O volante Bryan García, desligado do Athletico-PR após ter o nome envolvido no esquema de manipulação de resultados no Brasileirão para beneficiar apostadores, fechou um acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO). O atleta passa a ser testemunha na Operação Penalidade Máxima.
O que se sabe
> A defesa do jogador revelou que Bryan García assumiu ter recebido dinheiro para ser penalizado com um cartão amarelo no jogo contra o Fluminense, pela 25ª rodada do Brasileirão 2022.
> O equatoriano entrou na partida aos 41 minutos do segundo tempo, e levou o cartão logo em seguida, por falta no meia Jhon Arias.
> Por ter confessado, o MP-GO ofereceu um acordo para que o atleta não seja denunciado.
> Com isso, García não será réu na investigação, e passa a ser testemunha da Operação Penalidade Máxima.
> O jogador de 22 anos foi demitido no último dia 12 de maio, após ter o nome citado nas investigações. Contudo, a rescisão ainda não teria sido assinada.
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O volante chegou ao Furacão em janeiro de 2022, vindo do Independiente Del Vale, do Equador, por R$ 8,5 milhões. No total, García disputou 14 partidas pelo Athletico-PR, e tinha contrato vigente com o Rubro-Negro até 8 de fevereiro de 2024.
O equatoriano se junta a outros quatro jogadores que confessaram receber dinheiro para forçar lances em partidas pelo Brasileirão, e também assinaram acordo com o MP-GO, passando a serem testemunhas. Veja quem são:
Kevin Lomonaco (zagueiro, Red Bull Bragantino)
Moraes (lateral-esquerdo, ex-Juventude, hoje no Atlético-GO)
Nikolas Farias (volante, sem clube)
Jarro Pedroso (atacante, ex-São Luiz-RS, hoje no Inter-SM)
A Operação Penalidade Máxima começou a investigar no final de 2022 possíveis manipulações em partidas das Séries A e B do Brasileirão, que beneficiariam apostadores. Os jogadores recebiam dinheiro dos aliciadores para contribuir.
A investigação teve início com o volante Romário, do Vila Nova, que aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, pela segunda divisão. Romário recebeu R$ 10 mil e teria o restante apenas após o jogo. Na época, o presidente do clube e policial militar, Hugo Jorge Bravo, investigou o caso e entregou as provas ao Ministério Público.
Recentemente, o Judiciário de Goiás acatou a denúncia do MP-GO na Operação Penalidade Máxima II, e 15 jogadores investigados se tornaram réus. Os atletas deverão responder por envolvimento em esquema de apostas. Os envolvidos podem pegar até seis anos de prisão.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decretou a suspensão, de 30 dias, para os jogadores de futebol que foram denunciados pelo MP-GO. Os que fizeram acordo também foram afastados.
Alguns outros atletas foram citados nas conversas analisadas durante a Operação Penalidade Máxima, mas nem todos foram denunciados.
Confira abaixo a lista de jogadores denunciados pelo MP-GO:
Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos)
Gabriel Tota (meia, ex-Juventude, hoje no Ypiranga-RS)
Paulo Miranda (zagueiro, sem clube)
Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport)
Victor Ramos (zagueiro, ex-Portuguesa, hoje na Chapecoense)
Fernando Neto (volante, ex-Operário-PR, hoje no São Bernardo)
Matheus Gomes (goleiro, ex-Sergipe, sem clube)
Romário (volante ex-Vila Nova, sem clube)
Joseph (zagueiro, Tombense)
Mateusinho (lateral-direito, ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá)
Gabriel Domingos (volante, ex-Vila Nova, sem clube)
Allan Godói (Sampaio Corrêa)
André Luiz (ex-Sampaio Corrêa, sem clube)
Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã)
Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR)