Entenda por que Neymar ainda não bateu recorde Pelé na Seleção pelas contas da CBF

Craque ultrapassou o Rei do Futebol na artilharia do Brasil de acordo com a Fifa; veja a lista dos tentos de Pelé não reconhecidos pela entidade mundial
Publicado em 15/09/2023 às 20h06

A primeira rodada das Eliminatórias para a Copa de 2026 foi histórica para Neymar. Autor de dois gols na goleada por 5 a 1 sobre a Bolívia, na última sexta-feira (8), no Mangueirão, o craque chegou a 79 tentos e superou Pelé como maior artilheiro da história da seleção brasileira pelas contas da Fifa.

O que você precisa saber?

  • Porém, o Rei do Futebol, que soma 77 gols de acordo com a Fifa, acumula 95 em números absolutos pelas contas da CBF.
  • A diferença entre as contas da CBF e da Fifa é pelo fato de a entidade máxima do futebol desconsiderar amistosos contra clubes e combinados. Esse tipo de enfrentamento era comum para o Brasil no passado, como afirmou o historiador Napoleão de Almeida ao site “GE”. Vale destacar que a Data Fifa foi criada somente em 2002.
  • “O que que você faz com os jogos de antes? Os amistosos contra as seleções estaduais nos anos 1960, 1970 e um pouco nos anos 1980 eram disputados em estádios lotadíssimos, com rendas altíssimas. O Brasil jogava com uniforme oficial, cobrando ingresso, trio de arbitragem. Como é que você não vai dar cunho oficial disso”, afirmou.

Veja o comparativo entre os artilheiros:

  • Neymar: 79 gols em 126 jogos (Fifa e CBF)
  • Pelé: 77 gols em 91 jogos (Fifa) | 95 gols em 113 jogos (CBF)

Os 18 gols do Rei considerados pela entidade brasileira foram marcados ao longo de dez amistosos, disputados em quatro países diferentes: Brasil, Espanha, México e Suécia. Abaixo, o Sambafoot conta a história de cada uma das partidas:

Brasil 2 x 2 Inter de Milão (Itália), em 1960: dois gols

O amistoso marcou uma comemoração ao aniversário de dois anos do primeiro título mundial da seleção brasileiro e aconteceu em aconteceu no San Siro, em Milão.

Brasil 7 x 1 Malmö (Suécia), em 1960: dois gols

A seleção brasileira foi escolhido para a partida de comemoração aos 50 anos do time sueco. Há relatos de que um gols de Pelé foi do meio de campo. O Rei, inclusive, deu passe para outros quatro tentos. Na ocasião, ele marcou o gol de número 300 no futebol profissional, considerando clube e Seleção.

Brasil 5 x 3 Atlético de Madrid (Espanha), em 1966: três gols

Na estreia de excursão pela Europa, em preparação para a Copa do Mundo, Pelé deu show diante de um Santiago Bernabéu lotado. Além do hat-trick, o Rei deu passes para os gols de Amarildo e Lima. Na época, o jornal “O Globo” relatou que a Espanha parou para assistir o amistoso.

Reprodução / Twitter

Brasil 4 x 2 AIK (Suécia), em 1966: dois gols

No quinto jogo da excursão europeia, depois de passar em branco em dois jogos, Pelé fez um golaço: passo pela defesa, driblou o goleiro e tocou para o gol vazio. O duelo ocorreu em Estocolmo e foi o penúltimo do Brasil antes do Mundial.

Brasil 3 x 1 Malmo (Suécia), em 1966: dois gols

Seis anos depois, Pelé voltou a infernizar a defesa sueca e, como de costume, os seus gols foram driblando o goleiro. Esta foi a última partida do Rei e Garrincha juntos na Seleção. Com a dupla, o Brasil jamais foi derrotado. O duelo também marcou o último ato antes da Copa do Mundo de 1966.

Brasil 4 x 0 Bahia (Salvador), em 1969: um gol

Em preparação para as Eliminatórias para a Copa de 1970, o time canarinho jogou pela primeira vez na Fonte Nova. À época, o estádio comportava 35 mil pessoas, mas relatos indicam que 40 mil torcedores assistiram o show dos comandados de João Saldanha.

Brasil 6 x 1 Seleção Pernambucana (Recife), em 1969: um gol

A atuação de Pelé sequer ficou entre os fatos marcantes da partida na Ilha do Retiro, que recebeu 26 mil torcedores. Ainda no primeiro tempo, água, refrigerante e suco acabaram. E não parou por aí: a atração do intervalo foi o pouso no gramado de sete paraquedistas militares.

Brasil 1 x 2 Atlético (Belo Horizonte), em 1969: um gol

A partida celebrou o 147° aniversário da Independência do Brasil e classificação à Copa do Mundo de 1970. Na ocasião, Dadá Maravilha foi quem deu o triunfo ao Galo, no Mineirão.

Brasil 4 x 1 Seleção Amazonense (Manaus), em 1970: um gol

O amistoso marcou a inauguração do Estádio Vivaldo Lima, demolido para a construção da Arena da Amazônia, e fez parte da preparação para o Mundial, no qual a seleção brasileiro conquistou o tri. Além de Pelé, Carlos Alberto Torres, Paulo César Caju e Rivellino balançaram as redes. Mário Vieira anotou o tento do combinado local.

Brasil 3 x 0 Combinado de Guadalajara (México), em 1970: um gol

Ainda em preparação para o Mundial, o Brasil jogou no Estádio Jalisco, em Guadalajara, diante de 75 mil torcedores. Além do Rei, Clodoaldo e Rivellino balançaram as redes.

Brasil 5 x 2 Combinado de Léon (México), em 1970: dois gols

O amistoso serviu para derrubar a teoria de que Pelé e Tostão não poderiam atuar juntos. O ídolo do Cruzeiro, aliás, marcou uma vez. Em sua coluna no jornal “O Globo”, João Saldanha elogiou o ajuste tático de Zagallo na equipe para ter a dupla em ação. O Combinado de Léon, inclusive, era a base da seleção do México, que caiu nas quartas do Mundial de 1970, diante da Espanha.

Cearense, de 23 anos. Jornalista graduado pela Unifor. Sou apaixonado por esportes, e escrevo sobre futebol e outras modalidades. Passagens por Grupo de Comunicação O...