A Seleção Iraniana foi convocada para a Copa do Mundo 2022 e o atacante Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen, está na relação dos atletas de Carlos Queiroz. Contudo, quase ficou de fora por ativismo político.
Em resumo, o jogador postou uma mensagem nas redes sociais sendo contra a forma brutal que o país trata as mulheres. A saber, em setembro, uma mulher iraniana, Mahsa Amini, foi presa por supostamente violar o código de vestimenta do Irã.
Assim, a mulher acabou sendo assassinada sob custódia da polícia iraniana. Por outro lado, seu assassinato foi seguido por vários protestos contra a brutalidade e a repressão policial, fazendo com que diversos jogadores, em especial Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen, não se calasse frente ao assunto.
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Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen, desafia governo do Irã
De certa forma, nem se deve chamar ativismo político, sendo mais voltado a questões de direitos humanos a morte de Mahsa Amini. Entretanto, o que no Brasil e boa parte do mundo a questão de vestimenta seja de livre escolha do indivíduo, alguns países que tem como religião o Islã, as coisas bem são diferentes.
O Islamismo é professado por 99,9% da população iraniana. Deste modo, lenço (véu) na cabeça e calças compridas são de uso obrigatório para mulheres. As roupas devem ser largas, não marcando o corpo.
E caso isso esteja errado, existe uma Polícia Religiosa, criada especialmente para fiscalizar situações do tipo. Tirar o véu em público é visto como um ato de rebeldia e desafio ao governo, não raramente punido com detenção.
Então, Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen, se expressou publicamente sobre o caso de Amini:
“Pelas regras da seleção, somos proibidos de falar até o campo de treinamento terminar, mas não posso mais ficar quieto. Se for expulso da seleção nacional por isso, este sacrifício não vale nem um único fio de cabelo na cabeça de uma mulher iraniana. Vocês deveriam se envergonhar pela facilidade com que matam pessoas. Viva as mulheres do Irã” – desabafou o atacante.
Tentativa de boicote da Federação Iraniana em Azmoun
Decerto, segundo o diário Olé, a Federação Iraniana estaria pressionando o técnico Carlos Queiroz a não convocar o jogador do Bayer Leverkusen, o que foi negado, afinal, o atleta foi convocado para defender o time na Copa do Mundo 2022.
Ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter criticou a FIFA por falta de coragem em banir o Irã da Copa do Mundo 2022
De acordo com o veículo suíço Blick, em vídeo de Blatter, o ex-mandatário da FIFA acusa e entidade máxima do futebol de falta de coragem de banir o Irã:“O Irã deveria ser excluído da Copa do Mundo”.
“Ele (Gianni Infantino) já está tendo problemas para montar um fundo junto com os cataris, para todos os trabalhadores que morreram na construção da infraestrutura. Acho que deveria ser feito por alguém da Fifa que tenha coragem. Mas Infantino não tem. Nem tem coragem de dar uma resposta aos jornalistas”, destacou Blatter.
No início da semana, Blatter admitiu que dar ao Catar a Copa do Mundo de 2022 foi um erro. O país árabe venceu em 2010 após uma decisão controversa que teve um papel na renúncia de Blatter em 2015.
“É um país pequeno demais. O futebol e a Copa do Mundo são grandes demais para isso. Foi uma escolha ruim. E eu era responsável por isso como presidente na época”, admitiou o ex-presidente da FIFA.