O treino do Botafogo desta sexta-feira à tarde serviu como ritual de passagem: o goleiro Jefferson, que se transferiu para o Trabzonspor, da Turquia, fez questão de abraçar todos os companheiros num momento de emoção. Antes disso, acompanhou das arquibancadas do Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador, ao disputado coletivo para o jogo de domingo, contra o Figueirense. Entre os titulares, Max, o novo camisa 1 alvinegro.
O sentimento de Jefferson misturava a satisfação por realizar o antigo sonho de atuar fora do Brasil e a tristeza de deixar o Botafogo num momento em que o time é líder isolado do Campeonato Brasileiro. Antes de seguir para a Turquia, o goleiro vai se casar com Michele, de 20 anos – "Tive que antecipar o casamento", observou –, e viver por lá a sua lua-de-mel.
"O Botafogo é uma família, que me acolheu num momento difícil da minha carreira", disse. "Agradeço muito ao Acácio [treinador de goleiros], ao PC Gusmão, ao presidente e principalmente à torcida que sempre me apoiou", afirmou o goleiro, que vai assinar contrato de três anos com o seu novo clube.
Jefferson, de 23 anos, vinha sendo um dos destaques do Botafogo na temporada, mas acredita que a sua ausência não vai causar problemas, afinal, confia em Max:"´É um grande goleiro e vai dar conta do recado". Acácio também elogiou o novo titular: "É claro que ele vai sentir um pouco a falta de ritmo de jogo, mas não tenho qualquer tipo de preocupação. É um grande goleiro e tem o apoio dos torcedores, pois disputou a segunda divisão em 2003".
Durante os treinamentos, Max vem mostrando que está em boa forma e voltar ao gol alvinegro não o assusta. O jogador não vê a hora de entrar em campo e se reencontrar com a torcida alvinegra. E brincou com a situação: "O Jefferson não dava nenhuma brecha. Nem gripe ele pegava", disparou o novo anjo da guarda alvinegro.
Estrear contra o Figueirense não é novidade para Max. O primeiro jogo de disputou pelo Botafogo foi exatamente contra o time catarinense, e venceu por 3 x 0 – ele entrou no segundo tempo, no lugar de Carlos Germano. Dessa vez, espera que a história seja parecida. "Estou feliz por voltar num bom momento, com a equipe liderando", disse o goleiro.
O Estádio Luso-Brasileiro – ou Arena Petrobras – para ele também é um antigo conhecido. Foi nos infantis da Portuguesa que Max, de 30 anos e 1m85 de altura, fez suas primeiras defesa e se profissionalizou pelo clube da Ilha do Governador. Ele é nascido no bairro e criado em Olaria. Chegou no Botafogo em 2002, depois de peregrinar por clubes pequenos do Rio.