Chefe de delegação da seleção brasileira nesta Data FIFA, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, voltou a falar sobre os casos Daniel Alves e Robinho nesta sexta-feira (22).
Em participação no Seleção SporTV, a mandatária do time paulista fez cobrança por punições severas, além de pedir que as mulheres sejam mais ouvidas no futebol.
Leila Pereira na seleção brasileira
- A presidente do time paulista é a primeira mulher a chefiar a delegação da seleção brasileira masculina.
- O Brasil enfrenta a Inglaterra neste sábado (23), no Estádio de Wembley, em Londres.
- Na terça (26), a Canarinho encara a Espanha, no Santiago Bernabéu, em Madrid.
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Leila Pereira volta a falar sobre casos de jogadores condenados por estupro
Durante a participação no Seleção SporTV nesta sexta-feira (22), a dirigente, que tinha sido a única da CBF a se posicionar sobre os casos, pediu por punições severas em casos como os de Daniel Alves e Robinho.
“É um absurdo você cometer um crime, ser condenado, não estamos falando de um processo, mas de uma condenação. Não acredito que você combata a criminalidade sem a punição — e severa. Todos os crimes devem ser punidos de maneira severa, mas principalmente contra as mulheres", reforçou.
Relembre a situação atual de Daniel Alves e Robinho
No caso do lateral-direito, preso na Espanha desde janeiro de 2023, Alves teve o pedido de liberdade provisória aceito pela Justiça espanhola, e pode ser solto mediante pagamento de € 1 milhão (R$ 5,4 milhões).
“E o caso do Daniel Alves, volto a repetir, é um tapa na cara de todas nós mulheres. Se acontecer realmente o que estão noticiando, porque não conheço o processo, não sei se realmente pagando um valor ele vai ficar livre. Isto é um absurdo, passaporte para cometer um crime. Paga e você é solto", completou Leila.
“Isto não pode acontecer, mas não adianta eu falar, só. Todas nós temos que falar, peço a todas as mulheres, vocês da imprensa também têm responsabilidade. Não posso falar sozinha, não vou conseguir solucionar o problema da violência contra a mulher sozinha. Preciso de todos vocês", completou.
“A pessoa tem que pagar, mas não financeiramente. Condenado tem que ir para a cadeia“, resumiu a presidente do Palmeiras.
Até a manhã desta sexta-feira (22), Leila Pereira era a única pessoa da delegação da CBF que havia falado sobre o assunto. No entanto, na entrevista coletiva, o lateral-direito Danilo fez uma reflexão sobre machismo e sugeriu à entidade de futebol um trabalho de conscientização à equipe.
“Tenho uma responsabilidade grande, por ser mulher, por ser pioneira em vários aspectos, inclusive ser a primeira presidente mulher do Palmeiras, hoje a única na Série A e B. Tenho que me posicionar em determinados assuntos, como estes que envolvem o nosso gênero“, ressaltou Leila.
O ex-jogador Robinho foi preso na última quinta-feira (21), após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que a pena estipulada pela Justiça da Itália por estupro cometido em 2013 deve ser cumprida no Brasil. Robinho foi condenado a 9 anos de prisão e irá cumprir em regime fechado.
Os advogados do ex-atleta fizeram um pedido de habeas corpus, que foi negado. O ex-jogador chegou ao presídio de Tremembé, em São Paulo, na madrugada desta sexta (22), e deve ficar pelo menos três anos preso antes de progredir para o regime semiaberto.
Primeira mulher a chefiar delegação da Seleção Brasileira masculina, Leila Pereira fala sobre os casos de Daniel Alves e Robinho, em entrevista ao Seleção SporTV.
"Esse caso do Daniel Alves é um tapa na cara de todas as mulheres. Pagar um valor para ficar livre é um absurdo.… pic.twitter.com/5FgSiT5abK
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) March 22, 2024
Leila faz críticas sobre como os casos são tratados
Ainda durante o programa, a presidente do Palmeiras fez críticas ao meio do futebol, afirmando ser um mundo “muito permissivo" e reforçando a necessidade de punição.
“Eu falo, falo, falo, mas a gente precisa agir. Preciso que as autoridades se conscientizem. Não é possível que as pessoas não tenham empatia ao sofrimento destas meninas, de todas nós. Todo mundo tem mulher em casa, mãe, filha, esposa. Não é possível que não tenha empatia, não sinta o que nós sentimos. Mas para isso precisa ter punição e severa", destacou.
“O mundo do futebol é muito permissivo, é um glamour grande em cima de todos. Eu tenho a cabeça feita, não é o futebol que vai mudar, mas até pessoas amadurecidas mudam. É muita gente em cima, muitos interesses. Quem não tem a cabeça firme, por isso a importância do trabalho que fazemos na base, isto não vai acabar. Sem a certeza da punição, vai acabar nunca. Deixa as portas abertas para cometer o crime, pagar e ficar livre“, finalizou.
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