Abel Ferreira, do Palmeiras, pede desculpas por fala xenofóbica em coletiva

O Palmeiras venceu o Atlético-GO na última quinta-feira (11) e garantiu mais três pontos na tabela, assumindo a vice-liderança do Brasileirão 2024. Após o jogo, na coletiva, o técnico Abel Ferreira utilizou uma expressão xenofóbica ao analisar a vitória do Verdão.

Durante a entrevista, Abel disse que o Palmeiras “não é uma equipe de índios". A fala repercutiu negativamente e, nesta sexta-feira (12), o treinador publicou um pedido de desculpas, em especial às comunidades indígenas, pela expressão utilizada.

Palmeiras em 2024

• O Verdão é o 2º colocado do Brasileirão 2024, com 33 pontos;
• Na Libertadores, o Alviverde avançou na liderança do Grupo F, em busca do tetracampeonato;
• O time de Abel Ferreira foi campeão paulista neste ano e ainda disputa a Copa do Brasil em 2024.

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Abel Ferreira se desculpa após fala xenofóbica

Na publicação feita em seu Instagram, o técnico reconheceu que errou ao dizer o termo “time de índios" ao analisar a vitória do Palmeiras por 3 a 1 sobre o Atlético-GO, na última quinta (11).

No pedido de desculpas, Abel Ferreira destaca que repudia toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Leia o texto assinado pelo treinador abaixo, na íntegra:

“Repudio toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Infelizmente, há expressões que continuamos a perpetuar sem que nos debrucemos sobre o seu conteúdo. Errei ao usar uma dessas expressões na coletiva de imprensa. Reconheço que palavras têm poder e impacto, independentemente da intenção. Devemos todos questionar, pensar e melhorar todos os dias. Peço desculpa a todos e, em especial, as comunidades indígenas“, diz o pedido de desculpas.

Abel Ferreira se desculpa com comunidades indígenas após fala xenofóbica durante coletiva de imprensa. Foto: Reprodução/Instagram

Relembre

Durante a entrevista coletiva no Allianz Parque, após Palmeiras 3 x 1 Atlético-GO, Abel Ferreira falava sobre os encaixes do time quando citou os indígenas, fazendo referência à desorganização.

“Aníbal tem uma dinâmica muito boa e por isso queríamos muito esse jogador. A direção não conseguiu trazer quando precisávamos, porque não dava. Foi quando nós conseguimos e ainda bem em boa hora que nós o trouxemos. Eu diria que ele é o equilíbrio, o pêndulo da nossa equipe. Dá confiança para aqueles quatro, cinco, seis chegaram à área, e ele com o Vitor [Reis] hoje e o Gómez, e o Rocha ou Mayke, puderem equilibrar a equipe a dar liberdade aos da frente para atacar", começou Abel.

“Porque isso não é uma equipe de índios. Há uma organização e dentro dessa organização há liberdade para eles criarem, para se ligarem e há princípios de jogo que nós temos, um deles é o equilíbrio, e o Aníbal é um desses pêndulos, esse motorzinho, que não só tem como tarefa ser a primeira cobertura, como também ligar jogo e pôr a equipe a jogar", acrescentou, ao fazer a análise.

#xenofobia ⚽️ Técnico do Palmeiras diz que time ‘não é uma equipe de índios’

👉 Abel Ferreira, usou uma expressão considerada xenofóbica contra indígenas para avaliar a organização do time com a chegada do volante Aníbal Moreno. A declaração do português foi registrada na… pic.twitter.com/mwgndxRsk1

— Cenarium (@cenariumam) July 12, 2024

Após a entrevista, o técnico havia se posicionado por meio da assessoria de imprensa do clube, alegando que, “em momento algum teve a intenção de ofender alguém" e que “utilizou uma expressão comum no futebol".

“Vivo e trabalho no Brasil desde 2020 e tenho profundo respeito por todos os brasileiros. As pessoas já conhecem o meu caráter, as minhas condutas e as minhas ações sociais. Sabem também que eu repudio por completo toda forma de preconceito“, disse, em nota.

Xenofobia é crime no Brasil

A Lei Federal 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo, também inclui a xenofobia, e prevê punição para os “crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

O técnico português também chegou a ser alvo de xenofobia recentemente, após o diretor de futebol do rival São Paulo, Carlos Belmonte, se referir ao treinador do Palmeiras como “português de merda".

O episódio aconteceu após o clássico Choque-Rei pelo Paulistão, em confusão após a partida no túnel dos vestiários. Antes do reencontro entre os times, pelo Brasileirão, o dirigente pediu desculpas e abraçou Abel Ferreira no corredor do MorumBIS.