Ex-companheiros de clube, Gustavo Scarpa e Willian Bigode, são os assuntos do momento. Scarpa investiu R$ 6 milhões em criptomoedas, em uma aplicação indicada por Bigode. Acontece que esse dinheiro nunca mais retornou. Vídeos, mensagens de texto e gravações de áudio revelam o trauma crescente de Scarpa, à medida que ele vai percebendo que pode ter caído em um golpe.
“Estou triste, parça, de verdade. Estou triste porque é meu patrimônio”, diz Gustavo Scarpa em conversa com o atacante Willian Bigode.
“Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. Questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no senhor”, responde Bigode.
“Bigode, o meu advogado está me orientando a fazer um B.O., mano. Criminal, na polícia mesmo”, responde Scarpa.
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Gustavo Scarpa foi à polícia: em novembro de 2022, ele registrou um boletim de ocorrência com a acusação de estelionato.
“Pelo respeito, amizade, consideração e amor que eu tenho por você, queria te dar um toque antes. Infelizmente vou ter que falar da sua empresa”, diz Scarpa em áudio.
A empresa a qual Scarpa cobra suas aplicações é a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, fundada em 2019, que tem Willian Bigode como um dos sócios. Scarpa afirma que investiu R$ 6,3 milhões na compra de criptomoedas, mas esse dinheiro nunca retornou.
“É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder”, desabafa Scarpa.
Entenda o caso
Para entender essa história, é preciso saber o que a Xland, uma empresa com filial em Rio Branco, no Acre. A Xland é uma frota de investimentos que tem parceria com a empresa WJLC, empresa de Bigode.
Em junho de 2020, Willian passou para Scarpa um arquivo da Xland, o qual dizia: “Essa apresentação é sobre criptomoedas que conversamos”. Scarpa, então, iniciou os investimentos. No contrato em que vinculou com a Xland, a promessa era de ganhos de “até 5% ao mês”. O lateral-direito Mayke, do Palmeiras, também foi vítima deste esquema. O jogador teria feito os mesmos investimentos que Scarpa.
Porém, o que Scarpa não sabia é que há mais de dois anos, o Ministério Público do Acre abriu uma ação civil pública contra a Xland. A empresa, hoje, responde a três processos na Justiça do estado. Ela é acusada de calote em investidores, com cifras em mais de R$ 2 milhões.
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Na quinta-feira (9), em conversa com a polícia, Willian e sua sócia, Camila, reafirmaram que foram vítimas de um esquema de manipulação. Eles revelaram as promessas da Xland, disseram que também fizeram investimentos e, assim como Scarpa, perderam dinheiro. O jogador do Fluminense disse que levou um calote de R$ 17,5 milhões.
Já Gabriel Nascimento, dono da Xland, também disse estar no mesmo barco. Segundo ele, a FTX, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, também o enganou. A FTX, no entanto, faliu em novembro de 2022. Investidores do mundo inteiro tiveram prejuízos.