Pia aposta na renovação da Seleção Feminina

Depois do resultado frustrante nas Olimpíadas de Tóquio, ficou evidente que o futebol feminino do Brasil precisava renovar sua Seleção.
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Publicado em 18/10/2021 às 11h00

Mesmo comandada por uma das melhores treinadoras do mundo, a sueca Pia Sundhage, a Seleção Feminina caiu nas quartas-de-final no Japão sem apresentar um futebol convincente.

Mas como vai a base do futebol feminino brasileiro? Desde que os times que disputam as competições da CBF foram obrigados, em 2019, a montar equipes de futebol feminino, o número de jogadoras aumentou e as competições vão ganhando periodicidade.

Se as condições das atletas ainda não são as melhores, o cenário parece promissor e se reflete na Seleção Brasileira, que conta com muitos novos nomes para suceder a geração que contou com a melhor jogadora de futebol que existe no planeta.

Marta ainda faz parte da equipe, como não podia deixar de ser, mas a craque tem cada vez menos minutos e deve ser preservada para os grandes momentos.

Seleção mais velha em Tóquio

Durante as Olimpíadas, a média de idade do time que entrou em campo foi de 32,5 anos, uma das mais altas entre as 12 equipes competindo.

As duas seleções finalistas, Canadá e Austrália, jogaram a decisão com times com média de 29, 3 e 29,7 anos, respectivamente.

Passado o ciclo olímpico, a Seleção fez alguns amistosos (dois contra a Argentina e dois contra a Austrália) com um time bem mais rejuvenescido. As convocadas para a Data Fifa de outubro do futebol feminino, têm média de 26,5 anos.

A próxima competição que a Seleção irá disputar será a Copa América de 2022, na Argentina. Esta será a nona edição do torneio, que só não foi vencido pelo Brasil em 2006 (as argentinas foram campeãs). A importância da Copa América é que ela é qualificatória à Copa do Mundo de 2023, que acontecerá na Austrália e Nova Zelândia.

Cenário do Futebol Feminino no Brasil

Com duas divisões do Campeonato Brasileiro desde 2017, as mulheres começam a ter um calendário organizado, pois, além do Brasileirão e Libertadores para quem se classifica ao torneio, há os estaduais.

O Corinthians sagrou-se bicampeão em 2021 ao derrotar o arquirrival Palmeiras na final por 1 x 0 fora e 3 x 1 em casa. Em 2020, o vice ficou com o Avaí/Kindermann e, em 2019, o Timão ficou em segundo, ao perder nos pênaltis para a Ferroviária. Na Segundona, o RB Bragantino bateu o Galo nos pênaltis e levantou o caneco.

Nas categorias de base, a CBF organiza os “Brasileirões” Sub-18 e Sub-16. No Sub-18, o atual campeão São Paulo e o Internacional são equipes que sempre aparecem no top 4. Em 2021, o Tricolor Paulista venceu o Corinthians na final. Já entre as meninas do Sub-16, o Corinthians ganhou do Inter nos pênaltis e o São Paulo ficou na terceira posição.

Pelos resultados, é possível notar que Corinthians e São Paulo têm se destacado, mas, além dos dois clubes, Internacional, Ferroviária e Palmeiras investem pesado na modalidade.

Futebol Feminino no Brasil em 2021

Campeão Vice-Campeão Semifinalista Semifinalista
Brasileiro A1 Corinthians Palmeiras Ferroviária Internacional
Brasileiro A2 RB Bragantino Atlético-MG Cresspom-DF Esmac-PA
Brasileiro Sub-18 São Paulo Corinthians Ferroviária Internacional
Brasileiro Sub-16 Corinthians Internacional São Paulo Minas Brasília

De onde vêm as novas convocadas?

Se na Seleção principal o Palmeiras teve cinco jogadoras chamadas por Pia Sundhage (Corinthians e Madrid CFF vêm na sequência, com três atletas convocadas), nas outras seleções quem tem mais atletas são São Paulo na Sub-20, e Ferroviária, na Sub-17, com sete convocadas cada um. E o Tricolor teve cinco meninas chamadas para a Sub-17.

E o investimento do São Paulo mostra que o clube tem grandes ambições no futebol feminino. Até o início do ano, Micaelly era uma super promessa do Cruzeiro. A meia-atacante, que chegou a ser perigosamente comparada a Marta, foi contratada pelo São Paulo no meio do ano, para o Brasileirão. Hoje com 21 anos, está no radar de Pia.

Quatro anos mais nova e integrante da Sub-20, Vitória Yaya foi peça central na conquista da Série A2 pelo Tricolor em 2020.

Já na defesa, chama muito a atenção a qualidade e os 1,87 metros de Tarciana, a xerife da zaga corinthiana, figurinha carimbada nas seleções de base.

Para fechar estes destaques, temos Angelina, volante do Reign FC, dos Estados Unidos, seu país natal. A jogadora tem 21 anos e defende a Seleção Brasileira. Por aqui, já jogou pelo Santos.

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