Por Alexandre Corrêa (texto)
Enviados Especiais/Guayaquil
O clima entre os jogadores do Inter antes da partida era de mobilização total. O grupo sabia que a vitória seria vital para seguir com chances de classificação para a próxima fase da Copa Libertadores da América. Na noite anterior à partida, uma palestra do consultor motivacional Evandro Mota no hotel da equipe em Guayaquil já começava a preparar o grupo para a decisão. No plano tático, o auxiliar técnico Robertinho, que havia assistido aos últimos jogos e treinamentos do Emelec no Equador, preparou um relatório para o técnico Abel Braga.
Quando o Inter foi a campo se deparou com um clima inóspito. O Estádio George Capwell, com capacidade para cerca de 22 mil pessoas, estava com cerca de 15 mil torcedores ávidos por uma vitória que manteria o Emelec com chances de classificação. Cerca de 50 minutos antes do jogo começar, o sistema de som passou a tocar em alto volume uma música latina de apoio ao Emelec. O problema foi que a música foi tocada repetidamente durante 30 minutos. Irritante.
Vinte minutos para o apito inicial e o estádio passou a aplaudir uma pessoa que entrava no gramado. Era o presidente do Equador, Rafael Correa, que é torcedor do Emelec e foi ao estádio conferir o time. O Emelec entrou em campo com faixas dando parabéns a Correa, que estava de aniversário.
Para o Inter, a vitória era igualmente importante e, por isso, o técnico Abel Braga escalou uma equipe com o que havia de melhor à disposição.Na defesa, Índio, Edinho e o peruano Hidalgo formaram a primeira linha. Logo à frente, Wellington Monteiro, recuperado de lesão, Vargas e Fernandão, também de volta ao time, representavam o miolo do meio-campo com Ceará e Rubens Cardoso nas alas. No ataque, Alexandre Pato e Iarley, titulares na conquista do Mundial, tinham a tarefa de marcar os gols.
Alexandre Pato, por sinal, era o jogador mais assediado pelos equatorianos e mais procurado pela imprensa local. Ao chegar ao estádio para o reconhecimento do gramado no dia anterior, os dirigentes do Emelec perguntavam se Pato iria jogar. Conheciam o garoto do primeiro confronto entre os dois times realizado no Beira-Rio, quando o Inter venceu por 3 a 0 e o atacante teve grande atuação.
O Emelec tinha um desfalque importante: o goleiro argentino Elizaga, que com uma lesão no joelho foi vetado para a partida. O time não passava por bom momento no campeonato local e encarava o jogo como a última chance de classificação. Além disso, a motivação era maior por encarar o atual campeão da América e do Mundo.
O começo do jogo foi bastante difícil para o Inter.O time equatoriano buscou pressionar para marcar o gol cedo, criando boas oportunidades. A 1min55seg, Jaime Caicedo arriscou da intermediária com força e Clemer salvou para escanteio. Em seguida, aos 3min15seg, Morales recebeu lançamento, entrou livre na área e concluiu pra grande defesa de Clemer. Aos 5min45seg, Arroyo penetrou na área pelo lado esquerdo e chutou no corpo da zaga colorada.
A primeira chegada do Inter ocorreu aos 8min25seg quando Edinho deu bom lançamento para Pato, na direita. O garoto cruzou e Fernandão cabeceou para defesa de Angulo. Os equatorianos responderam aos 9min40seg com jogada ensaiada para Arroyo, que arrematou de fora da área por cima.
O Inter apostava nos contra-ataques para a velocidade de Iarley e Alexandre Pato, mas errava no último passe. Já o Emelec se movimentava bastante e procurava as penetrações na área do Inter, principalmente com os passes de Rivera. Aos poucos, porém, a equipe de Abel Braga passou a ameaçar mais, principalmente com Alexandre Pato.
Aos 21min20seg, Ceará cruzou da direita e Iarley cabeceou dividindo com a zaga. Aos 26min45seg, em cruzamento da direita, a bola passou por Hidalgo e Viatri cabeceou com perigo. Aos 32min30seg, Fernandão deu grande passe para Alexandre Pato, que entrou na área e concluiu cruzado ao lado do gol, com perigo.
Aos 36min10seg, o gol do Inter. Alexandre Pato recebeu na área e recuou para Fernandão chutar forte. O goleiro defendeu parcialmente, mas Iarley pegou o rebote e chutou para fazer 1 a 0, quase sem ângulo. Foi o segundo gol do atacante colorado na temporada, o primeiro na Libertadores. A torcida do Emelec emudeceu e se pôde ouvir os gritos de festa do banco de reservas colorado.
