Quais foram todas as versões contadas por Daniel Alves até agora?

Lateral está preso na Catalunha desde 20 de janeiro de 2023, acusado de violência sexual contra uma jovem em uma boate na Espanha
Publicado em 17/01/2024 às 18h21

Preso na Espanha desde 20 de janeiro de 2023, acusado de violência sexual contra uma jovem de 23 anos em Barcelona, Daniel Alves já prestou alguns depoimentos para a Justiça espanhola, na tentativa de conseguir sua liberdade.

O jogador teve quatro pedidos de liberdade negados e segue recluso. Após quase um ano, o ex-Pumas e seleção brasileira deve ir à julgamento entre os dias 5 e 7 de fevereiro.

Você precisa saber:

  • Daniel Alves irá dar a quinta versão do ocorrido no julgamento.
  • O jogador está preso há quase um ano, na Espanha.
  • Em caso de condenação, Alves terá que pagar € 150 mil (cerca de R$ 783 mil) à vítima em caso de condenação, por danos morais e psicológicos.

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Confira abaixo todas as versões dadas por Daniel Alves:

Primeira versão: não houve encontro com a vítima

Inicialmente, os veículos divulgaram que o atleta teria tocado uma mulher sem permissão na boate. Depois, o caso foi sendo mais detalhado.

Quando as acusações começaram a ser noticiadas, Daniel Alves negou ter tido relação sexual com a jovem. O atleta afirmou, ainda, não ter encontrado ou se quer conhecido a mulher. A declaração teria sido feita em um vídeo publicado nas redes sociais.

Daniel Alves teria ido, ainda, à imprensa espanhola para negar as acusações no programa ‘Y ahora Sonsoles".

"Sim, eu estava naquele lugar, com mais gente, curtindo. E quem me conhece sabe que eu amo dançar. Eu estava dançando e curtindo sem invadir o espaço dos outros. Eu não sei quem é essa senhora. Nunca invadi um espaço. Como vou fazer isso com uma mulher ou uma menina? Não, por Deus", declarou.

Segunda versão: Alves já estava no banheiro

Em 20 de janeiro, já frente à Justiça, no depoimento para a juíza que cuida do caso, Alves teria dito que já estava no banheiro da boate Sutton no momento em que a suposta vítima entrou. Segundo o lateral, não houve contato algum com a jovem, e ele teria ficado parado, sem reação.

Antes mesmo de ser preso, Daniel Alves teria ligado para Joana Sanz duas vezes, afirmando não se lembrar do que aconteceu na noite de 30 de dezembro, data do suposto crime. As informações são da rede de televisão espanhola Telecinco.

Terceira versão: houve relação consensual

A terceira declaração teve Daniel Alves admitindo que houve relação sexual. Porém, de acordo com o atleta, foi consensual. A versão foi dada pela defesa do jogador ao entrar com recurso para conseguir a liberdade de Alves.

O jornal “El País" teria ouvido de fontes da Justiça da Espanha que o lateral disse que a mulher “se jogou" em direção a ele no banheiro, para fazer sexo oral. O jogador não teria dito nada para proteger a mulher, de acordo com as informações obtidas pelo veículo.

No último dia 17 de abril, o jogador teria afirmado, em novo depoimento à Justiça, que mudou o discurso diversas vezes para evitar problemas com sua esposa na época dos fatos, a modelo Joana Sanz, além de “proteger a vítima".

Na ocasião, Alves reforçou a versão que teve relação consensual com a jovem, além de ter se declarado um “homem respeitoso" com as mulheres. A versão veio após serem encontrados vestígios de sêmen no banheiro da boate.

Daniel Alves e Joana Sanz. Foto: Reprodução/Instagram

Daniel Alves e Joana Sanz. Foto: Reprodução/Instagram

Quarta versão: houve relação com penetração consensual

Em abril, Daniel Alves admitiu que houve penetração, mas continuou alegando que a relação foi consensual. O depoimento dado à juíza que cuida do caso foi um pedido do próprio atleta.

Mais uma vez, o jogador afirmou não ter dado a informação para “proteger a vítima" e sua então esposa, a modelo Joana Sanz. Pouco tempo após a repercussão do caso e o desenrolar do processo, Sanz pediu o divórcio.

Quinta versão: embriaguez

Na nova versão do ex-Pumas e seleção brasileira, que deve ser dita no julgamento previsto para a primeira semana de fevereiro, o jogador alega embriaguez no dia 30 de dezembro de 2022, data do ocorrido. O relato seria uma tentativa de diminuir a pena do jogador, preso preventivamente desde janeiro de 2023.

