Em contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com o Governo de Minas Gerais em 2010, o Mineirão tem a obrigatoriedade de sediar ao menos 66 partidas de futebol por ano. A referência foi o número de jogos do ano anterior realizados no Gigante da Pampulha.
Desde então, o Estado já repassou quase R$ 1,4 bilhão à Minas Arena, consórcio de empresas que venceu o processo de licitação para administrar o estádio. Neste ano, porém, o Mineirão recebeu apenas quatro jogos oficiais. Após o Cruzeiro romper os vínculos com o local e o Atlético-MG fazer críticas à administração do estádio, a Minas Arena se vê em situação delicada para cumprir o contrato com o Estado.
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Audiência pública
Para tentar resolver a situação, representantes do Governo de Minas Gerais e da Minas Arena fizeram uma audiência pública na semana passada. Samuel Lloyd, diretor comercial do Mineirão, disse que tem interesse de sediar mais partidas no estádio, já que a empresa lucra com camarotes e áreas VIP. Ele, no entanto, não se mostrou preocupado para atingir a meta de 66 jogos, alegando que mesmo partidas que não aconteceram no Gigante da Pampulha podem entrar na conta pelo fato do estádio estar disponível nas datas dos jogos.
“Essa data é uma prerrogativa do contrato para que a gente consiga garantir a finalidade do Mineirão, como estádio de futebol. Eu acredito que as partidas que já passaram devem contar. O Mineirão estava livre em outras cinco datas em que o Cruzeiro jogou clássico no Independência, jogou em Cariacica, jogou em outros lugares, que poderiam ter acontecido no Mineirão”, afirmou Samuel Lloyd.
Na audiência, o Governo de Minas Gerais apresentou a pauta do Comitê de Esporte, Cultura e Lazer para “acompanhar e discutir produtos e serviços oferecidos pela Concessionária” (Minas Arena). A primeira reunião está marcada para 20 de abril e contará com representantes de América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro, FMF e CBF.
A Minas Arena, no entanto, já sinalizou que não abrirá mão dos seus direitos acordados em contrato sobre a divisão das receitas com camarotes, comercialização de alimentos e bebidas, entre outros.