A emissora espanhola Telecinco teve acesso exclusivo a uma conversa da jovem de 23 anos, que teria sido vítima de estupro pelo jogador brasileiro Daniel Alves. Na gravação, a mulher conversava com policiais logo após o suposto ocorrido, numa boate em Barcelona, em dezembro de 2022. A TV divulgou as conversas nesta quinta-feira (11).
Alerta de gatilho: algumas falas podem ser fortes.
Quais são as novas informações?
> A câmera de um dos agentes policiais teria sido acionada acidentalmente, ao chegarem no local, e acabou gravando todo o depoimento da jovem poucos minutos após o suposto estupro.
> A mulher explicou aos policiais que eles poderiam não acreditar nela, já que as imagens internas da boate a mostravam indo voluntariamente ao banheiro.
> “Entrei voluntariamente no banheiro e, depois de alguns beijos, disse a ele que queria sair e ele falou que não. E fechou o trinco [da porta]. Ele começou a me dizer coisas desagradáveis, como "você é minha putinha" e começou a me bater. Ele jogou minha bolsa no chão e me bateu“, disse, enquanto chorava.
> Ao ver que a jovem não conseguia mais falar, uma amiga confirma ao policial: “Houve penetração".
> Com o relato e a confirmação, o policial chama uma ambulância e diz que a suposta vítima deve denunciar o ocorrido.
> Neste momento, ainda chorando, a jovem diz: “Ninguém vai acreditar em mim porque vão ver nas câmeras que entrei voluntariamente no banheiro".
> Após a fala, a bateria da câmera de segurança do agente acaba, e a gravação é cortada.
> Jornais da Catalunha, como La Vanguardia e El Publico, destacam que a gravação é um documento audiovisual muito importante e essencial na investigação do caso.
> Daniel Alves segue preso preventivamente na Espanha, sem data para julgamento.
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O brasileiro deverá continuar preso na Catalunha durante a investigação. Na última semana, o juiz de instrução acatou o pedido da defesa de Alves para que a parte do jogador seja representada no interrogatório da jovem. Inicialmente, o magistrado concordou que apenas peritos do tribunal pudessem fazer a avaliação psicológica da jovem.
Vítima tem medo de sair de casa e diz ter “raiva, tristeza e nojo"
A jovem de 23 anos ainda estaria afastada do trabalho, e frequenta duas vezes por mês uma associação especializada que atende pessoas que sofreram violência sexual, segundo o jornal La Vanguardia.
Na última ida ao médico legista, a mulher teria dito sentir “raiva, tristeza e nojo" ao lembrar do ocorrido. Ainda de acordo com o veículo, a jovem não escondeu a angústia causada após ter sua versão do ocorrido questionada.
A suposta vítima também teria medo de sair de casa, acreditando ter um detetive contratado por Alves ou pela defesa do atleta, para segui-la.