Aos 40min45seg, Alexandre Pato foi lançamento por Iarley e tentou encobrir o goleiro, mas a bola bateu no corpo de Angulo. Quase o segundo gol. Aos 46min40seg, quando o Inter controlava a partida, o Emelec cobrou uma falta para a área, a zaga colorada fez a linha do impedimento e a bola foi passada para Arroyo, livre, empatar o jogo. Foi o último movimento da etapa inicial.
Na volta para o segundo tempo, os jogadores colorados se reuniram no campo e fizeram uma roda, demonstrando a disposição para a vitória. E ela veio. Com uma grande atuação na etapa final, a equipe do técnico Abel Braga mereceu os três pontos na distante Guayaquil.
Aos 3min15seg, Ceará cobrou falta ao lado da área e a bola cruzou a pequena área e saiu. Aos 6min50seg, Rubens Cardoso deu grande lançamento para Alexandre Pato, na área. O atacante matou a bola e colocou com categoria: 2 a 1. Foi o terceiro gol de Alexandre na temporada, o segundo na Libertadores. O estádio silenciou novamente por alguns instantes.
No banco de reservas, o grupo de suplentes dava a maior força para o time, como símbolo de união. Os atletas ficavam de pé e incentivavam o time em campo a cada jogada. Perdigão era quem mais gritava e gesticulava, passando instruções aos companheiros.
Enquanto isso, o Emelec passou a se jogar mais ao ataque, deixando espaços para os contra-ataques do Inter. Os passes errados dos equatorianos irritavam a torcida no Estádio George Capwell. Aos 16min30seg, o Emelec mudou pela primeira vez: saiu Viatri e entrou Ayovi. Pouco mudou no jogo. Então aos 20min, saiu Morales, que a torcida chamava de "Xuxa", e entrou o atacante Ladines. O Inter seguia marcando forte, não dando espaços para os equatorianos. Aos 22min20seg, Fernandão deu grande passe para Rubnes Cardoso que cruzou da esquerda e o goleiro Angulo salvou, quando Alexandre Pato iria concluir.
Aos 23min e aos 23min30seg, a equipe de Guayaquil ameaçou pela primeira vez na etapa final. No primeiro movimento, depois de cruzamento da esquerda, o atacante furou na área. No seguinte, Clemer salvou com os pés um cruzamento rasteiro da direita.
Aos 26min, saiu Índio com uma lesão e entrou Ediglê. Aos 29min20seg, Iarley cruzou da direita e Fernandão chutou de primeira, na entrada da área, quase marcando um golaço. A bola passou muito perto. Aos 30min, Iarley deu lugar a Michel. Dois minutos depois, saiu Mercado e entrou Corozo, na última substituição do time da casa.
Por Alexandre Corrêa (texto)
Alexandre Lops (fotos)
Enviados Especiais/Guayaquil
O clima entre os jogadores do Inter antes da partida era de mobilização total. O grupo sabia que a vitória seria vital para seguir com chances de classificação para a próxima fase da Copa Libertadores da América. Na noite anterior à partida, uma palestra do consultor motivacional Evandro Mota no hotel da equipe em Guayaquil já começava a preparar o grupo para a decisão. No plano tático, o auxiliar técnico Robertinho, que havia assistido aos últimos jogos e treinamentos do Emelec no Equador, preparou um relatório para o técnico Abel Braga.
Quando o Inter foi a campo se deparou com um clima inóspito. O Estádio George Capwell, com capacidade para cerca de 22 mil pessoas, estava com cerca de 15 mil torcedores ávidos por uma vitória que manteria o Emelec com chances de classificação. Cerca de 50 minutos antes do jogo começar, o sistema de som passou a tocar em alto volume uma música latina de apoio ao Emelec. O problema foi que a música foi tocada repetidamente durante 30 minutos. Irritante.
Vinte minutos para o apito inicial e o estádio passou a aplaudir uma pessoa que entrava no gramado. Era o presidente do Equador, Rafael Correa, que é torcedor do Emelec e foi ao estádio conferir o time. O Emelec entrou em campo com faixas dando parabéns a Correa, que estava de aniversário.
Iarley comemora: Inter decidirá contra o Nacional de Montevidéu uma vaga nas oitavas-de-final da Libertadores
Para o Inter, a vitória era igualmente importante e, por isso, o técnico Abel Braga escalou uma equipe com o que havia de melhor à disposição.Na defesa, Índio, Edinho e o peruano Hidalgo formaram a primeira linha. Logo à frente, Wellington Monteiro, recuperado de lesão, Vargas e Fernandão, também de volta ao time, representavam o miolo do meio-campo com Ceará e Rubens Cardoso nas alas. No ataque, Alexandre Pato e Iarley, titulares na conquista do Mundial, tinham a tarefa de marcar os gols.
