Baixo número de mulheres e negros nos bastidores do futebol brasileiro é alarmante!

Através da Lei 14.611/2023, todo empregador privado com mais de 100 funcionários é obrigado a fornecer dados sobre o número de funcionários
Publicado em 05/04/2024 às 16h30

Dados recentes divulgados pelo Ministério do Trabalho permitem que torcedores de todos os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tenham acesso a informações cruciais sobre a força de trabalho de suas instituições.

Isso inclui não apenas o número de funcionários, mas também a representatividade feminina e racial, bem como a diferença salarial entre homens e mulheres.

O que se sabe?

  • Através da Lei 14.611/2023, todo empregador privado com mais de 100 funcionários é obrigado a fornecer esses dados;
  • A primeira edição do “Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios” foi recentemente publicada, dando aos brasileiros uma visão mais clara da composição de suas equipes;
  • Surpreendentemente, entre os 20 clubes da Série A, apenas sete divulgaram esses dados em seus sites. Isso levanta a questão: por que a transparência ainda é uma questão tão escassa em muitas instituições esportivas?

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Participação da mulher

Quando se trata da participação feminina no quadro de funcionários, os números são reveladores.

O Athletico-PR se destaca com a maior porcentagem de mulheres em sua força de trabalho, com 35,3%, seguido de perto pelo Fluminense com 32,9%.

No entanto, é alarmante ver que muitos clubes ainda estão muito abaixo da média nacional de empresas privadas, com números tão baixos quanto 0,9% e 8,3%.

Mulheres negras

A representatividade das mulheres negras também é uma área preocupante. Enquanto a média nacional no setor privado é de 17%, apenas alguns clubes conseguem superar essa barreira.

O Fortaleza, Bahia, Vitória e Cruzeiro são os únicos que ultrapassam essa marca, com números tão baixos quanto 4,4% em alguns casos.

Homens negros

Em contrapartida, os números de homens negros na força de trabalho são mais promissores, especialmente nos clubes nordestinos. Vitória, Bahia e Fortaleza lideram com porcentagens impressionantes, enquanto outros clubes ainda têm muito a melhorar.

Salários

Quando se trata de salários, a disparidade de gênero é chocante. No Brasil, a remuneração das mulheres equivale a apenas 80,6% dos homens, mas em muitos clubes essa diferença é ainda mais acentuada.

Apenas dois clubes estão acima da média nacional nesse aspecto, enquanto em 16 clubes as mulheres ganham menos da metade do que os homens.

Oportunidade

É importante ressaltar que o Ministério Público ofereceu espaço para os clubes explicarem essas disparidades, mas apenas um clube se manifestou até agora.

O Internacional alegou que o relatório não considerava as peculiaridades dos clubes de futebol, mas, ao fazê-lo, mantinha a equidade salarial entre homens e mulheres.

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