Marcos Braz segue como vice-presidente de futebol do Flamengo após se envolver em uma briga com o torcedor Leandro Campos da Silveira Gonçalves Junior na tarde da última terça-feira (19), em um shopping da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O presidente Rodolfo Landim e seus pares enxergam o dirigente como vítima. Essa versão foi comunicada por Rodrigo Dunshee, vice-presidente jurídico e geral do clube, na saída da 16ª Delegacia de Polícia.
O que você precisa saber?
- “O Marcos Braz foi envolvido numa perseguição, coisa premeditada. O Marcos Braz estava com a filha dele, uma situação totalmente constrangedora, foi ameaçada a vida dele na frente da filha, e ele tomou uma reação. Ele é a vítima nessa história, ele vai correr atrás dessas pessoas, a polícia vai correr atrás dessas pessoas. Para mim, esse tipo de coisa, ameaça, perseguição, não pode acontecer, isso é crime”, afirmou Dunshee.
- Braz, entretanto, não tem apoio irrestrito. Alguns vice-presidentes e conselheiros do Rubro-Negro manifestaram o desejo pela demissão do vice de futebol.
- Landim, que já expressou apoio ao dirigente por diversas vezes anteriormente, trata o assunto como encerrado e apenas vai observar os desdobramentos jurídicos. O presidente não deve se manifestar publicamente.
Portanto, a única possibilidade de Marcos Braz sair seria por decisão própria, entregando o cargo. Mas tal atitude sequer foi cogitada pelo dirigente. Em outros momentos, ele afirmou que sairá do clube somente junto do presidente ao término da atual gestão, que vai até junho do próximo ano.
A informação sobre apoio interno a Braz foi divulgada inicialmente pelo site “GE” e confirmada pelo Sambafoot.
O prestígio de Marcos Braz é tanto que a sua permanência independe do desfecho da Copa do Brasil. O vice de futebol, inclusive, já iniciou o planejamento para a próxima temporada e uma reformulação do elenco e comissão técnica estão em pauta. A permanência de Jorge Sampaoli, por exemplo, é improvável.
Entenda o episódio
Marcos Braz estava com a sua filha em uma loja quando foi abordado por três torcedores, que se identificaram como integrantes de uma organizada. Eles criticaram o dirigente e pediram as saídas de Jorge Sampaoli e Gabigol. O vice de futebol diz ter sido xingado.
Na sequência, Braz e um amigo saíram atrás dos rubro-negros e deram início à confusão. Depois, o dirigente voltou para a loja, enquanto torcedores se aglomeraram na parte de fora e protestaram contra o vice.
Após a briga, Braz se dirigiu à 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, onde encontrou Rodrigo Dunshee, Cacau Cotta – diretor de relações externas do clube – e conselheiros. O primeiro foi acompanhar o caso, enquanto o segundo foi prestar solidariedade ao dirigente.
“O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca). Os agentes ouviram os envolvidos e testemunhas. Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos”, disse a Polícia Civil, em nota.
Na confusão, Marcos Braz levou um soco que cortou o nariz; já o torcedor afirmou no depoimento que levou uma mordida na virilha. Ambos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. O caso está sob jurisdição do Juizado Especial Criminal (Jecrim) e é tratado como agressão e ameaça.