Walter Casagrande declarou, em entrevista ao site “SportBuzz”, os motivos que dificultaram a sua presença no velório de Pelé — cerimônia que durou 24 horas na Vila Belmiro, entre os dias 2 e 3 de janeiro. O comentarista afirmou que a sua ausência se deu por um tipo de autocuidado que tem para evitar fortes situações que o levam a ter recaídas emocionais.
Casão ainda revelou que a mesma situação o impediu de estar no enterro de familiares e até de grandes amigos, como Sócrates — companheiro nos tempos de Corinthians.
— Para mim foi muito chocante, apesar de saber que podia acontecer (a morte de Pelé, que estava internado desde 29 de novembro) por conta das notícias. Foi muito impactante. Todo mundo sabe que sou dependente químico, fiquei internado por um ano. Estou muito bem, não bebo, não fumo, estou distante das drogas, mas eu tenho umas regras que tenho que colaborar para que eu me mantenha (bem) — ressaltou Casagrande.
O ex-jogador disse não ter risco de retornar ao uso de entorpecentes. No entanto, momentos de extrema tristeza provocam a situação de dependência.
— Eu não corro risco de recaídas para drogas, mas corro riscos de recaídas emocionais. No tratamento que tenho hoje, uso antidepressivo, ansiolítico, antipsicótico e estabilizador de humor. Tudo isso para que eu não tenha queda emocional. Eu fiquei muito tempo congelado por conta das drogas e, quando eu voltei limpo e comecei a ver a vida como ela é, as emoções passaram a bater muito fortes — explicou Casagrande, que continuou:
— E eu não fui ao velório do Pelé exatamente por isso. Eu não vi o meu pai no caixão, que morreu em 2020, não vi a minha mãe, não vi o Sócrates. A última pessoa (que vi em velório) foi o Marcelo Fromer lá em 2001, mas também não vi muito. Com a morte de Gal (Costa) eu chorei muito, com o Jô (Soares), Rolando Boldrin e Isabel. E aí veio o Pelé. Não é uma justificativa (a ausência no funeral), é uma realidade dos fatos. E eu cuido disso exatamente para não ter queda emocional — completou.
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