A CBF firmou parceria com o coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ com o objetivo de combater a LGBTfobia no esporte. A iniciativa pretende tornar o futebol brasileiro um espaço mais inclusivo e com menos preconceito.
O coletivo, criado em 2019, trabalha para alertar a sociedade sobre agressões, intolerância ou rejeição às pessoas que pertencem à comunidade LGBTPQIA+. Entre as iniciativas do grupo estão campanhas e ações de conscientização.
O Torcidas Canarinhos criou o Observatório da LGBTfobia no Futebol, apresentando um relatório anual sobre casos denunciados envolvendo esse tipo de crime. O Observatório também divulgou um manual de boas práticas destinado a atletas, clubes, torcidas e federações.
Entre janeiro de 2020 a julho de 2021, o relatório denunciou 42 casos de LGBTfobia no futebol, sendo que em quatro situações o agressor foi um clube. A edição com dados referentes a 2022 será publicado no primeiro semestre do próximo ano, com apoio da CBF.
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O material será impresso e distribuído a todos os clubes que participam de competições nacionais, federações e justiças desportivas. A intenção do coletivo é que a divulgação do relatório aumente a visibilidade da campanha, trazendo informação e orientação para o meio futebolístico.
Para o co-fundador da Torcidas Canarinhos, Yuri Senna, a parceria com a CBF sanciona o trabalho do coletivo em prol da comunidade LGBTPQIA+.
O coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ lançou recentemente o primeiro anuário sobre a lgbtfobia no futebol. É um documento completo que aborda diversos aspectos da vivência de pessoas LGBTQIAP+ no futebol brasileiro.
Inicialmente o documento foi distribuído virtualmente, mas pic.twitter.com/TZbm5TcUD0— Canarinhos LGBTQ+ (@Canarinhoslgbt) November 7, 2022
“Poder contar com o apoio da CBF para alcançar mais resultados com o anuário é poder criar caminhos e ferramentas para o combate à LGBTfobia no futebol brasileiro. Daqui para frente, sabemos que temos mais um parceiro conosco”, afirmou.
Uma das primeiras ações do coletivo foi a aproximação de entidades ligadas ao futebol, como a CBF, e a à política, entre elas o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJS), o Ministério de Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República (PGR). O grupo ainda procurou o Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secretaria de Esporte, Ministério de Direitos Humanos, Câmara Federal, Senado Federal e clubes de futebol.
Sobre a CBF, Onã Rudã, criador da Canarinhos ao lado de Yuri Senna, acredita que a parceria vai trazer credibilidade ao coletivo para aumentar o alcance das campanhas no futebol brasileiro.
“Estar com a CBF é estar com quem faz o futebol no Brasil. Quando a CBF toma uma posição de nos apoiar, nosso documento fica referendado para se tornar um guia para os clubes e federações apoiarem a causa”, concluiu Rudá.
Para ambos, a colaboração entre as instituições abre portas e possibilita difundir informações. Com o apoio, a Torcidas Canarinhos vai conseguir divulgar melhorar as campanhas e conquistar mais espaço junto aos clubes e federações.
A Canarinhos LGBTQ+ é o Coletivo Nacional de Torcidas LGBTQIA+ de futebol, e conta com 19 torcidas LGBTQIA+ de 18 clubes diferentes, entre série A, B, C e D, em todas as regiões do Brasil.