Procurador do STJD responde falas de John Textor e exige provas

Dono da SAF do Botafogo deu uma entrevista questionando a idoneidade do Campeonato Brasileiro de 2023
Publicado em 09/03/2024 às 01h39

Na noite da última quinta-feira (7), o jornal O Globo publicou uma entrevista com o dono da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo, John Textor. O norte-americano foi incisivo nas críticas à arbitragem.

Segundo Textor, ele reuniu provas de que há árbitros que apitaram o Campeonato Brasileiro de 2023 reclamaram que não receberam propina para beneficiar determinados clubes.

O que disse Textor?

  • Em entrevista ao jornal O Globo, John Textor disse que há gravações de árbitros cobrando propina para manipular resultados.
  • O norte-americano ainda disse que houve erros propositais em 2021, 2022 e 2023, cobrando uma maior sindicância da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no assunto.

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Veja as aspas da entrevista de John Textor:

“Nos últimos jogos do ano passado, o ódio foi tão forte que foi muito difícil para nós assistirmos. Não pode ser assim. Não vamos ganhar campeonatos assim. E os fãs vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato. Eles sabem o que eu sinto sobre isso, mas eu não vou divulgar isso na imprensa. É irresponsável. Os juízes na corte esportiva não deveriam estar fazendo piadas com ninguém sobre manipulações e erros”, declarou John Textor.

“Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar. Eu não acusei o Ednaldo. Nunca disse nada sobre ele. Ele não é um corrupto. Ele é um homem que comanda uma organização que provavelmente precisa administrar melhor a corrupção externa. Porque é uma batalha contra fatores externos. É uma batalha que existe e está aqui. Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas”, completou o dono da SAF do Botafogo.

Procurador do STJD rebate declarações de John Textor

Em entrevista ao programa Fim de Papo, do portal UOL, o procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Ronaldo Piacente, explicou a intimação a John Textor para provar o que disse ao jornal O Globo.

O que ele disse?

“Tomando conhecimento pela imprensa que John Textor possui áudios, uma gravação de árbitro reclamando do não recebimento de propina pela manipulação de resultados, essa é uma manifestação muito grave e evidentemente de imediato foi dada entrada no Tribunal um pedido de inquérito. Esse inquérito é para apurar se há uma infração disciplinar e, se há, quem é o autor dessa infração. O John Textor está sendo intimado para encaminhar ao Tribunal o áudio e ele vai ser chamado para ser ouvido, já fiz o pedido e ele vai lá esclarecer o que ele tem, quais as provas que ele tem e o que ele sabe. Vamos dizer que realmente exista um áudio, que existam provas, aí sim o Tribunal vai oferecer uma denúncia contra esse determinado ato, obviamente se for verdade, se houver provas disso”, declarou Ronaldo Piacente.

“Depois, se não houver provas ou se ele estiver inventando alguma coisa, se ele não atender a requisição de encaminhar essas provas para o STJD ele será responsável por isso também. Ele não pode utilizar nem o Tribunal, nem a mídia, nem qualquer meio de comunicação para ficar fazendo falsas comunicações de crime ou de infração disciplinar, porque manipulação de resultado é crime. Então, nós vamos apurar se houve. Se não houve, ele vai ter que se explicar também”, completou o procurador-geral do STJD.