A investigação de Bruno Henrique, do Flamengo, pela Polícia Federal por supostamente forçar cartão amarelo no jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro chama Operação Spot-fixing.
O cartão teria beneficiado familiares do atleta, que criaram contas para apostar que Bruno Henrique seria punido pelo árbitro.
Investigação na Polícia Federal
- Bruno Henrique é investigado por supostamente tomar cartão amarelo para beneficiar apostadores;
- Familiares do jogador teriam apostado que ele tomaria o cartão amarelo;
- Mensagens do atacante com o irmão, que estão no relatório de investigação, foram divulgadas
Quais punições Bruno Henrique, do Flamengo, poderá receber?
Bruno Henrique poderá ser punido em três vertentes, segundo Felipe Crisafulli, sócio do Ambiel Advogados e membro da Comissão de Direito de Jogos, Apostas e do Jogo Responsável da OAB-SP.
O atleta foi denunciado com base no art. 200 da Lei do Esporte, onde a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
“É justamente em virtude desse dever de fiscalização e monitoramento que o art. 20 da Lei das Bets prevê serem nulas de pleno direito as apostas realizadas com a finalidade de obter ou assegurar vantagens ou ganhos com a manipulação de resultados e a corrupção nos eventos reais de temática esportiva e ainda traz a possibilidade de se suspenderem os pagamentos dos prêmios relacionados com apostas investigadas e sobre as quais recaia fundada dúvida quanto à manipulação de resultados ou corrupção nos eventos de temática esportiva.”
“Se a conduta de Bruno Henrique for considerada como sendo a do art. 258 (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código), como foi, por exemplo, o caso de Eduardo Bauermann, ex-zagueiro do Santos. Nesse caso, a pena estaria limitada a suspensão por até 6 partidas. Nesta hipótese, ainda fica facultado ao tribunal substituir a pena por mera advertência, desde que se trate de infração de pequena gravidade.”
Quanto familiares de Bruno Henrique receberam
Pelo indiciamento, o grupo de aproximadamente 10 pessoas, supostamente envolvidas na fraude, contava com familiares do atacanterubr0-negro.
Conforme o Metrópoles, parentes de Bruno Henrique recebera cerca de R$ 1 mil com as apostas. A Polícia Federal afirma que três integrantes do grupo tem vínculo direto com o jogador (irmão, cunhada e prima).
Somado, o valor das apostas chegam a R$ 4.967,01 reais. As demais pessoas envolvidas foram um segundo grupo, compostos por seis apostadores.
Os valores envolvidos no suposto caso que beneficiava apostadores, revelado pelo site Metrópoles, são:
- Wander Nunes Pinto Junior (Irmão) – Apostou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67 (jogo contra o Santos)
- Ludymilla Araújo Lima (Cunhada) – Fez apostas em duas plataformas. Na primeira apostou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67. Na segunda casa de apostas colocou e R$ 500 e teve um retorno de R$ 1.425 (jogo contra o Santos).
- Poliana Ester Nunes Cardoso (Prima) – Apostou R$ 380,86 e teve retorno de R$ 1.180,67 (jogo contra o Santos).
Detalhes do caso
Portanto, BH é suspeito de manipular lance em jogo contra o Santos, em 2023. Na partida, Bruno levou um cartão nos acréscimos do segundo tempo do jogo, que terminou 2 x 1 para o Peixe.
Além dele, também foram indiciados pela Polícia Federal, alguns familiares do atleta. Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do jogador, estão na investigação, já que fizeram a aposta do cartão.
O atacante do Flamengo foi acusado de estelionato, além de ser enquadrado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte: “fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”.
A pena é de dois a seis anos de reclusão, e estelionato, que prevê pena de um a cinco anos de prisão, além do possível banimento do esporte.
Apostas em um cartão amarelo
Bruno já havia aparecido nas investigações sobre esquema de apostas, em novembro de 2024, logo após o título da Copa do Brasil. A polícia foi a casa de BH, apreendeu celular e alguns documentos.
No momento, o atleta divulgou um comunicado se defendendo e contou com o Flamengo para sua defesa, que não afastou o atacante. O caso parecia ter sido esquecido, mas PF continuou as investigações sem alarde.
Três casas de apostas apontaram um aumento nas apostas em cartão para o jogador. Foram 98% em uma casa específica. Em outra, 95%.