Carlos Alberto Parreira está bem à vontade para falar de Adriano. Foi ele quem convocou o atacante pela primeira vez para a Seleção Brasileira, o que provocou uma enxurrada de críticas de quem teimava em não reconhecer qualidades no atacante.
Mais do que convocar, Parreira sempre demonstrou confiança. Não é à toa que está sempre repetindo, ao analisar as características do jogador.
– Quando a gente precisa, o Adriano decide – disse.
Foi assim na Copa América de 2004, quando marcou nos acréscimos o gol de empate em 2 a 1 na decisão contra a Argentina e que levou o Brasil ao título – Adriano foi igualmente o artilheiro da competição.
Foi assim no jogo contra a Alemanha pela semifinal da Copa das Confederações, quando decidiu o jogo marcando dois gols. Foi assim na final desta quarta-feira contra a Argentina: abriu o placar com um gol espetacular e fechou a vitória com uma cabeçada de quem sabe o que fazer dentro da área.
Para completar, ganhou a Chuteira de Ouro por ter sido o artilheiro da Copa das Confederações, com cinco gols, e a Bola de Ouro escolhido que foi o melhor jogador da competição. O que falta mais para Adriano?
– Falta agora ficar no grupo e disputar a Copa do Mundo de 2006.
Certamente como titular, um jornalista observa, depois das atuações que teve na Copa das Confederações. Modesto, o atacante fugiu do assunto.
– Isso eu não sei. A Seleção tem muitos craques – disse Adriano, que repetiu no vestiário, antes do jogo, o costume de se isolar escutando CDs com o fone de ouvido. Depois, contou o que estava pensando antes de entrar no gramado.
– Alguma coisa estava me dizendo que o jogo contra a Argentina ia ser especial. Foi o que aconteceu, foi especial até demais – disse.
Adriano foi muito cumprimentado pelos funcionários do Hotel Intercontinental ao chegar para o jantar. Havia um funcionário da segurança, italiano, a quem o atacante deu autógrafo, mas foi um alemão quem melhor expressou o que acabara de ver pela TV.
– Ele chuta forte como nunca vi antes em um atacante. Adriano é o melhor!
Depois do jantar, Adriano foi para o seu apartamento, fazer o que teve vontade e não pudera ainda – telefonar para a namorada, Danielle, e para a sua mãe.