Pelé ratifica apoio ao trabalho de Dunga na Seleção Brasileira

Pelé está na Cidade do Kuwait, como convidado de honra para assistir ao amistoso deste sábado da Seleção Brasileira contra a Seleção do Kuwait. Em sua suíte no Hotel Marina, o Rei do Futebol teve um encontro com o treinador da Seleção Brasileira, Dunga, do qual participaram o assistente Jorginho e o supervisor Americo Faria. […]
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sambafoot_admin
Publicado em 07/10/2006 às 01h15

Pelé está na Cidade do Kuwait, como convidado de honra para assistir ao amistoso deste sábado da Seleção Brasileira contra a Seleção do Kuwait.

Em sua suíte no Hotel Marina, o Rei do Futebol teve um encontro com o treinador da Seleção Brasileira, Dunga, do qual participaram o assistente Jorginho e o supervisor Americo Faria.

Pelé fez questão de ratificar o apoio ao trabalho de Dunga e Jorginho no comando da Seleção Brasileira, dado anteriormente em uma mensagem enviada ao treinador.

– Fiz questão de mostrar meu apoio por escrito, para não pensarem que era “cascata”. Confio na capacidade do Dunga, acho que ele tem todas as condições de ser um grande treinador, e acho que o sucesso dele na seleção Brasileira vai depender muito também do fator sorte, que é importante também no futebol.

Sorte que, para Pelé, Dunga já mostrou que tem. Em seu segundo jogo como técnico, o Brasil venceu a Argentina por 3 a 0.

– Isso foi muito bom. Depois do fracasso na Copa, ele assumiu e já conseguiu dar a alegria ao torcedor brasileiro vencendo a Argentina. Portanto, sorte o Dunga já mostrou que tem.

Pelé destacou ainda o acerto do trabalho de renovação feito por Dunga na Seleção. Renovação que, segundo Pelé, acontece de maneira natural toda vez que há um período de transição no futebol brasileiro. Ele mesmo, Pelé, fez parte desse trabalho de renovação.

– Em 1958, fui campeão mundial com 17 anos. Em 1970, houve outra renovação, já que a maioria do grupo que fora bicampeão em 58/62 tinha parado. Será sempre assim, em períodos de transição, o importante é que a renovação aconteça de maneira gradual, como o Dunga está fazendo.

O técnico da Seleção Brasileira fez questão de agradecer novamente o apoio recebido de Pelé, considerado por ele fundamental vindo de um mito, que é como considera o Rei do Futebol. Disse que tem a preocupação de não fazer uma renovação radical na Seleção Brasileira, pois considera importante usar a experiência de jogadores pentacampeões do mundo.

– Nada na vida, não só no futebol, pode ser feito de maneira radical. O ideal é fazer uma combinação de jogadores jovens com outros mais experientes.

Dunga contou a Pelé que faz da carreira do mais famoso camisa 10 do mundo como exemplo nas preleções para o grupo que comanda. Defensor intransigente do espírito coletivo, do princípio que a estrela maior não é jogador algum, mas sim a Seleção Brasileira, Dunga reforçou sua convicção de que os 22 jogadores têm a mesma importância.

– Pelé, eu cito sempre o seu exemplo, que um dia ficou na reserva da Seleção Brasileira. Digo a eles que, se o Pelé ficou no banco sem criar problema, ninguém tem o direito de fazer diferente.

O técnico da Seleção Brasileira deixou claro porque considera titulares os 22 jogadores que formam o grupo.

– O jogador que fica de fora tem que respeitar aquele que foi escalado. Até para existir a recíproca quando acontecer o contrário. É uma questão de respeito e também de motivação, pois todo jogador convocado sabe que terá a sua oportunidade na Seleção Brasileira.

Pelé concordou com Dunga, lembrou-se que ficou no banco de reservas da Seleção Brasileira dirigida por Zagallo em um amistoso, o que encarou de maneira natural.

– No futebol, não se ganha nada sozinho. O sucesso tanto do artilheiro, do craque, como do goleiro, depende do grupo. Por isso, na Seleção Brasileira os 22 jogadores têm a mesma importância, não existe titular ou reserva. Jogar ou não, depende de uma questão de momento.

No encontro de quase uma hora de duração, a conversa entre Pelé e Dunga teve muitos momentos de descontração, com o camisa 10 tricampeão do mundo contando casos envolvendo a sua carreira. Entre eles, Pelé relembrou a Copa do Mundo de 1958, em que situa corretamente um fato diferentemente da maneira que passou para a história: Pelé não era reserva de Dida, o camisa 10 do Flamengo, no Mundial da Suécia, e por isso não entrou no time no terceiro jogo contra a Suécia por sugestão ou imposição de jogadores mais experientes como Nílton Santos e Didi.

– Eu era o titular, mas no último amistoso antes da viagem para a Suécia, contra o Corinthians, no Pacaembu, me machuquei e viajei contundido – contou.

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