O bom início do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro já começa a suscitar comparações com a equipe de 2003, que liderou boa parte da competição e conquistou o título com duas rodadas de antecipação. Os números, de fato, são semelhantes e inspiram os comandados do técnico Paulo César Gusmão na luta pelo terceiro título nacional da história celeste.
Ao fim da 11ª rodada, o Cruzeiro tem as mesmas sete vitórias, três empates, uma derrota e 72,72% de aproveitamento que o time de 2003 tinha e igualmente ocupa a liderança da competição. Se o ataque fez 22 gols, sete a menos que o de 2003, a defesa sofreu apenas oito, contra 14. O saldo atual é de 14 gols, enquanto que o do time de Alex e cia era de 15.
O hoje técnico Paulo César Gusmão era auxiliar em 2003 e reconhece semelhanças entre as campanhas que vão além dos números da tábua de classificação.
“A forma que a gente joga é parecida, com jogadores de características parecidas. Espero que o correr do ano seja parecido também. Essa semelhança tem seu lado bom, principalmente por tudo o que aconteceu em 2003. Essa coincidência nos deixa satisfeitos”, disse o treinador, sem medo de colocar aquela equipe como parâmetro para a atual.
O zagueiro Edu Dracena é outro remanescente de 2003, junto com o zagueiro Gladstone, o volante Martinez, o meia Sandro e o atacante Diego. O capitão celeste concorda com Gusmão, mas ressalva que o time atual ainda não atingiu o mesmo patamar de jogo.
“A gente está chegando perto. O time em si, o esquema tático está bem parecido, mas não podemos parar por aí. Se não vencermos o Goiás, a cobrança vai ser muito maior”, afirmou.
“Contra os números não há argumentos e estamos fazendo por onde. Os números são iguais, mas o futebol ainda não é. Contra o Corinthians, foi parecido, mas foi só um jogo. Temos que achar um equilíbrio ainda”, concluiu o camisa 3.
A equipe de três anos atrás manteve a performance por 46 rodadas e chegou ao final da competição com 31 vitórias, sete empates, oito derrotas e aproveitamento de 72,4%. Para quem ainda não jogava no Cruzeiro e acompanhou aquela campanha de longe o rendimento daquele time é impressionante e a comparação das 11 primeiras rodadas assusta.
“As comparações estão começando, mas temos muito o que buscar ainda. Os que estavam aqui em 2003 sabem o caminho que foi seguido e podem nos passar alguma coisa daquela experiência”, comentou o atacante Gil, que em 2003 jogava no Corinthians.
Wagner, que veste e mesma camisa 10 de Alex, recusa qualquer linha de comparação. “Quero evitar comparações porque é difícil escrever uma história com um final daquele. Quero escrever minha história. Se o final for comparável ao do Alex em 2003, vou ficar feliz”, destacou o meia, que dava os primeiros passos no América-MG em 2003.