No dia de hoje, 23 de outubro, há 80 anos atrás, nascia o maior jogador de futebol de todos os tempos, que colocou a única seleção pentacampeã do mundo no mapa.
É inegável que Pelé revolucionou o futebol brasileiro, não somente a amarelinha, como também o Santos Futebol Clube. Até hoje reconhecido como o “Santos de Pelé”.
Esse time, na década de 50 e 60 conseguiu ser uma das maiores torcidas do país por conta de o fantástico Edson Arantes do Nascimento.
Pelé também revolucionou o futebol mundial, o “jogo bonito” foi implementado, craques como Zico, Sócrates e até a atual técnica da Seleção Feminina, a sueca Pia Sundhage, foram influenciados pelo Rei, nascido em Três Corações, interior de Minas Gerais.
Por conta disso, o Sambafoot separou cinco vezes que Pelé mudou a história do esporte com a bola no pé. Confira!
Brasil, país do futebol
A máxima produzida internacionalmente que sempre remete o Brasil com “futebol, praia e samba” começou a ser instaurada na década de 50.
No caso esportivo, principalmente em 58 quando um garoto até então chamado Pelé entrou no duelo final e marcou nos 5 a 2 sobre a Suécia, tornando-se o mais jovem campeão da Copa do Mundo, com 17 anos.
O Rei é o único atleta a ganhar o tricampeonato da principal competição do planeta.
Antes dele, o Brasil tinha a ilusão de ter perdido oito anos atrás em casa, a final da Taça Jules Rimet para o Uruguai por 2 a 1, em pleno Maracanã.
Os gols do Rei Pelé são verdadeiras obras de arte, não é mesmo? Essa pintura da Copa de 58 está eternizada em nossas mentes e, agora, nos traços do @danirarte!#Pele80 #ORei80 pic.twitter.com/ih0MubBUyB
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) October 23, 2020
O pesadelo conhecido como Maracanaço ficou marcado pelo maior cronista do futebol brasileiro.
Nelson Rodrigues descreveu o episódio em uma de suas famosas frases. “Em 50, quase houve um suicídio nacional quando não fomos campeões do mundo”
Depois, a imprensa esportiva da época tentou enquadrar a Seleção não a adjetivando como boa, mas como a “melhor do planeta”. Sentimento que impera até hoje.
A quebra do estigma racista pelos atletas brasucas
Um dos maiores vilões de 50 pela imprensa na época foi o goleiro Barbosa. É estranho dizer que após o 7 a 1 o estigma racista continuaria a ser repercutido. Pois, os vilões do episódio: Barbosa, Juvenal e Bigode eram negros.
O futebol brasileiro daquela época, não era como o de hoje. Em 1919, por exemplo, o Brasil teve um craque chamado Arthur Friedenreich, autor do gol da Copa América daquele mesmo ano.
No entanto, como o esporte era de elite, muitos se incomodaram com a cor e o Presidente brasileiro Epitácio Pessoa assinou uma Lei Federal proibindo que jogadores negros ou mulatos fizessem parte da Seleção Brasileira de Futebol.
Pelé, anos mais tardes viria, e ao lado dele, outro craque, Garrincha, colocariam o Brasil no mapa e a questão racial pararia de ser um de incômodo para a tal elite, como se tornaria uma aceitação.
Pelé e a TV colorida
É para lembrar que o maior time de todos os tempos formado por Pelé, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto e companhia, foram tri campeões exatamente 50 anos atrás. Porém, a data não representou apenas uma Copa do Mundo, mudou a história audiovisual.
Era a chegada da televisão a cores em um evento esportivo. O país que já tinha ganhado duas edições, antes, tinha seu público explicitamente ouvindo os triunfos pelo rádio.
Aquela seria a primeira de muitas transmissões a cores. E lá, o Rei conseguiu encantar e demonstrar o porquê é considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Quem não lembra o drible de corpo de Pelé no goleiro uruguaio Ladislao Mazurkiewicz? O lance é considerado um dos mais icônicos da história das copas. Eu não estava nascida e vi o lance!
Futebol nos Estados Unidos
Se hoje temos o desenvolvimento no futebol na terra do Tio Sam, é por conta da passagem de Pelé no New York Cosmos.
O contrato foi de três anos com salários de US$ 2,8 milhões por temporada, o que, significou ser o atleta mais bem pago do mundo.
A contratação gerou um alvoroço da mídia e população, mesmo em um país que na qual o soccer não atraía tanto interesse.
Nos três anos jogados pelo Cosmos, Pelé marcou 37 gols e fez 30 assistências. Além de diversos recordes de públicos.
Às vezes a gente precisava tomar cuidado. Durante um jogo em Boston, milhares de fãs invadiram o campo para comemorar um gol que eu marquei. Na confusão, eu torci meu tornozelo quando caí. Foi um susto na hora, mas tudo deu certo no fim. pic.twitter.com/wtAhx45cQT
— Pelé (@Pele) October 17, 2020
Algo inimaginável, mas que no dia 9 de abril de 1976, 58.128 pessoas estiveram presentes. Depois, no dia 9 de junho de 1977, o público foi de 62.394, para chegar em 14 de agosto de 1977, 77.691 presentes para o jogo que marcou o recorde de público para futebol dos Estados Unidos.
Se hoje vemos craques como o americano Christian Pulisic, desfilando seu futebol no cenário europeu e lendas como David Beckham pisando no país com um campeonato. Devemos muito à chegada de Pelé e sua aventura em Nova York.
Se seu destino fosse outro, talvez estaríamos falando de Pelé no Paris Saint-Germain, já que o craque esteve perto de migrar para lá, antes da chegada ao Cosmos.
Rei do Futebol
Esse tema é polêmico, a geração atual gosta de dizer de Lionel Messi. Os argentinos atribuem o título a Maradona (talvez os italianos também). No entanto, Pelé configurou o futebol de uma forma jamais vista, que até hoje é inalcançável.
A revista France Football, foi uma das primeiras a reconhecer o Rei como o maior de todos, além disso, a mesma fez questão de dar sete Bolas de Ouro para revisar o título único do Rei.
Um craque que até hoje é lembrado pela Fifa. Falar de Brasil é falar de Pelé, e falar de Pelé é falar sobre o futebol.
O peso que o ex-jogador carrega é muito grande, talvez somente alguém que nunca o viu jogar dirá que houve alguém melhor do que ele.
Afinal, finalizava bem com os dois pés, além de ter tido uma carreira incrivelmente curta e vitoriosa, coisa que seus rivais jamais chegarão e se chegarem, será com anos a mais de bagagem.