Alexandre Pato, por sinal, era o jogador mais assediado pelos equatorianos e mais procurado pela imprensa local. Ao chegar ao estádio para o reconhecimento do gramado no dia anterior, os dirigentes do Emelec perguntavam se Pato iria jogar. Conheciam o garoto do primeiro confronto entre os dois times realizado no Beira-Rio, quando o Inter venceu por 3 a 0 e o atacante teve grande atuação.
Alexandre Pato correspondeu à expectativa da imprensa equatoriana
O Emelec tinha um desfalque importante: o goleiro argentino Elizaga, que com uma lesão no joelho foi vetado para a partida. O time não passava por bom momento no campeonato local e encarava o jogo como a última chance de classificação. Além disso, a motivação era maior por encarar o atual campeão da América e do Mundo.
O começo do jogo foi bastante difícil para o Inter.O time equatoriano buscou pressionar para marcar o gol cedo, criando boas oportunidades. A 1min55seg, Jaime Caicedo arriscou da intermediária com força e Clemer salvou para escanteio. Em seguida, aos 3min15seg, Morales recebeu lançamento, entrou livre na área e concluiu pra grande defesa de Clemer. Aos 5min45seg, Arroyo penetrou na área pelo lado esquerdo e chutou no corpo da zaga colorada.
A primeira chegada do Inter ocorreu aos 8min25seg quando Edinho deu bom lançamento para Pato, na direita. O garoto cruzou e Fernandão cabeceou para defesa de Angulo. Os equatorianos responderam aos 9min40seg com jogada ensaiada para Arroyo, que arrematou de fora da área por cima.
Fernandão teve atuação destacada contra o Emelec
O Inter apostava nos contra-ataques para a velocidade de Iarley e Alexandre Pato, mas errava no último passe. Já o Emelec se movimentava bastante e procurava as penetrações na área do Inter, principalmente com os passes de Rivera. Aos poucos, porém, a equipe de Abel Braga passou a ameaçar mais, principalmente com Alexandre Pato.
Aos 21min20seg, Ceará cruzou da direita e Iarley cabeceou dividindo com a zaga. Aos 26min45seg, em cruzamento da direita, a bola passou por Hidalgo e Viatri cabeceou com perigo. Aos 32min30seg, Fernandão deu grande passe para Alexandre Pato, que entrou na área e concluiu cruzado ao lado do gol, com perigo.
Aos 36min10seg, o gol do Inter. Alexandre Pato recebeu na área e recuou para Fernandão chutar forte. O goleiro defendeu parcialmente, mas Iarley pegou o rebote e chutou para fazer 1 a 0, quase sem ângulo. Foi o segundo gol do atacante colorado na temporada, o primeiro na Libertadores. A torcida do Emelec emudeceu e se pôde ouvir os gritos de festa do banco de reservas colorado.
Iarley, quase sem ângulo, chuta para abrir o placar em Guayaquil
Iarley (D) parte para a comemoração com Ceará
Aos 40min45seg, Alexandre Pato foi lançamento por Iarley e tentou encobrir o goleiro, mas a bola bateu no corpo de Angulo. Quase o segundo gol. Aos 46min40seg, quando o Inter controlava a partida, o Emelec cobrou uma falta para a área, a zaga colorada fez a linha do impedimento e a bola foi passada para Arroyo, livre, empatar o jogo. Foi o último movimento da etapa inicial.
Na volta para o segundo tempo, os jogadores colorados se reuniram no campo e fizeram uma roda, demonstrando a disposição para a vitória. E ela veio. Com uma grande atuação na etapa final, a equipe do técnico Abel Braga mereceu os três pontos na distante Guayaquil.
Aos 3min15seg, Ceará cobrou falta ao lado da área e a bola cruzou a pequena área e saiu. Aos 6min50seg, Rubens Cardoso deu grande lançamento para Alexandre Pato, na área. O atacante matou a bola e colocou com categoria: 2 a 1. Foi o terceiro gol de Alexandre na temporada, o segundo na Libertadores. O estádio silenciou novamente por alguns instantes.
Jogadores comemoram com Pato (à esq, de costas) o gol que garantiu a importante vitória na Libertadores da América
No banco de reservas, o grupo de suplentes dava a maior força para o time, como símbolo de união. Os atletas ficavam de pé e incentivavam o time em campo a cada jogada. Perdigão era quem mais gritava e gesticulava, passando instruções aos companheiros.
