Fifa não punirá atletas que se posicionarem contra o preconceito na Copa do Catar

O Catar é um dos países mais conservadores do mundo. Seu sistema jurídico é baseado na Sharia, conjunto de leis islâmicas que tem como base o Alcorão. O homossexualismo, por exemplo, é visto como um crime, passível de prisão e pena de morte.
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Publicado em 02/11/2022 às 16h16

A Copa do Mundo do Catar inicia no próximo dia 20 de novembro. Jogadores que se posicionarem contra o preconceito não serão punidos pela Fifa, organizadora do evento. Isto algo reforçado pela mesma no artigo 3, quando protege os Direitos Humanos.

Logo depois, no artigo 4.2 do Regimento Interno, ela se declara “neutra em matéria política e religiosa”, mas complementa escrevendo exceções se darão em “casos que dizerem respeito aos objetivos estatutários da Fifa”.

Em 2017, a entidade apresentou um novo Código Disciplinar que aumentou o rigor no combate ao preconceito. Recentemente, o atacante e capitão da Inglaterra, Harry Kane, ao jornal Financial Times, afirmou que vai enviar uma “mensagem clara ao mundo quando estiver assistindo aos seus jogos na Copa”. Ele é um dos atletas que lideram o “One Love”, onde capitães de seleções usarão braçadeiras com as cores do arco-íris. O movimento busca promover a diversidade e inclusão social por meio do futebol.

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O Catar é um dos países mais conservadores do mundo. Seu sistema jurídico é baseado na Sharia, conjunto de leis islâmicas que tem como base o Alcorão. O homossexualismo, por exemplo, é visto como um crime, passível de prisão e pena de morte. Também é proibido a ingestão de bebidas alcoólicas, mas na Copa haverá exceção para sua comercialização.

Compliance

No mesmo dia em que Rússia foi escolhida para sediar a Copa do Mundo de 2018, em 2 de dezembro de 2010, o país do Oriente Médio foi selecionado a organizar o Mundial deste ano.

Críticas se tornaram pública não apenas em relação aos compromissos das nações com relação à política interna da Fifa e de Direitos Humanos, como também em relação a forma como foram vencedores.

Depois de alegações de corrupção e impropriedade, a entidade maior do futebol mundial desenvolveu uma “agenda positiva”, com foco na preservação dos Direitos Humanos, em vigor, por exemplo, no contrato dos países sede da Copa do Mundo de 2026 – Canadá, Estados Unidos e México.

Repercussão negativa

O jogos na Copa do Mundo no país do Golfo Pérsico não serão exibidos em locais públicos, como em Paris e Marselha, cidades francesas. O prefeito marselhês, Benoît Payan, classificou o evento como “desastre humano e ambiental” e “incompatível com os valores que queremos ver transmitidos através do esporte”.

Ex-jogadores, como Eric Cantona e Phillip Lahm, se comprometeram em se afastarem de ações que envolvam o Mundial, que termina em 18 de dezembro.

Graduado em jornalismo desde 2020 pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Tenho experiências com Assessoria de Comunicação, quando trabalhei na Prefeitura de...