A vida do atacante Grafite vem sofrendo grandes mudanças nesse último ano. Nesse período ele passou de salvador do Corinthians a um dos principais ídolos da torcida Tricolor. São-paulino desde criança, o jogador se prepara para mais um clássico e novamente vê o arqui-rival cruzar seu caminho.
Há pouco mais de um ano, o atacante fez os dois gols da vitória do São Paulo sobre o Juventus por 2 a 1. Além de garantir a invencibilidade do Tricolor na primeira fase do Paulistão, involuntariamente o atacante assegurou também a permanência do Corinthians na primeira divisão do Campeonato Paulista.
“Procurei apenas fazer o melhor para o São Paulo. Foi estranho fazer os gols e ver alguns torcedores sem comemorar. Estou com a cabeça tranqüila e vou lutar muito pelo meu clube de coração”, disse à época.
Em fevereiro deste ano o caso do seqüestro da mãe de Grafite foi solucionado e o atacante se reintegrou ao grupo. Poucos dias depois, ele entrou em campo, fez uma de suas melhores atuações pelo São Paulo e ajudou o Tricolor a bater o arqui-rival por 1 a 0.
“Fiz um dos meus melhores jogos na última partida contra eles. Espero me sair bem novamente”, revela.
Estamos em maio de 2005. Em grande fase e um dos principais destaques do São Paulo, o atacante foi convocado para a Seleção Brasileira e fez sua estréia contra a Guatemala, marcando gol na partida que marcou a despedida de Romário.
Talvez pelos inúmeros acontecimentos envolvendo o arqui-rival Corinthians, Grafite encare o clássico desse domingo (08) como uma partida mais do que especial.
“Sempre tem um gostinho especial por tudo o que aconteceu no passado e ainda mais porque não fiz gol contra eles. Vou trabalhar sério para jogar bem e quem sabe quebrar esse tabu”, diz o atacante, que completa. “Fazer gol em clássico é sempre diferente, mas estou tranqüilo, sem afobação”.
Se a partida é especial para Grafite, para o São Paulo a situação não é diferente. “Todo clássico anima bastante o grupo. São três pontos importantes para encostar no pessoal da ponta da tabela”, explica o matador, que só quer saber de vitória.
“Não estamos nem cogitando uma derrota e sabemos que um empate não é bom resultado nem para a gente nem para eles. O clássico será um divisor de águas”, acredita.
A seriedade e motivação com as quais o atacante encara o clássico também tem mais alguns motivos. “Há pouco tempo nos colocavam entre os favoritos e agora somos tratados como a grande decepção. É manter a cabeça boa e trabalhar sério que os resultados vão voltar”, diz o jogador, acostumado a vencer na vida.
“Estamos passando por uma queda natural. Tivemos um começo de ano muito forte e mantivemos a crescente. Se tratando de São Paulo é hora de mostrar força e vencer o clássico”, completa.