Eles chegaram orgulhosos, as medalhas no peito, o capitão Denílson à frente erguendo a taça da conquista. Os campeões sul-americanos de 2005, na Venezuela, desembarcaram nesta terça-feira à tarde no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, depois de uma campanha em que deram o sétimo título do continente ao Brasil e o direito de a Seleção Brasileira Sub-17 participar do Mundial do Peru, que vai se realizar de 16 de setembro a 2 de outubro.
Na recepção aos campeões, além da presença de familiares e do atacante Bruno Mezenga, que se contundiu três dias antes do Sul-Americano e foi desconvocado, o coordenador das divisões de base da CBF, Branco, já traçava o plano para o objetivo que se tornou o sonho desses jovens jogadores – o zagueiro Sidnei, do Internacional, com 15 anos, é o caçula do grupo.
– Esperamos contar com esses garotos novamente no Mundial do Peru. Eles querem muito participar da competição, o que seria até um prêmio para quem batalhou tanto para conseguir a vaga sendo campeão da América do Sul – disse Branco.
Foram três fases de preparação para o técnico Nélson Rodrigues encontrar o grupo ideal na Seleção que foi campeã marcando 27 gols em sete jogos e teve em Kerlon, jogador do Cruzeiro, o artilheiro (oito gols) e o melhor jogador da competição. Um time que, segundo o treinador, tem tudo para dar alegria ao torcedor brasileiro no futuro.
– Essa Seleção consegue ser criativa dentro de uma aplicação tática impressionante. Tem jogadores de muita qualidade técnica, mas que compreendem a importância de cumprir a sua função em campo – disse.
Feliz com o título, recompensado por dirigir uma equipe de jovens promessas, Nélson Rodrigues destacou o fator que considerou fundamental para a conquista.
– Foi a união do time. Esse é um grupo de garotos que se tornaram amigos na convivência na Seleção. São também jovens inteligentes, de bom nível, foi muito bom trabalhar com todos – disse o treinador.
Kerlon, do Cruzeiro, com a taça de campeão e o troféu de melhor jogador
Mais do que amigos, no desembarque da Seleção, na verdade os jogadores pareciam formar uma família. Na despedida, pois a maioria ainda iria fazer nova viagem para os diversos estados de origem, muitos abraços, brincadeiras, e a promessa de um novo encontro no Mundial.
Kerlon, muito assediado pelos repórteres, posava para fotos com o troféu que ganhou por ter sido escolhido o melhor jogador do Sul-Americano. O meia do Cruzeiro teve de explicar algumas vezes a jogada de sua criação que exibiu nos jogos em Maracaibo – com a bola controlada na cabeça, vai passando pelos marcadores em direção ao gol adversário. Kerlon disse que vai continuar se valendo do recurso, que considera legítimo.
– Repito que não faço isso para menosprezar ninguém. É uma jogada bonita que eu criei e pretendo aperfeiçoar. Só espero que os juízes punam com falta se houver violência e não façam como o juiz da decisão contra o Uruguai, que queria me proibir de fazer a jogada – disse.
O meia Ramon, do Atlético Mineiro, também se destacou no Sul-Americano com boas atuações. Ele disse que não se importou, em alguns jogos, em sacrificar o seu estilo de mais presença no ataque pela ajuda na marcação. Ramon viajou para Belo Horizonte para se apresentar ao Atlético Mineiro e se integrar ao time profissional.
Ramon, do Atlético Mineiro, marcou belos gols no Sul-Americano
– – Soube que o Tite quer me aproveitar nos profissionais. Quero aproveitar a oportunidade – disse Ramon, autor de cinco gols no Sul-Americano, a mesma marca de Ânderson, do Grêmio.
O zagueiro Sidnei, do Internacional, 15 anos, também está ansioso para se apresentar no seu clube. Na Seleção, espera reponder a chamada na convocação para o Mundial do Peru.
– Ser campeão sul-americano e mundial pela Seleção é um início de carreira que poucos jogadores podem sonhar. Quero vencer no futebol e acho que estou no bom caminho – lembrou.
Os campeões sul-americanos de 2005
Felipe – Santos
Leyrielton – Goiás
Sidnei – Internacional
Samuel – Atlético Mineiro
Marcelo – Fluminense
Roberto – Guarani
Denílson – São Paulo
Ramon – Atlético Mineiro
Kerlon – Cruzeiro
Ânderson – Grêmio
Igor – Corinthians
Luís Carlos – Internacional
Casagrande – Atlético Mineiro
Simões – Botafogo
Maurício – Corinthians
Tássio – Vitória
Thiago – Cruzeiro
Renato – Flamengo
Ricardinho – Atlético Paranaense
Celso – Portuguesa de Desportos
Comisão técnica
Branco – coordenador das categorias de base
Alexandre Gonzalez – supervisor
Bruno Costa – administrador
Nélson Rodrigues – técnico
Floraci Costa – assistente técnico
Carlo Flávio – preparador físico
Ricardo Cruz – preparador de goleiros
Adílson Camargo – médico
Carlos da Silva – fisioterapeuta
Edson dos Santos – massagista
Renato Paulo – roupeiro