Um goleiro sem tempo ruim

Quando Julio Cesar deixou o Flamengo, ninguém na Gávea duvidava: havia um substituto. Mas a própria torcida se perguntava: será possível ter em Diego a mesma confiança? A resposta positiva foi dada neste Estadual. Cada rubro-negro aprendeu a confiar num goleiro que, mesmo com apenas 23 anos, é a imagem da tranqüilidade. Mas não é […]
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sambafoot_admin
Publicado em 01/04/2005 às 16h12

Quando Julio Cesar deixou o Flamengo, ninguém na Gávea duvidava: havia um substituto. Mas a própria torcida se perguntava: será possível ter em Diego a mesma confiança? A resposta positiva foi dada neste Estadual. Cada rubro-negro aprendeu a confiar num goleiro que, mesmo com apenas 23 anos, é a imagem da tranqüilidade. Mas não é só isso. Diego faz da coragem, do arrojo e, é claro, da técnica suas grandes características.

Aos 13 anos, ele já estava na Gávea. Desde então, abriu mão das diversões comuns aos jovens, da noite, de tudo que seus amigos mais próximos desfrutavam.

– Fiz isto em nome da esperança de ter sucesso no futebol. Hoje estou colhendo os frutos. E tudo o que tenho hoje devo à minha família e ao Flamengo. Nestes dez anos, fiquei por vezes mais tempo no clube do que em casa. Estava até brincando com minha mãe sobre isso. O Flamengo abriu portas para mim em todos os sentidos – diz Diego.

Em troca, ele sabe muito bem o que deve dar ao clube.

– Para mim não tem tempo ruim. Faço o máximo sempre, faço o que for preciso para evitar um gol. Se precisar, coloco a cara na chuteira do adversário, me jogo de cara na bola. Saio de campo sabendo que não deixei de fazer nada que estava a meu alcance.

No início do ano, ele sabia o tamanho do desafio de substituir Julio César, um ídolo da torcida. Mas já na pré-temporada deixava claro que a serenidade seria sua marca.

– O mais importante para os zagueiros é olhar para trás e saber que há alguém no gol que confia plenamente no time, que está sempre tranqüilo. Mesmo quando não estou tão calmo, tento passar esta imagem.

Diego vive sua primeira decisão como titular do Flamengo. Desde 2001, quando chegou ao time profissional, viu o Flamengo ser tricampeão do Rio naquele ano, ganhar outro Estadual em 2004, colecionar vitórias e decepções. Agora, no entanto, sua responsabilidade é diferente.

– Foi maravilhoso festejar o título de 2004. Mas estar no time titular, jogar a grande final e ser campeão terá um outro sabor. Pelo menos, é o que eu imagino. Vai ser uma final dificílima, mas espero que a gente vença. As pessoas me perguntam se mudei, se estou mais tenso. Fico ansioso, só isso. Não tem nada de nervosismo para mim. Sei que é um jogo que decide muita coisa para o Flamengo, mas minha rotina não mudou.

Para Diego, rotina significa ficar em casa com a família após os treinos. Ver um filme de suspense ou de comédia, seja no cinema ou em casa e, por vezes, ir a um restaurante com a namorada. De gosto eclético, seus estilos musicais favoritos transitam do pagode ao hip-hop, passando pela dance music.

Mas talvez seja mentira dizer que nada na rotina de Diego mudou nos dias que antecedem a decisão. Afinal, uma pancada nas costas, sofrida na semifinal da Taça Rio, contra o Volta Redonda, o vem obrigando a um enorme esforço de recuperação. Nesta quinta-feira, após treinar com o grupo pela manhã, Diego passou toda a tarde em tratamento, na Gávea. Coisas de quem, como ele mesmo diz, faz qualquer coisa para evitar um gol adversário.

– Já me sinto bem – diz o goleiro, garantindo que estará em campo no Fla-Flu de domingo.

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