O meia Elano saiu do Santos campeão brasileiro de 2002 para jogar na Ucrânia, em um futebol tão distante quanto pouco visto pelos brasileiros. Natural então que não fosse convocado seguidamente para a Seleção Brasileira, ficando de fora das listas dos últimos jogos das Eliminatórias e da Copa do Mundo de 2006.
Elano sabia que, enquanto permanecesse na Ucrânia, seria difícil voltar a ser chamado. Mas não perdeu a esperança. Quando Dunga foi convidado para assumir como técnico, ele disse que sentiu algo positivo.
– Sinceramente, quando soube que o Dunga era o treinador, senti algo diferente, a esperança aumentou.
Convocado para o jogo contra a Noruega, teve boa atuação, e foi elogiado por Dunga, que destacou a sua aplicação tática e inteligência para perceber a melhor maneira de se colocar em campo e ajudar os companheiros. Elano é grato ao treinador, e a Jorginho.
– Eles me passam total confiança e procuro retribuir esse apoio tentando participar o máximo no aspecto tático e na marcação, que são as minhas melhores características.
Elano é, como se verá, modesto demais. Diz que é, desde o tempo do Santos, um coadjuvante.
– Ronaldinho, Kaká e Robinho são jogadores geniais. Eu sou um coadjuvante, e tenho o maior orgulho de jogar ao lado deles. Era assim também no Santos, que tinha o Robinho e o Diego como craques.
Coadjuvante, como ele mesmo se define, mas que tem igualmente técnica o suficiente para se destacar no jogo contra a Argentina. E ainda marcar dois gols.
– Treino muito chutes a gol, me preparo ao máximo para aproveitar as oportunidades quando aparecem. Contra a Argentina, chutei três vezes, duas entraram.
Realizado, muito cumprimentado pelos companheiros, Elano disse que este domingo será o dia mais feliz da sua vida, depois do nascimento de sua filha, a pequena Maria Teresa, de sete meses.