A jornalista Bárbara Coelho, da Globo, usou o Twitter para denunciar uma situação de importunação sexual. A apresentadora do Esporte Espetacular relatou o ocorrido aos seguidores nesta quarta-feira (19). Além de explicar o que passou, Bárbara ainda expôs o perfil do responsável pela violência.
Um cara postou um vídeo na sua conta do Twitter se masturbando com um vídeo meu. Eu mandei mensagem pra ele dizendo que o processaria. Ele disse que mulheres são estupradas e nada é feito. Por que algo aconteceria com ele se masturbando em casa com um vídeo meu?
— Bárbara Coelho (@barbaracoelho) October 19, 2022
Bárbara explicou que o autor da importunação sexual não enviou mensagem privada (fato que já seria igualmente absurdo). Segundo ela, o homem postou o vídeo explícito no Twitter e marcou a apresentadora.
Ele não me mandou no direct. Ele postou no Twitter mesmo. Me marcando.
— Bárbara Coelho (@barbaracoelho) October 19, 2022
Em seguida, Bárbara pediu apoio para denunciar a conta do importunador. E fez um desabafo a respeito do ocorrido.
“Definitivamente não tenho estômago para repostar o vídeo. Mas gostaria do apoio de vocês para denunciar. É isso! Mulheres são estupradas e nada acontece. Porque eu, no conforto da minha casa, molestando você, vai acontecer alguma coisa? Esse é o tuíte do dia”, tuitou.
Importunação sexual é crime
Casos de machismo, assédio, importunação sexual e outras violências contra mulheres não são raros no jornalismo esportivo. Dentro e fora dos gramados, nos estúdios e, até mesmo nas redes sociais (como o caso relatado por Bárbara Coelho), acontecem há muito tempo.
Em 2018, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou um manifesto contra o machismo e o assédio. Na ocasião, mais de 50 mulheres jornalistas lideraram a campanha #DeixaElaTrabalhar. A iniciativa buscava questionar casos recorrentes no universo do jornalismo esportivo.
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Três anos depois, o documentário “Não sou uma vadia, sou uma jornalista!”, veiculado na TV francesa, abalou as estruturas do jornalismo esportivo no país. Na ocasião, a apresentadora Marie Portolano expôs atos de discriminação e desrespeito a mulheres jornalistas na França. A motivação de Marie veio de uma experiência pessoal: ela denunciou um dos comentaristas esportivos mais influentes do país, Pierre Ménès, por assédio.
Aqui no Brasil, o relato da jornalista Bárbara Coelho configura crime, conforme a Lei 13.718/2018. O texto da legislação trata:
- importunação sexual – o ato libidinoso praticado contra alguém, e sem a autorização, a fim de satisfazer desejo próprio ou de terceiro;
- e divulgação de cena de estupro, de cena de sexo ou de pornografia – trata-se da divulgação, por qualquer meio, vídeo e foto de cena de sexo ou nudez ou pornografia sem o consentimento da vítima, além da divulgação de cenas de estupro.
Conforme a legislação penal brasileira vigente, a prática desses atos configura crime, com pena de 1 (um) a 5 (cinco) anos, podendo ser agravada se o agressor tiver relação afetiva com a vítima (13.718/18 e art. 215–A do Código Penal).
Como portal de notícias sobre futebol, o Sambafoot repudia qualquer ato de violência, assédio ou desrespeito contra mulheres, jornalistas ou não. Se você passou por isso ou conhece alguém que sofreu constrangimento, denuncie.