Dias atrás, Khalid Salman, ex-jogador e que hoje é embaixador oficial do Qatar disse à emissora alemã ZDF que homossexualidade é um “dano na mente". A declaração aumentou a lista de polêmicas envolvendo a Copa do Mundo — que inclui questões ligadas a direitos de trabalhadores, à liberdade de expressão e à guerra na Ucrânia.
“Minha esperança inicial era que, assim como fizeram com as melhorias para os trabalhadores imigrantes, eles [os organizadores] apresentassem algumas medidas para melhorar a vida das pessoas LGBT+", diz Paul Amann, fundador do Kop Outs, grupo de torcedores LBGB+ do time inglês Liverpool.
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Relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são ilegais no Catar, com punições que variam de multas à pena de morte.
Mas as autoridades da Copa do Mundo disseram que “todos são bem-vindos" para visitar o país para assistir aos jogos e disseram que ninguém será discriminado, mas episódios como a entrevista de Salman, deixam os homossexuais com medo de ir ao país.
It's almost time…
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— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) November 16, 2022
Protestos de jogadores
Além das críticas de políticos internacionais e grupos de direitos humanos, também houve e haverá protestos dentro do campo. A Dinamarca por exemplo, usará um uniforme com pouca visibilidade para os logotipos do país e da marca da camisa.
O capitão da equipe dinamarquesa, assim como o de outras seleções, como Inglaterra, França, Alemanha e Bélgica, usarão a braçadeira com um logotipo de arco-íris da OneLove, campanha que promove inclusão e igualdade.
Apesar de um pedido das seleções, a Fifa ainda não esclareceu se essa braçadeira viola as regras da Copa do Mundo que proíbem jogadores de fazer declarações políticas durante as partidas, porém, apenas quando a Copa começar é que torcedores e jogadores descobrirão como essas regras serão aplicadas.
Em uma partida das Eliminatórias da Copa, jogadores noruegueses usaram camisas que diziam “Direitos humanos dentro e fora do campo".
O direito aos trabalhadores da construção civil no Catar é outra questão levantada por alguns ativistas. Trabalhadores foram contratados para ajudarem a construir estádios para a Copa do Mundo, mas alguns tiveram que pagar para conseguir empregos, e tiveram problemas para receber seus salários e foram forçados a trabalhar em temperaturas bastante altas.
Alguns relatórios dizem que mais de 6 mil trabalhadores imigrantes morreram desde que 2010, quando o Catar foi anunciado como sede da Copa de 2022. No entanto, o governo Catari diz que “apenas" 37 trabalhadores morreram nos canteiros de obras dos estádios da Copa do Mundo, e que apenas três dessas seriam relacionadas ao trabalho.
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— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) November 16, 2022
Corrupção na candidatura do Catar
As críticas aos direitos LGBT e dos trabalhadores levaram muitas pessoas a questionar a decisão da Fifa de sediar a Copa no Catar. O processo foi marcado por acusações de corrupção, com investigações realizadas por promotores na Suíça e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em 2015.
O Catar sempre negou ter cometido irregularidades, o que foi confirmado por uma investigação conduzida pela própria Fifa em 2017.
Pelo menos um ato positivo
Devido à invasão russa na Ucrânia, a Fifa decidiu expulsar a Rússia da Copa do Mundo ainda durante as eliminatórias. A ação foi elogiada pela comunidade internacional. Punições semelhantes só aconteceram com a Alemanha e Japão, após a Segunda Guerra Mundial, e com a África do Sul durante a era do apartheid.
Com protestos e polêmicas aumentando dentro e fora de campo, esta Copa do Mundo provavelmente continuará sendo manchete por diversos motivos além do futebol.