Enquanto isso, o Emelec passou a se jogar mais ao ataque, deixando espaços para os contra-ataques do Inter. Os passes errados dos equatorianos irritavam a torcida no Estádio George Capwell. Aos 16min30seg, o Emelec mudou pela primeira vez: saiu Viatri e entrou Ayovi. Pouco mudou no jogo. Então aos 20min, saiu Morales, que a torcida chamava de "Xuxa", e entrou o atacante Ladines. O Inter seguia marcando forte, não dando espaços para os equatorianos. Aos 22min20seg, Fernandão deu grande passe para Rubnes Cardoso que cruzou da esquerda e o goleiro Angulo salvou, quando Alexandre Pato iria concluir.
Aos 23min e aos 23min30seg, a equipe de Guayaquil ameaçou pela primeira vez na etapa final. No primeiro movimento, depois de cruzamento da esquerda, o atacante furou na área. No seguinte, Clemer salvou com os pés um cruzamento rasteiro da direita.
Aos 26min, saiu Índio com uma lesão e entrou Ediglê. Aos 29min20seg, Iarley cruzou da direita e Fernandão chutou de primeira, na entrada da área, quase marcando um golaço. A bola passou muito perto. Aos 30min, Iarley deu lugar a Michel. Dois minutos depois, saiu Mercado e entrou Corozo, na última substituição do time da casa.
Colombiano Vargas atuou durante os 90 minutos
Aos 39min, Rivera experimentou de fora da área, a bola desviou na zaga e Clemer deu um tapinha para escanteio. Aos 41min, Wellington Monteiro sentiu algo na volta para o campo de defesa, mas Fernandão o cobriu, demonstrando a disposição de todos ajudarem a todos. Aos 42min, Arroyo fez falta dura e foi expulso pelo juiz. Aos 46min, saiu Alexandre Pato e entrou Maycon no Inter. Aos 47min, Vargas lançou para Michel, mas o goleiro Angulo salvou com saída do gol com os pés.
Depois disso, o Inter segurou a bola e garantiu a vitória que manteve as chances de classificação para a próxima fase da Copa Libertadores. Agora, o Inter aguarda o resultado de Nacional e Vélez, na próxima quinta-feira, para saber por qual resultado precisa jogar na última rodada, diante do Nacional, no Beira-Rio. Se o time uruguaio não vencer, o Inter joga por vitória simples. Se conseguir os três pontos, o Inter precisará fazer vitória com bom saldo de gols.
“O grupo mostrou muita dedicação nesta partida. Foi uma vitória da raça colorada, de superação dos jogadores", elogiou o técnico Abel Braga.
“A equipe tinha que mostrar indignação dentro de campo. Vitórias e derrotas fazem parte do futebol, não podemos é deixar de lutar nunca. A vitória foi de todo o grupo", Rubens Cardoso.
“A gente conseguiu fazer as coisas que o professor Abel pediu e marcamos os dois gols. Agora esperamos a torcida lá (Beira-Rio) em busca da vitória", Alexandre Pato
“Foi um bom jogo, leal, difícil. Uma vitória suada, mas conseguimos que é o mais importante. Precisamos e contamos com a ajuda do torcedor contra o Nacional", Vitorio Piffero.
“Temos agora uns dias para treinar forte. Vamos encarar o adversário na nossa casa lotada e rumar para a classificação", Índio.
“A gente fica feliz pela garra e raça do time. Sabíamos que seria um jogo difícil, vencemos e vamos à luta", Wellington Monteiro.
“Mais importante de tudo foram os gols e a vitória. Agora vamos corrigir os erros para a próximo partida. O apoio do torcedor colorado, como sempre, será importante", Ceará.
[B]FICHA TÉCNICA[/B]
Emelec (1): Angulo; Mercado (Corozo), Caicedo, Marco Quiñonez e Estácio; Jaime Caicedo, Hernandez, Arroyo e Rivera; Morales (Ladines) e Viatri (Ayovi). Técnico: Carlos Torres.
Internacional (2): Clemer; Índio (Ediglê, 26min2ºt), Edinho e Hidalgo; Ceará, Wellington Monteiro, Vargas, Fernandão e Rubens Cardoso; Iarley (Michel, 30min2ºt) e Alexandre Pato (Maycon, 46min2ºt). Técnico: Abel Braga.
Gols: Iarley (I), aos 36min10seg do primeiro tempo, Arroyo (E), aos 46min40seg do primeiro tempo, Alexandre Pato (I), aos 6min50seg. Cartões amarelos: Hidalgo (I), Arroyo (E). Expulsão: Arroyo (E). Arbitragem: Victor Rivera, auxiliado por Perdy Rojas e César Escano. Local: Estádio George Capwell, em Guayaquil (Equador).