Esta alegação não esteve presente em nenhuma das outras versões dadas por Daniel Alves. A advogada Inés Guardiola, da defesa do lateral, argumenta que o acusado "não tinha plena consciência do que fez", de acordo com o relato da imprensa catalã.

Além disso, a defesa de Daniel Alves espera que a ex-esposa, Joana Sanz, testemunhe sobre a manhã do dia seguinte e fale sobre outros episódios do jogador envolvendo o consumo de álcool. Veja mais sobre esta versão aqui.

Daniel Alves se contradiz em depoimentos à Justiça da Espanha

Com dois depoimentos dados às autoridades, Daniel Alves acabou se contradizendo em alguns pontos. Confira alguns:

Convite para a área VIP: Na primeira declaração, o jogador disse não ter convidado ninguém para a área VIP onde estava, e que um amigo teria chamado uma das jovens, mas as três foram até o local. Já no segundo, Alves disse que ele e seu amigo fizeram um gesto para um garçom, que teria convidado as mulheres a se juntarem na área.

Antes de ir ao banheiro: Sobre uma conversa antes de ir ao banheiro, inicialmente Alves falou que foi até o local e que uma das mulheres foi atrás dele, e que teria sido questionado se havia chamado a jovem, negando em seguida. No segundo depoimento, o lateral afirmou ter uma “atração sexual" entre ele e a jovem, e que o jogador fez uma proposta para que “eles levassem toda aquela atração para o banheiro". De acordo com Daniel, a mulher aceitou e foi na frente.

Entrada no local do suposto crime: Primeiramente, o jogador afirmou ter ido ao banheiro, e que uma das mulheres foi atrás, mas não menciona que ela entrou junto. Ainda no primeiro depoimento, Alves diz que já estava no banheiro quando a mulher entrou, afirmando ter perguntado o que ela fazia ali e saindo logo em seguida. Já na segunda declaração à Justiça, o lateral diz que convidou a jovem para ir até o banheiro, afirmou ter ido primeiro para urinar, e quando estava saindo, viu a mulher chegando.

O que aconteceu no banheiro: Na primeira versão, Daniel Alves disse não ter mantido relações sexuais com a jovem. Ainda no primeiro depoimento, o jogador disse que a mulher começou a praticar sexo oral nele, que estaria sentado no vaso sanitário. Ela teria começado sem perguntar, e ele não teria interrompido, de acordo com o atleta. Na segunda versão, Alves diz que houve penetração após o sexo oral, e que foi consensual.

Saída do banheiro: Primeiro, Alves disse que retornou à área VIP e que a mulher foi embora sem se despedir dele, apenas de seu amigo. Ainda no primeiro depoimento, o atleta disse ter saído do banheiro assustado com o que aconteceu lá dentro, e voltou a mencionar que não se despediu da mulher. No segundo depoimento, o jogador disse que, após sair do banheiro, a jovem estava “nervosa" com ele. De acordo com o atleta, isso poderia ter sido causado pela forma fria como ele a tratou após o ato. Alves disse, ainda, que a mulher ficou chateada por ele ter saído primeiro e ter pedido para ela esperar.

O que diz a vítima?

A jovem disse que, inicialmente, foi paquerada de forma inconveniente por Daniel Alves. Por volta das 4h, a suposta vítima disse ter ido ao banheiro, e o jogador foi atrás dela.

De acordo com a mulher, Alves falava coisas em português, e que ela não conseguia entender, e que foi impedida pelo jogador de sair do local.

O jogador teria sentado em um vaso e obrigado a jovem a sentar em seu colo. Por ter resistido, a mulher alega ter sido jogada no chão pelo lateral, que a forçou a fazer sexo oral nele, segundo o depoimento da jovem.

A suposta vítima relata, ainda, ter sofrido agressões por ter reagido, e que Alves a penetrou com força até ejacular. Por fim, o atleta disse para a mulher ficar ali, para ele sair primeiro do banheiro.

Recentemente, o primeiro depoimento da jovem à polícia, minutos depois do ocorrido, foi divulgado pela Telecinco. Nele, a mulher afirma que ninguém irá “acreditar nela", já que ela teria ido voluntariamente ao banheiro.

A conversa foi gravada acidentalmente. A mulher tentava falar sobre o ocorrido, chorando. Na ocasião, um policial chamou uma ambulância e disse que ela deveria fazer uma denúncia.

“Entrei voluntariamente no banheiro e, depois de alguns beijos, disse a ele que queria sair e ele falou que não. E fechou o trinco [da porta]. Ele começou a me dizer coisas desagradáveis, como “você é minha p*tinha" e começou a me bater. Ele jogou minha bolsa no chão e me bateu", disse a jovem.

Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), iniciando a trajetória no jornalismo esportivo no Sambafoot. Já atuei em diversas editorias, mas minha...