Como os números do jogo do bicho influenciaram na cultura do futebol brasileiro?

CCJ do Senado Federal aprovou proposta que libera os jogos de azar no Brasil, tais como jogo do bicho, cassino e bingo
2024-06-19 20:54:30

Na tarde desta quarta-feira (19), a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal aprovou uma proposta que libera os jogos de azar no Brasil, tais como o jogo do bicho, o cassino e o bingo.

Foram 14 votos a favor e 12 contrários. Agora, a pauta será levada para o plenário do Senado Federal. Se aprovada, bastará apenas a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quais números do jogo do bicho estão presentes até hoje no futebol?

  • No Atlético-MG, há um fascínio pelo número 13, porque ele representa o galo na cartela do jogo do bicho;
  • Há, inclusive, a expressão entre os atleticanos, que diz: “13 é Galo”;
  • Outro número bastante presente, mas de outra maneira, é o 24, que representa o veado no jogo do bicho;
  • Durante muitos anos, a camisa 24 sequer era utilizada no futebol brasileiro até haver um episódio em janeiro de 2020;

O que aconteceu na época?

Na apresentação oficial do meio-campista Víctor Cantillo, em janeiro de 2020, o jogador recebeu a camisa 8, com a justificativa de o também colombiano Freddy Rincón tê-la usado no final dos anos 90.

Na época, Cantillo disse que gostaria de ter pego a camisa 24, que também utilizou no Junior Barranquilla, da Colômbia. Duílio Monteiro Alves, que era diretor de futebol, chegou a dizer: “24 aqui não”, em alusão ao número do veado no jogo do bicho.

Diante da forte repercussão negativa, Duílio pediu desculpas, e o Corinthians permitiu que Cantillo utilizasse o número 24. O jogador permaneceu no Timão até 2023 e depois retornou ao Junior Barranquilla.

O que é o Jogo do Bicho?

Hoje ilegal, as apostas começaram com algo relacionado a uma diversão inocente, voltada até mesmo, para crianças. João Batista Viana Drummond, um Barão, criou o sorteio.

O empresário, rico, era dono do Zoológico do Rio de Janeiro. Todos os dias, havia um sorteio de bilhetes com figuras de animais, dentro do próprio local, como uma diversão para quem frequentava o espaço.

O dinheiro arrecado servia para a manutenção do zoológico e cuidados dos bichos que ali ficavam. Com o sucesso, outras pessoas copiaram o sorteio por todo o Rio de Janeiro e começaram a fazer suas próprias bancas, já sem relação com o zoológico.

Assim, nascia o “jogo do bicho”, que viraria crime em 1946. A quantidade de dinheiro gerada nas apostas chamou a atenção dos políticos, que criaram a “Lei de Contravenções Penais”.

Uma das explicações reais da proibição era de que, todo o dinheiro que girava no negócio, não passava pelas mãos do Governo, sem impostos a serem pagos.

Por isso, com a ilegalidade, as pessoas tinham as apostas esportivas legalizadas pela Caixa Econômica Federal, a famosa “Loteria”, para continuar apostando e assim, o dinheiro chega as mãos do poder público.

VEJA TAMBÉM:

++ Sambafoot Series estreia com documentário sobre Zagallo
++ Histórias com Zagallo: Zinho perde a mãe no mesmo dia em que venceu a Copa do Mundo de 1994
++ Histórias com Zagallo: a admiração de Jairzinho por Garrincha
++ Histórias com Zagallo: o incômodo de Careca para a convocação de Romário
++ Histórias com Zagallo: o técnico que entendeu a essência da Seleção Brasileira, segundo Tino Marques

Quer ficar por dentro do que acontece de mais importante no “Mundo da Bola”!? Então fique ligado no Sambafoot! Siga nossos perfis no InstagramX (antigo Twitter) e Facebook!