Organizada sai em defesa do Palmeiras e “declara guerra” à CBF após polêmica com auxiliar

Mancha Verde se posiciona após nota emitida pela entidade contra falas de João Martins após empate com Athletico-PR
Publicado em 03/07/2023 às 23h03

 

A Mancha Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, emitiu uma nota nesta segunda-feira (3) se manifestando após a polêmica envolvendo o auxiliar técnico João Martins. O posicionamento vem após a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posicionar contra a fala de Martins, após o empate em 2 a 2 com o Athletico-PR, no último domingo (2).

 

O que aconteceu?

  • Após o duelo contra o Athletico-PR, na Ligga Arena, pela 13ª rodada da Série A, João Martins fez duras críticas à arbitragem nacional. O auxiliar comandou o elenco já que Abel Ferreira cumpre suspensão.
  • Na ocasião, Martins disse que “é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar [o Brasileirão] dois anos seguidos".
  • “Vamos continuar a dizer as verdades, podem expulsar. Qualquer pessoa que estivesse no nosso lugar se sentiria revoltado. […] Contra esse sistema é muito difícil, mas vamos continuar dando o nosso melhor", continuou Martins.
  • Na coletiva, João Martins disse ainda que “na Europa, não veem jogos do Brasileiro porque parece mais teatro do que futebol".
  • Nesta segunda (3), a CBF divulgou uma nota lamentando as falas de João Martins, além de acusá-lo de xenofobia. O comunicado traz ainda, que a entidade brasileira deverá levar o caso ao STJD.
  • A entidade diz que a fala do auxiliar é "um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa".
  • Por sua vez, o Palmeiras respondeu à nota da CBF, entendendo que a nota foi agressiva, além de ter feito questionamentos à entidade sobre oito possíveis erros de arbitragem contra o Alviverde.
  • Mais tarde, a Mancha Alvi Verde também mostrou apoio ao clube.
  • A organizada também aponta “sucessivos erros de arbitragem" contra o Palmeiras, e diz que há uma “explícita perseguição contra a comissão técnica formada por portugueses". Confira abaixo a nota completa.

 

 

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Em nota, a Mancha Verde “declara guerra" à CBF, e aponta que a entidade “já não faz questão de disfarçar", fazendo referências a possíveis lances que estariam prejudicando o clube paulista.

“Ao partir para o ataque contra o auxiliar técnico João Martins, a CBF se coloca em uma trincheira oposta a um de seus afiliados [justamente o mais vencedor de todos], explicita a perseguição contra a comissão técnica formada por portugueses, e tenta jogar uma cortina de fumaça sobre as atrocidades cometidas em ao menos quatro jogos do Brasileirão", complementa a organizada.

A Mancha trouxe, ainda, quatro lances polêmicos que teriam saído em desfavor para o Alviverde: a arbitragem do duelo contra o Red Bull Bragantino; o gol de bicicleta anulado de Rony, no Mineirão; o suposto gol, não validado, na Arena Fonte Nova, após checagem do VAR; e a cotovelada em Endrick no último domingo (2), contra o Furacão.

 

Confira abaixo a nota na íntegra:

“AGORA É GUERRA, CBF!

A CBF já não faz questão de disfarçar. Como se não bastassem os sucessivos ‘erros’ de arbitragem, a entidade que comanda (?) o futebol brasileiro assumiu hoje, com todas as letras, o caráter persecutório contra o Palmeiras e, em especial, contra a sua comissão técnica.

Ao partir para o ataque contra o auxiliar técnico João Martins, a CBF se coloca em uma trincheira oposta a um de seus afiliados (justamente o mais vencedor de todos), explicita a perseguição contra a comissão técnica formada por portugueses, e tenta jogar uma cortina de fumaça sobre as atrocidades cometidas em ao menos quatro jogos do Brasileirão:

– o árbitro do "sem querer, querendo" contra o Bragantino;
– o golaço de bicicleta de Rony confiscado no Mineirão;
– a bola que entrou na Fonte Nova, menos para o VAR;
– a agressão que não levou à expulsão de um jogador do CAP.

A análise dos lances aponta para dois elementos recorrentes: 1) a estreita colaboração entre árbitros e operadores do VAR; e 2) a validação, por vezes debochada, do capanga que ocupa a posição de chefe da comissão de arbitragem da CBF. Só o que não se vê é qualquer esforço da entidade para aprimorar o nível dos juízes e adotar tecnologias que possam garantir a isonomia das competições.

A Mancha Alvi Verde declara-se totalmente alinhada à comissão técnica e aos jogadores, e entende que cabe à diretoria seguir adiante na defesa dos interesses do clube, sem esmorecer e sem preocupação com vaidades ou interesses particulares. A nota oficial lançada há pouco é importante, mas é preciso ir além, não poupando esforços para blindar elenco e comissão técnica na fase decisiva da temporada.

Parece-nos que a combinação arbitragem + VAR e a declaração de guerra da CBF ecoam a fala estarrecedora de um dirigente da entidade lá em 2021, em resposta a uma reclamação sobre o calendário: "Quem mandou [o Palmeiras] querer ganhar tudo?"

Pois esta é a vocação da Sociedade Esportiva Palmeiras: lutar para ganhar tudo. Lamentamos que isso não seja bem visto por quem dirige (?) o futebol brasileiro, mas seguiremos firmes nesse propósito. Inclusive, se preciso for, contra CBF, árbitros e VAR.

Diretoria Mancha Alvi Verde"

Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), iniciando a trajetória no jornalismo esportivo no Sambafoot. Já atuei em diversas editorias, mas minha...