Enquanto o Brasileirão enfrenta uma pausa de duas rodadas devido às enchentes no Rio Grande do Sul, o técnico Renato Gaúcho, do Grêmio, levanta uma proposta controversa: eliminar o rebaixamento para a Série B nesta temporada.
A sugestão surge como medida de proteção aos clubes gaúchos, afetados pela crise decorrente das inundações.
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Renato Gaúcho pede Brasileirão sem paralisação
Em entrevista ao programa Boleiragem do SporTV, Renato Gaúcho propôs que os quatro melhores times da Série B sejam promovidos, enquanto nenhum clube da Série A seja rebaixado.
“Eu não sou nem contra nem a favor (que Grêmio, Internacional e Juventude não sejam rebaixados), porque entendo que outros clubes da segunda divisão estão brigando pra subir. Mas aí cabe à CBF arrumar uma solução. Então sobem os quatro e não cai ninguém. Na pandemia, a gente viu o que a gente sofreu também. É uma situação muito difícil, em que os clubes gaúchos vão ficar muito atrás", disse Renato.
Segundo o treinador, a parte psicológica dos jogadores e funcionários dos clubes gaúchos está sendo muito afetada por causa da enchente.
“Na parte física, no ritmo de jogo, na parte psicológico. Tem muita gente que acha que as águas do (rio) Guaíba vão baixar e vai tudo voltar ao normal. Acho que muita coisa, infelizmente, vai continuar acontecendo. E a parte psicológica dos jogadores vai ficar afetada. (…) Acho que seria a melhor ideia, mas não cabe a mim. Eu penso dessa forma", explicou.
Ideia considerada inviável
Embora a ideia tenha sido apresentada como forma de mitigar os efeitos das enchentes sobre Grêmio, Internacional e Juventude, sua viabilidade é questionada, segundo o GE.
A proposta enfrenta obstáculos legais e logísticos significativos. Para implementá-la, seria necessário o aval do Conselho Técnico da Série A, o que parece improvável, dada a posição contrária do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em soluções desse tipo.
Em entrevista ao GE, na última semana, o mandatário do futebol brasileiro afirmou ser contra soluções como essa proposta por Renato Gaúcho.
Além disso, a alteração teria impactos no calendário e no número de jogos, tornando-o praticamente inviável, com um acréscimo considerável no número de partidas no Brasileirão de 2025. A Lei Pelé também impõe limitações, estabelecendo o acesso e o rebaixamento como itens obrigatórios dentro do regulamento das competições.
Outro ponto levantado pelo GE é que um possível torneio sem rebaixamento pode levar a uma desmobilização dos clubes e perda de interesse do público pela competição.
Apesar destes pontos negativos, uma decisão final sobre o assunto está programada para o próximo Conselho Técnico, marcado para a próxima segunda-feira (27), quando se discutirá o calendário para o restante da temporada de 2024.
