Um dos temas mais polêmicos na reta final do Campeonato Brasileiro é a questão do gramado sintético, se há maior propensão a lesões ou não. O Sambafoot conversou com o preparador físico do Atlético-MG, Cristiano Nunes, a respeito do assunto.
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O que ele disse?
> Cristiano Nunes se disse a favor da padronização dos gramados no futebol brasileiro: “Eu acho interessante a questão da padronização, acho importante. Porque existem diferenças. Quando você joga em gramado artificial, a velocidade do jogo é muito maior, a bola corre mais rápido. Por outro lado, é muito mais agressivo, as ações de mudança de direção, de alta intensidade, passam a ser mais fortes à medida que a bola corre mais rápido. Isso faz do futebol em gramados artificiais um pouco mais agressivos, há estudos apontando para isso. Principalmente as lesões médias e graves têm acontecido em número maior nos gramados artificiais. Em contrapartida, é importante ressaltar que os gramados naturais precisam estar em melhores condições. Nós somos cobrados por um maior espetáculo, uma maior qualidade de jogo. Os jogadores são cobrados por um melhor desempenho do ponto de vista técnico. Os clubes precisam oferecer uma melhor condição de gramado para os atletas”.
> Ele também ressaltou os prós e os contras de cada um dos tipos de gramado: “O gramado artificial é mais fácil de mantê-lo em boas condições. O natural, não. Você precisa de muito cuidado, não pode fazer muitas atividades consecutivamente, porque acaba desgastando. É importante entender os dois lados. Se você perguntar para os futebolistas, a grande maioria vai preferir atuar na grama natural, por se tratar de um gramado menos agressivo, com impactos menores. Uma outra questão importante é conseguir recursos maiores ao longo da temporada. Com grama artificial, você consegue promover nas suas arenas ou estádios outros eventos que trazem uma maior receita. Se você faz isso em gramados naturais, acaba arrebentando o gramado, não deixando-o em boas condições para jogar”.
> Levando para a Arena MRV, Cristiano Nunes falou sobre a possibilidade de a nova casa o Atlético adotar grama artificial a partir de 2024: “Hoje já tem se discutido sobre a Arena MRV, que é sensacional, um espetáculo, com uma acústica excelente, proporcionar outros eventos. Tenho visto algumas falas do nosso corpo diretivo de que, provavelmente, a Arena terá grama artificial, sintética, para promover outros eventos que possam trazer recursos para o clube. É importante que isso atenda de forma ampla todas as áreas que envolvem o futebol”.
> Ele ainda discorreu sobre as diferenças do Mineirão para a Arena MRV, na questão do gramado: “Se o Mineirão tivesse sido destinado somente para os jogos, com certeza o gramado suportaria bem, mesmo com duas equipes. Claro que nós queremos ter o nosso estádio, jogar na Arena MRV, no grande investimento feito nas duas últimas temporadas, onde o torcedor se identifica. O Mineirão não nos proporcionou isso, porque não eram só jogos. Eram shows, eventos que aconteciam todas as semanas. Quando você ia jogar, o campo estava em um estado lastimável, a bola não rolava, quicava, era mais terra do que grama. Hoje temos nossa Arena que é exclusiva do Galo, onde nossos atletas se sentem identificados e o torcedor adora estar. Tenho certeza que o Galo vai ser muito feliz na Arena MRV. A questão do gramado precisa ser bem analisada por parte de todos, para que a melhor decisão seja tomada, mas a gente está muito feliz com a forma como essa simbiose, essa relação torcedor-atleta, tem acontecido na Arena MRV”.
