Dando sequência ao aquecimento para a Copa de 2022 no Qatar, o Sambafoot publica mais uma retrospectiva das edições do principal torneio de futebol do mundo. Dessa vez, traremos a 18ª edição, realizada em 2006, na Alemanha.
Depois de 38 anos, a maior competição de futebol voltava a ser disputada em terras alemãs. Se, em 1974, os anfitriões foram campeões contra o “Carrossel Holandês”, dessa vez a Alemanha teve parou nas semifinais em uma partida histórica contra a Itália, que terminou campeã naquela oportunidade.
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Excesso de confiança
Atual campeão da Copa do Mundo, líder do ranking da Fifa, campeão da Copa das Confederações e da Copa América e um quarteto ofensivo que era chamado de mágico: essas eram as credenciais da seleção brasileira às vésperas da estreia no Mundial de 2006. Com uma linha de frente formada por Ronaldinho Gaúcho, Kaka, Ronaldo e Adriano, a confiança no hexa era enorme.
Além das estrelas da equipe, o Brasil contava com Carlos Alberto Parreira no banco de reservas, que havia sido o treinador do Tetra conquistado em 1994, nos Estados Unidos.
Fase de grupos sem brilho
Em um grupo com Croácia, Austrália e Japão, a seleção não precisou atuar no seu mais alto nível para se classificar para as oitavas de final. Na estreia, uma vitória magra contra a Croácia por 1 a 0. Já na partida seguinte, uma vitória por 2 a 0 contra os Australianos. Apenas contra o Japão que a seleção teve uma vitória mais elástica por 4 a 1.
A seleção não encantava como se esperava, porém muitos achavam que na hora H o futebol envolvente surgiria. Ou a falta de adversários à altura fizeram com que a equipe atuasse com o “freio de mão puxado”
Empolgação contra Gana
A estreia do Brasil no mata-mata não foi maravilhosa, mas a seleção venceu sem maiores dificuldades. Impôs um 3 a 0 à seleção de Gana. Logo aos 4 minutos de jogo o placar foi aberto, com Ronaldo. O atacante sofria críticas (inclusive de Lula, presidente do Brasil à época) por estar acima do peso. Era o terceiro gol dele na competição.
Ainda no primeiro tempo Adriano fez 2 a 0, encaminhando a vitória na ida para o intervalo. Na segunda etapa, Zé Roberto ainda marcaria o terceiro já nos minutos finais da partida.
A consolidação de uma freguesia
Após 8 anos, Brasil e França voltariam a se reencontrar em uma edição de Copa do Mundo. Em 1998, em casa, os franceses levaram a melhor ao ganhar da seleção por 3 a 0 e se sagrar campeão pela primeira vez. No entanto, em 1986, o Brasil também havia perdido para França nos pênaltis. Assim, mesmo com a seleção brasileira sendo a favorita ao título, o retrospecto deixav a torcedores ansiosos.
E o temor se justificava. Novamente, Zidane teve uma atuação de gala, dando assistência para o gol de Henry, além de distribuir lances de classe e habilidade. O Brasil pouco ameaçou diante de um adversário que mesclava jogadores bastantes experientes (Patrick Vieira, Lilian Thuram, Zidande e Thiery Henry) com jovens atletas (Florent Malouda e Franck Ribéry).
Final europeia
O Brasil parava nas semifinais, enquanto a França avançaria para as semifinais contra Portugal, que á época era trainado por Felipão. Porém, o carrasco brasileiro venceu por 1 a 0 e chegando a mais uma final de Copa.
Já a Alemanha teve uma batalha contra a Itália. Após empatarem por 0 a 0 durante os 90 minutos, as equipes foram para prorrogação. Quando tudo parecia se encaminhar para os pênaltis, a Itália marcou faltando dois minutos para o fim, com Fabio Grosso. A dona da casa ainda tentou sair com tudo para empatar, mas levou o segundo, dos pés de Del Piero.
Na final entre franceses e alemães, deu Itália. Após empatarem por 1 a 1 no tempo regulamentar e na prorrogação, a decisão se deu por penalidades. Zidane, que havia marcado de pênalti no 1º tempo, foi expulso no tempo extra por ter dado uma cabeçada no zagueiro Materazzi. A squadra Azzura era tetra.
Campanha geral
- Brasil 1×0 Croácia (fase de grupos);
- Brasil 2×0 Austrália (fase de grupos);
- Brasil 4×1 Japão (fase de grupos);
- Brasil 3×0 Gana (oitavas de final);
- Brasil 0×1 França (quartas de final).
Curiosidades
- Pela primeira vez, uma seleção da Oceania vencia uma partida em copas. A Austrália venceu o Japão por 3 a 1. De quebra, foram até as oitavas, sendo eliminados pela Itália por 1 a 0.
- Campeã por disputas por pênaltis, a Itália vivia um drama: nas últimas em 1994 e 1998, foi eliminada em decisão por pênaltis. Porém, dessa vez, conseguiram a vitória e foram campeões.
- Em 2006, o mundo conheceu “Ferrolho Suiço”. Apesar de eliminados pela Ucrania nos pênaltis, a seleção suíça não sofreu nenhum gol no Mundial.
- Quadrangular europeu: das quatro equipes que estiveram nas semifinais, todas eram do “Velho Continente”, ao contrário da edição de 2002, quando América do Sul, Europa e Ásia foram representadas nas semifinais.
- Na partida entre Croácia e Austrália, pela fase de grupos, o juiz inglês Graham Poll cometeu um equívoco e só expulsou o zagueiro croata Josip Simunic após o terceiro cartão amarelo. O juiz assumiu a “falta de atenção”. A Fifa nunca mais o escalou em Mundiais.