Fortaleza se une ao CSA e busca identificação de torcedores racistas

Jogadores do time alagoano acusaram tricolores de injúria racial
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Publicado em 19/02/2023 às 18h06

O Fortaleza se uniu ao CSA após a denúncia dos zagueiros Thales e Douglas, da equipe alagoana, contra um grupo de torcedores racistas do Leão do Pici durante o jogo entre os times pela Copa do Nordeste na última sexta-feira (17), no estádio Presidente Vargas. Segundo os atletas, os torcedores falaram que ambos tinham “cabelo de piaçava”.

A denúncia dos jogadores do Azulão do Mutange foi feita ao delegado da partida e à polícia. Após o apito final na capital cearense, o CSA emitiu uma nota oficial em apoio aos atletas e acompanhou os jogadores na realização do Boletim de Ocorrência. Como resposta, o Fortaleza também se manifestou e ressaltou as ações do clube no combate ao racismo e que vai trabalhar para identificar os agressores.

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“Diante dos relatos dos jogadores do nosso clube-irmão CSA, buscamos, investigamos, vasculhamos a arquibancada com diligência na procura dos autores das frases ofensivas. E embora nem polícia, nem árbitros, nem federação, nem imprensa, nem outros torcedores tenham observado as ofensas ou apontado a sua origem, continuaremos nossa busca pela identificação dos agressores”, diz a nota do Leão do Pici.

Veja a nota do Fortaleza na íntegra

“Historicamente é assim: somos Terra da Luz, porque combatemos o racismo antes de todos os demais.

Se há um clube que tem cumprido seu dever no combate ao racismo, este clube é o Fortaleza. A luta tem bastante tempo.

A instituição Fortaleza já fez campanhas contra o racismo premiadas pela criatividade e inteligência. A marca própria homenageou o Dragão do Mar em seus uniformes. A torcida do Fortaleza já fez mosaicos estampando o grito de protesto para o planeta inteiro ver. Poucos clubes tiveram esta ousadia. E, o que parece ser coragem, nós chamamos de obrigação.

Ontem, no PV, cumprimos outra vez com nosso dever. Diante dos relatos dos jogadores do nosso clube-irmão CSA, buscamos, investigamos, vasculhamos a arquibancada com diligência na procura dos autores das frases ofensivas. E embora nem polícia, nem árbitros, nem federação, nem imprensa, nem outros torcedores tenham observado as ofensas ou apontado a sua origem, continuaremos nossa busca pela identificação dos agressores.

É nossa responsabilidade diante de nossa História, de nosso povo, de nossa torcida e de nossos atletas, que também sofrem com agressões mundo afora. #StopRacism”.

Jornalista formado pela UMESP com quase uma década de experiência. Passagens por Torcedores e Futebol Latino/Lance!. Ainda lembra de assistir aos jogos da Copa do Mundo...