De olho nos adversários: sete jogos para ficar ligado nas seleções além do Brasil

Lista conta com abertura, início da despedida de Messi aos Mundiais, CR7 e outros destaques para acompanhar além da seleção brasileira do Qatar
Publicado em 16/11/2022 às 22h28

A abertura da Copa do Mundo do Qatar começa neste domingo (20), mas os brasileiros estão ansiosos para quinta-feira (24), dia da estreia do Brasil no Mundial, além dos outros dois jogos que a seleção terá na fase de grupos.

Ao todo, serão 48 partidas na primeira etapa da Copa, e não apenas as partidas do Brasil merecem destaque. Seja pelos personagens envolvidos, ou pela rivalidade que ocorre dentro e fora de campo. Além disso, as outras seleções podem ser futuras adversárias da brasileira, caso avancem. Confira a seguir sete partidas que valem a pena acompanhar:

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Sete partidas além das do Brasil para assistir na Copa do Mundo

  • Catar x Equador – 20/11 – 13h (de Brasília) – Grupo A – 1ª rodada

A partida de abertura acontece no Estádio Al Bayt, e mesmo não reunindo duas seleções populares, será marcante por iniciar o 22º Mundial da história. A princípio, o primeiro duelo seria entre Holanda e Senegal, mas em agosto o Conselho da Federação Internacional de Futebol (Fifa) optou por manter a tradição de 1950, de começar a competição com o atual campeão ou dono da casa em campo.

Foram nove vezes que os países anfitriões abriram a Copa do Mundo (1950, 1958 a 1970 e desde 2006), e nunca saíram do gramado derrotados, sendo seis vitórias e três empates. O Catar, que é estreante, vem com a missão de manter essa tradição. Além disso, o Equador também terá que repetir o que foi feito em 2006, na Alemanha, única vez (das três participações em Mundiais) que eles iniciaram a campanha ganhando.

Tradicionalmente, nos jogos de abertura não são marcados muitos gols. A média é pouco superior a dois por partida (2,16). Porém, desde 2006, ano que os donos da casa voltaram a estar nos duelos, a história tem sido diferente, com média superior a quatro bolas na rede (4,25).

  • Argentina x Arábia Saudita – 22/11 – 7h (de Brasília) – Grupo C – 1ª rodada

Esta será a primeira partida da última Copa de Lionel Messi. Ao entrar em campo, o atacante argentino se tornará o jogador do país com mais Mundiais no currículo, totalizando cinco. Atuando na Copa do Qatar, Messi supera o ex-volante Javier Mascherano e o ídolo Diego Armando Maradona, com quem está empatado, os dois com quatro participações.

Segundo o próprio atacante, a Copa do Qatar será a última da carreira de Messi. Caso o jogador participe, pelo menos, dos três jogos da fase de grupos, Lionel Messi será o atleta argentino com mais jogos em Mundiais. Desde sua estreia, na goleada por 6 a 0 sobre Sérvia e Montenegro, em 2006, o atacante esteve em campo 18 vezes. Atualmente, quem lidera é Maradona, que teve 20 atuações.

Além disso, o adversário da estreia da Argentina nunca começou vitorioso em Mundiais. De cinco participações, quatro foram derrotas, e um empate, sendo duas goleadas: 8 a 0 para a Alemanha, em 2002, e 5 a 0 para a Rússia, em 2018.

  • França x Austrália – 22/11 – 16h (de Brasília) – Grupo D – 1ª rodada

A atual campeã busca agora o tricampeonato, iniciando mais uma vez contra a Austrália. Presentes na vitória por 2 a 1 contra os australianos na fase de grupos em 2018, Hugo Lloris (goleiro), Kylian Mbappé (atacante) e Antoine Griezmann (atacante) foram convocados para o Mundial de 2022.

Historicamente, as seleções campeões mundiais costumam se dar bem ao estrearem na Copa seguinte à conquista. Em 19 ocasiões, o então detentor do título venceu nove vezes. Porém, o cenário passou por mudanças.

No século XXI, isso ocorreu somente em 2006, quando o Brasil superou a Croácia por 1 a 0. Em 2002, a própria França começou com derrota para Senegal, por 1 a 0. Em 2010, teve empate entre a Itália e o Paraguai, por 1 a 1. Em 2014, a Espanha perdeu de goleada para a Holanda: 5 a 1. Por fim, na última edição, a Alemanha perdeu do México por 1 a 0.

  • Portugal x Gana – 24/11 – 13h (de Brasília) – Grupo H – 1ª rodada

Cristiano Ronaldo também pode estar dando adeus aos Mundiais. Pela quinta vez disputando a taça, o jogador busca se tornar o primeiro a balançar as redes em cinco edições seguidas, superando Pelé. O atacante de 37 anos, entretanto, afirma que estaria apto a disputar a próxima Copa do Mundo, em 2026, quando terá 41 anos.

