Presidente da Conmebol se retrata e pede desculpas por declaração racista

Alejandro Domínguez foi criticado após dizer que competições organizadas pela entidade sem a presença de clubes brasileiros seria como "Tarzan sem Chita"
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Publicado em 19/03/2025 às 12h03

Após uma fala desastrosa em evento realizado no Paraguai, Alejandro Domínguez emitiu nota pedindo desculpas e reafirmou compromisso no combate ao racismo no futebol.

Na segunda-feira (17), o presidente da Comebol declarou que a não-participação de clubes brasileiros em torneios organizados pela entidade seria “Tarzan sem Chita".

Analogia com macaco

  • A declaração de Domínguez rapidamente repercutiu nas redes sociais, recebendo críticas sobre o tom preconceituoso adotado pelo presidente da Conmebol;
  • Pelo contexto, Chita era um chipanzé que atuava nos filmes de Tarzan, produzidos em Hollywood;
  • Leila Pereira, presidente do Palmeiras, afirmou que a frase dita por Alejandro Domínguez é “abominável".

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Nota do presidente da Conmebol

Pelas redes sociais, Alejandro Domínguez se retratou após a fala polêmica. Em nota, o dirigente paraguaio pediu desculpas, justificando que a frase “Taran sem Chita" é um dito popular e “não teve a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém". 

Imagem

Reprodução/X

Repercussão no Brasil

A comparação de Alejandro Domínguez foi criticada por clubes, torcedores e políticos brasileiros. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, clube do atleta Luighi, que sofreu racismo em jogo no Paraguai, foi enfática.

"Quando vi a declaração do presidente Alejandro Domínguez, confesso que custei a acreditar que ela fosse verdadeira. Achei até que pudesse ser um vídeo manipulado por Inteligência Artificial. Aliás, pensando bem, acho que nem mesmo a Inteligência Artificial seria capaz de produzir uma declaração tão desastrosa quanto esta. Não é possível que, mesmo após o caso de racismo do qual os atletas do Palmeiras foram vítimas no Paraguai, o presidente da Conmebol faça uma comparação abominável como a que ele fez. Parece até uma provocação ao Palmeiras e aos demais clubes brasileiros", disse a dirigente.

Luighi: ‘Até quando o futebol vai admitir racismo?"

Vale destacar que Leila Pereira não foi ao sorteio da fase de grupos da Libertadores, em protesto ao racismo que o clube sofreu na competição Sub-20.

O motivo foi o ataque racista sofrido pelos atletas Luighi e Figueirdo, durante jogo contra o Cerro Porteño. Na ocasião, o atacante do Verdão falou sobre o caso:

“O racismo que fizeram comigo… é sério? Até quando a gente vai passar por isso? O que fizeram comigo foi um crime. Você [entrevistador] vai perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? CBF? Não vai perguntar sobre isso? Não ia, né? O que fizeram foi um crime. Aqui é formação, estamos aprendendo", desabafou Luighi.

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Jornalista por formação, apaixonada por esportes, música e cultura. Entusiasta do futebol feminino, defende que lugar de mulher é onde ela quiser. Concluiu a...