Oito jogadores envolvidos no suposto esquema de manipulação de resultados em jogos da Série B foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) nesta quinta-feira (16). A denúncia foi acatada pela Justiça, e com isso, os atletas se tornaram réus.
Além de Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, atual Cuiabá) e Gabriel Domingos (Vila Nova), quatro novos atletas foram citados: Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, atual Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Irã), Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, atual Operário-PR).
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Jogadores poderão pegar de dois a seis anos de prisão
Todos os atletas foram denunciados pelo crime de corrupção em competições esportivas, que prevê pena de reclusão de dois a seis anos, além de multa.
O Ministério Público também fez a denúncia para seis pessoas que não são jogadores, e que estariam envolvidas no “núcleo de apostadores”, que teria como aliciador o empresário Bruno Lopez de Moura. Além do empresário, Cammila Silva da Motta, Zildo Peixoto Neto, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro e Victor Yamasaki Fernandes também estão incluídos no processo.
Cammila é esposa de Bruno, e juntos, são proprietários da BC Sports Management. No último mês de fevereiro, o empresário foi preso em São Paulo, no começo da operação “Penalidade Máxima”, que investigou as manipulações. O empresário foi solto após conseguir habeas corpus.
Além de corrupção em competições esportivas, as seis pessoas também irão responder por organização criminosa, que tem uma pena mais rigorosa: reclusão de três a oito anos e multa.
A defesa do jogador Gabriel Domingos negou as acusações, e afirmou que o atleta irá provar sua inocência à Justiça. O Vila Nova, clube no qual Domingos ainda faz parte, disse que irá “avaliar os trâmites legais” e deverá se pronunciar nesta sexta-feira (17).
Confira abaixo a nota do Vila Nova:
O Vila Nova Futebol Clube tomou conhecimenho, na tarde desta quinta (16), da denúncia acatada pela Justiça contra o atleta Gabriel Domingos, desdobramento da Operação Penalidade Máxima. Diante da gravidade das ações descritas no processo, o clube avaliará os trâmites legais e volta a se pronunciar oficialmente via nota oficial nesta sexta (17).
Relembre o caso
No último dia 14 de fevereiro, o MP-GO deflagrou uma operação para investigar um grupo que seria especializado em fraudar resultados de jogos da Série B do Brasileirão, para beneficiar apostadores.
De acordo com o Ministério Público, há indícios de que o grupo atuou em pelo menos três jogos da Série B no final de 2022: Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, todos pela rodada final da competição. Os investigados teriam movimentando mais de R$ 600 mil.
O grupo convencia atletas a manipular resultados nas partidas, com ações como: fazer pênalti no primeiro tempo, escanteio, entre outras táticas. Para isso, os jogadores recebiam parte dos prêmios das apostas feitas. Estima-se que cada envolvido tenha recebido cerca de R$ 150 mil por aposta.