Nos três primeiros Mundiais que participou, o português passou em branco na primeira rodada. Entretanto, o momento de brilhar veio na última Copa, quando marcou três gols no empate por 3 a 3 com a Espanha. Além disso, a Gana já foi uma das vítimas de Ronaldo, em 2014: Portugal bateu a seleção por 3 a 1, na fase de grupos no Mundial do Brasil. Com sete gols, ele está a dois de igualar Eusébio, como atleta que mais marcou por Portugal na história do torneio.

  • Espanha x Alemanha – 27/11 – 16h (de Brasília) – Grupo E – 2ª rodada

As duas seleções juntas têm cinco Copas, sendo quatro da Alemanha (54, 74, 90, 2014), que busca se igualar ao Brasil, e uma da Espanha (2010). O duelo também traz as seleções com mais títulos europeus, sendo três de cada lado.

Esta não será a primeira vez que os rivais do Velho Continente se enfrentam em uma Copa do Mundo. Em 66, na Inglaterra, as seleções jogaram durante a fase de grupos, com a Alemanha (na época Alemanha Ocidental) levando a melhor por 2 a 1. Em 82, o placar se repetiu na segunda fase, agora em solo espanhol. Na edição de 94, também na segunda rodada, resultou num empate de 1 a 1. O confronto mais recente foi em 2010, na África do Sul, quando a Espanha venceu a equipe alemã por 1 a 0.

O histórico de confrontos entre as seleções é equilibrado, com a Espanha tendo uma leve vantagem: foram nove vitórias, contra oito dos alemães, e oito empates. O último jogo, ocorrido em 2020, não traz boas lembranças aos germânicos, que perderam de goleada por 6 a 0 fora de casa, pela Liga das Nações.

  • Irã x Estados Unidos – 29/11 – 16h (de Brasília) – Grupo B – 3ª rodada

Este é um dos jogos mais relevantes da fase de grupos, e o motivo é o contexto geopolítico. Há mais de 40 anos, existe uma tensão entre os dois países, desde a Revolução Islâmica, com o rompimento das relações diplomáticas, além dos Estados Unidos apoiarem o Iraque na guerra contra o Irã.

Em 2015, um acordo com potências mundiais foi firmado. Os iranianos se comprometeram a interromper seu programa nuclear para se livrarem das sanções econômicas. Apesar disso, as sanções foram reestabelecidas em 2018, durante a gestão do ex-presidente Donald Trump. Desde então, um novo acordo é buscado.

Os asiáticos e os norte-americanos disputaram uma partida em um Mundial em meio a outro momento tenso entre as nações. Em 98, o Irã e os Estados Unidos jogaram pela segunda rodada da Copa da França. Com gols de Hamid Estili e Mehdi Mahdavikia, os iranianos venceram por 2 a 1. O temor de um jogo violento foi desfeito pelos próprios jogadores, que se abraçaram e tiraram foto reunidos. Na ocasião, os atletas do Oriente Médio também distribuíram buquês de flores aos adversários.

Agora, além do caráter geopolítico, a partida poderá ser um confronto direto por uma vaga nas oitavas de final, já que acontece na última rodada da fase de grupos.

  • Sérvia x Suíça – 02/12 – 16h (de Brasília) – Grupo G – 3ª rodada

Os rivais do Brasil na fase de grupos podem decidir, nesta partida, quem será o segundo classificado da chave para as oitavas de final. O embate também é marcado pela geopolítica, mas não exatamente entre os países, e sim envolvendo jogadores e o confronto de quatro anos atrás, quando ambas as seleções também figuraram no grupo brasileiro.

Na última Copa do Mundo, o atacante Xherdan Shaqiri e o volante Granit Xhaka fizeram os gols da vitória da Suíça por 2 a 1, de virada. Nas celebrações, ambos cruzaram os punhos e entrelaçaram os polegares, simbolizando uma águia. Trata-se do símbolo da Albânia, país cujo grupo étnico é maioria no Kosovo, nação que declarou independência unilateral da Sérvia em 2008. Shaqiri nasceu em território kosovar e tem pais albaneses. Xhaka é suíço de família kosovar-albanesa, que fugiu da região em meio à guerra da antiga Iugoslávia. As comemorações revoltaram os sérvios, que alegaram provocação.

Além das manifestações, os atletas vinham sendo vaiados pela torcida sérvia. Principalmente Shaqiri, que usa a bandeira kosovar em uma das chuteiras. Outros jogadores suíços com origem ou descendência de países vinculados à Iugoslávia também foram alvo de vaias, como o meia Valon Behrami (outro nascido no Kosovo), já aposentado da seleção.

As celebrações repercutiram mais do que o próprio resultado e renderam multas financeiras aos jogadores, aplicadas pela Fifa por desrespeito ao artigo 57 do Código Disciplinar da entidade, que versa sobre “comportamento contrário aos princípios do fair play em comemorações de gols”. No Qatar, Xhaka e Shaqiri devem estar, novamente, frente a frente com os sérvios, no duelo marcado para o Estádio 974.

Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), iniciando a trajetória no jornalismo esportivo no Sambafoot. Já atuei em diversas editorias, mas minha...