a primeira vez que Daniel Alves menciona o consumo excessivo de álcool como justificativa para sua falta de consciência sobre os acontecimentos.

A expectativa da defesa é que o depoimento de Joana Sanz influencie no desfecho do julgamento.

Relembre o caso

Daniel Alves é acusado de trancar, agredir e estuprar uma jovem espanhola no banheiro da casa noturna Sutton, em Barcelona. O episódio teria acontecido em 30 de dezembro de 2022.

Após o ocorrido, a mulher procurou as amigas e os seguranças do local para fazer a denúncia. A equipe acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da suposta vítima no local. O jogador foi embora antes mesmo da chegada das autoridades.

A câmera da farda de um dos policiais gravou, por acidente, a primeira versão da denunciante sobre o ocorrido, corroborando o que foi dito em depoimento oficial pela mulher. A jovem passou por um exame médico em um hospital, onde foi encontrado vestígios de sêmen no vestido da mulher e internamente em material coletado.

Daniel Alves teve a prisão preventiva decretada em 20 de janeiro, e foi detido ao prestar depoimento sobre a denúncia de agressão sexual contra uma mulher. O jogador de 40 anos está recluso desde então, sem direito à fiança. Após o ocorrido, o Pumas, do México, rescindiu o contrato com o lateral por “justa causa”.

O jogador chegou a dar várias versões do ocorrido à Justiça. Confira aqui quais foram.