O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, nesta segunda-feira (29), banir o jogador Romário, ex-Vila Nova, do futebol. O volante foi condenado por envolvimento no esquema de manipulação de resultados para beneficiar apostadores, investigados pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Romário também terá que pagar uma multa de R$ 25 mil.
O julgamento aconteceu na sede do STJD, no Rio de Janeiro. Gabriel Domingos, também ex-Vila Nova, esteve presente e também foi punido.
O que aconteceu?
> Gabriel Domingos, que também era do time goiano, foi suspenso por 720 dias e deverá pagar multa de R$ 15 mil.
> Romário e Gabriel são réus na Justiça, e os dois tiveram seus contratos rescindidos pelo Vila Nova.
> Ambos foram os primeiros jogadores a serem julgados e punidos pelo STJD por envolvimento com o esquema de manipulação.
> Os dois casos cabem recursos.
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Quais foram os votos?
A sessão foi conduzida pelo presidente Alcino Júnior de Macedo Guedes, da 1ª Comissão Disciplinar do STJD. Romário participou por videoconferência, enquanto Gabriel Domingos foi até a sede do órgão.
O relator, auditor Miguel Cançado, votou pelo banimento de Romário, além de multa de R$ 50 mil. Já para Gabriel Domingos, o relator votou pela suspensão de 720 dias e multa de R$ 40 mil. O voto foi acompanhado, na íntegra, apenas pelo auditor Sérgio Henrique Coelho Furtado.
Os outros, Ramon Rocha Santos, José Maria Philomeno e o presidente Alcino Guedes, votaram numa redução dos valores da multa, para R$ 25 mil e R$ 15 mil, respectivamente.
Por que Romário foi banido?
A investigação concluiu que Romário era o pivô do esquema de manipulação. Ou seja, além de receber dinheiro para forçar lances — como o de pênalti, que não aconteceu por não ter sido relacionado —, o volante procurou outros jogadores para participarem.
A aposta que envolve Romário consistia em marcar pênaltis no primeiro tempo de três partidas pela última rodada da Série B 2022 (Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina). Os envolvidos ganhariam R$ 150 mil cada, com R$ 10 mil adiantado e o restante após o jogo.
Nas duas últimas partidas citadas houveram pênaltis marcados. Contudo, Romário não foi relacionado para Vila Nova x Sport, portanto, não conseguiu cumprir o acordo com os apostadores.
Romário chegou a admitir o erro de aceitar dinheiro de apostadores, mas garantiu nunca ter forçado cartões ou ter cometido faltas de propósito para se beneficiar com o esquema.
Por que Domingos foi suspenso?
No caso de Gabriel Domingos, a informação no início da operação, em 14 de fevereiro, era que o atleta teria apenas emprestado a conta bancária para o repasse do dinheiro. Entretanto, o MP-GO concluiu, com o aprofundamento das investigações, que o jogador tinha um envolvimento maior no esquema.
Quem são os denunciados na Operação Penalidade Máxima até agora?
Na primeira fase, iniciada no final de 2022, 14 pessoas foram denunciadas, sendo oito jogadores:
– Romário (ex-Vila Nova)
– Gabriel Domingos (ex-Vila Nova)
– Joseph (Tombense)
– Mateusinho (Sampaio Corrêa)
– Allan Godói (Sampaio Corrêa)
– André Queixo (Sampaio Corrêa)
– Ygor Catatau (Sampaio Corrêa)
– Paulo Sérgio (Sampaio Corrêa)
Já na segunda fase, que começou no início de 2023, mais 16 pessoas foram denunciadas, sendo os sete jogadores, que também se tornaram réus:
– Eduardo Bauermann (Santos)
– Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
– Victor Ramos (Chapecoense)
– Igor Cariús (Sport)
– Paulo Miranda (Náutico)
– Fernando Neto (São Bernardo)
– Matheus Gomes (Sergipe)
Os apostadores e membros da organização que foram denunciados são: Bruno Lopez de Moura, Ícaro Fernando Calixto, Luís Felipe Rodrigues, Victor Yamasaki Fernandes, Zildo Peixoto Neto, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo do Santos, William de Oliveira Souza e Pedro Gama dos Santos Júnior.