De volta às arquibancadas – Em meio à pandemia, torcedores comemoram retorno gradual aos estádios

Em março de 2020, o futebol foi paralisado no Brasil devido à pandemia da COVID-19.
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Publicado em 22/10/2021 às 07h56

Os apaixonados pelo esporte tiveram que esperar até junho do mesmo ano, quando os campeonatos foram retomados. Mas havia um porém: para fins de contenção do avanço do vírus no país, foi proibida a venda de ingressos para os jogos, que deveriam acontecer sem a presença do público nas arquibancadas.

Pouco mais de um ano depois, finalmente a espera dos torcedores ansiosos pelo retorno aos estádios acabou. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, em agosto de 2021, um protocolo para a volta do público nos jogos de futebol brasileiro. O documento prevê, como principais requisitos para entrada nos estádios, que o torcedor apresente um teste negativo para COVID-19 de até três (3) dias antes da partida ou, quando os munícipios desejarem, que tenha em mãos apenas a carteirinha de plena vacinação.

O uso obrigatório de máscara, distanciamento social, higienização das mãos e aferição de temperatura corporal também fazem parte das obrigações para acesso aos jogos.

O número de torcedores liberados é chamado de “taxa de normalidade”, de acordo com a Confederação. Os clubes permitiram, até o momento, a venda de ingressos correspondente a 30% da capacidade total dos estádios.

Pontapé inicial para o retorno de torcedores às arquibancadas

A pressão dos clubes para a liberação dos torcedores se iniciou quando a CONMEBOL — principal entidade futebolística sul-americana — autorizou a presença de público nos estádios em duas (2) grandes competições: a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana. O decreto foi publicado pela Federação em seu website no dia 11 de julho. Dias depois, o Flamengo solicitou ao governo do Distrito Federal a liberação para jogar suas partidas da Libertadores com a presença da torcida alvinegra – a partir de então, na capital do país, já que a prefeitura do Rio de Janeiro estava irredutível quanto ao assunto.

Diante da solicitação, o governo do Distrito Federal, no dia 15 de julho, publicou um decreto autorizando a participação da torcida nos jogos em Brasília. O Flamengo prontamente pediu a transferência do seu jogo (em 21 de julho) contra o Defensa y Justicia, da Argentina, para o estádio Mané Garrincha. A partida poderia receber até 15 mil pessoas, o que representava 25% da capacidade de público do local.

O jogo, que marcou o reencontro do Mengão com sua torcida após quase 500 dias, contou com a vitória do clube carioca pelo placar de 4 a 1 e sua consequente classificação para as quartas-de-final da Libertadores – uma recompensa para os mais de cinco (5) mil torcedores rubro-negros presentes na ocasião. Esse foi o primeiro grande clube do país a ter uma partida com público após o início da pandemia.

Pouco tempo depois, no mês de agosto, o Flamengo, Atlético-MG e Cruzeiro conseguiram uma liminar junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para contarem com o apoio de suas torcidas nas arquibancadas em partidas válidas por torneios no território nacional — como a Série A, Copa do Brasil e Série B. A partir daí, a CBF se viu pressionada e foi obrigada a liberar o retorno dos torcedores aos estádios nas competições de sua alçada.

Primeiras partidas com público nos torneios nacionais

O Campeonato Brasileiro das séries A, B, C e D — além da Copa do Brasil — são os torneios organizados pela CBF e voltaram a ter a presença de torcedores nos estádios no mês de agosto. O protocolo publicado pela Confederação pressupõe seu rigoroso cumprimento pelos estados e municípios. Veja a seguir quando retornaram os públicos em cada uma das competições:

  • 20 de agosto: vitória do Cruzeiro por 1 a 0 sobre o Confiança, em Belo Horizonte, pela Série B do Brasileirão. O Mineirão recebeu 4.700 torcedores na partida.
  • 15 de setembro: vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o Grêmio, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil. O Maracanã recebeu 6.446 torcedores.
  • 25 de setembro: Caxias 2×0 União Rondonópolis e Esportivo 1×2 Ferroviária, pelas oitavas-de-final da Série D do Brasileirão. Os públicos foram de 373 pessoas em Caxias do Sul e de 126 pessoas em Bento Gonçalves.
  • 2 de outubro: Fortaleza 0x2 Atlético-GO e Cuiabá 0x2 América-MG, pela 23ª rodada do Brasileirão Série A. Cerca de 2.500 torcedores estavam presentes em ambas as partidas.
  • 3 de outubro: empate de 0 a 0 entre Criciúma e Paysandu, no quadrangular final da Série C do Brasileirão. O público foi de 2.700 torcedores.

Volta do público aos estádios – Dados relevantes

O maior público em território nacional, até aqui, foi na vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o Barcelona do Equador, em partida válida pelas semifinais da Libertadores. Mais de 23 mil rubro-negros estiveram presentes no Maracanã no dia 22 de setembro.

Em torneios nacionais, o recorde está com o Atlético-MG. O atual líder do Brasileirão colocou mais de 16 mil pessoas no Mineirão no dia 13 de outubro e venceu o Santos por 3 a 1, em partida válida pela 26ª rodada da competição.

O último clube da elite a receber torcedores — devido à proibição do governo baiano — em seu estádio foi o Bahia. No dia 12 de outubro, o clube de Salvador recebeu o Palmeiras em partida válida pela 26ª rodada do Brasileirão e empatou por 0 a 0. O público pagante foi de 4.500 pessoas.

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