Caso Daniel Alves – Por que apenas o depoimento da vítima será confidencial?

Decisão judicial torna público o julgamento de Daniel Alves por acusação de estupro em Barcelona
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Publicado em 02/02/2024 às 13h01

Na última quinta-feira, dia 1 de fevereiro, a Justiça espanhola definiu os detalhes do julgamento do ex-jogador de futebol Daniel Alves, acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em Barcelona.

O processo terá início na próxima segunda-feira, 5 de fevereiro, com os juízes da capital espanhola optando por uma audiência pública, rejeitando solicitações tanto do Ministério Público quanto dos advogados de defesa da vítima para que o julgamento fosse realizado a portas fechadas. No entanto, o depoimento da jovem será mantido em sigilo para preservar sua identidade.

Julgamento de Daniel Alves

  • O tribunal rejeitou o pedido do Ministério Público e do advogado da jovem para realizar o julgamento de forma privada;
  • A única exceção concedida permite que o depoimento da vítima seja realizado em sigilo, prática comum em casos de abuso sexual, visando proteger sua identidade e evitar uma “dupla vitimização”;
  • O julgamento do ex-jogador da seleção brasileira deve durar três dias, com início marcado para a próxima segunda-feira, 5 de fevereiro.

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Por que o depoimento da jovem será mantido em sigilo?

A decisão foi tomada após Lúcia Alves, mãe do ex-jogador da seleção brasileira, utilizar suas redes sociais para questionar o caso e expor fotos da jovem em momentos com amigos, além de dados pessoais da moça.

Mesmo com a audiência pública, foram estabelecidas limitações de acesso, incluindo a proibição de gravações e fotografias da vítima e de familiares que possam testemunhar.

Precauções extras

Apesar de haver uma gravação própria da audiência, por motivos de segurança, o Tribunal concordou em alterar as imagens e o áudio para dificultar a identificação da vítima, prevenindo vazamentos de dados oficiais.

A decisão também impõe que o Ministério Público, testemunhas, advogados e peritos não mencionem o nome ou apelido da jovem, referindo-se a ela apenas como “denunciante”.

Vale lembrar que, em 31 de dezembro de 2022, data em que o suposto abuso teria ocorrido, a vítima expressou preocupação à polícia quanto à exposição de sua identidade e informações pessoais.

Os magistrados reconhecem que, devido à repercussão do caso, à quantidade de informações e ao impacto midiático, a exposição pública pode revitimar a jovem, resultando na perda de sua privacidade.

Como será o julgamento?

O processo incluirá o depoimento de Daniel Alves e de 28 testemunhas presentes na boate na noite do suposto estupro, ocorrido em 30 de dezembro de 2022. Essas testemunhas foram indicadas tanto pela defesa quanto pela acusação.

Daniel Alves deve falar na primeira sessão

Daniel Alves deve prestar depoimento já na primeira sessão, em 5 de fevereiro, enquanto seis testemunhas serão ouvidas no mesmo dia. As outras 22 testemunhas deporão no dia seguinte.

A última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a procedimentos periciais, que culminarão na apresentação de um relatório e conclusões.

Juíza não tem prazo definido para elaborar a sentença

Após essas etapas, a juíza Isabel Delgado Pérez, responsável pelo caso, ficará encarregada de elaborar a sentença.

De acordo com as informações divulgadas pelo G1, o tribunal afirmou que ainda não há um prazo definido para o veredito final, e enquanto aguarda, Daniel Alves permanecerá em prisão preventiva, conforme a atual decisão judicial.

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Meu nome é Tatiana Oliveira, sou jornalista e estou dando meus primeiros passos na cobertura esportiva. Anteriormente, atuei como redatora e editora de entretenimento no...