A geração que se prepara para ser o futuro da Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira Sub-17 encerrou no sábado – na véspera fez um jogo-treino contra os juniores do Atlético Paranaense – a primeira fase da preparação para o Campeonato Sul-Americano da Venezuela, que se realizará de 1 a 17 de abril, em Maracaibo. Reunidos na Granja Comary, em Teresópolis, os jogadores da geração nascida em 1988 […]
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sambafoot_admin
2005-03-02 10:57:00

A Seleção Brasileira Sub-17 encerrou no sábado – na véspera fez um jogo-treino contra os juniores do Atlético Paranaense – a primeira fase da preparação para o Campeonato Sul-Americano da Venezuela, que se realizará de 1 a 17 de abril, em Maracaibo. Reunidos na Granja Comary, em Teresópolis, os jogadores da geração nascida em 1988 buscam não somente o título, que vale como classificação para o Mundial, mas principalmente estão atrás do que o futuro poderá lhes reservar com a camisa da Seleção Brasileira.

– Esses garotos são o futuro do futebol brasileiro. Alguns deles poderão estar presentes já nas Olimpídas de 2008. Outros ficarão pelo meio do caminho. Mas o certo é que eles fazem parte de uma geração que vai representar o Brasil daqui a alguns anos – diz o técnico da Seleção Sub-17, Nélson Rodrigues.

O zagueiro Sidnei, do Internacional, é um desses jovens que sonham com um futuro promissor na Seleção Brasileira. Único dos 20 jogadores convocados por Nélson Rodrigues nascido em 1989 – tem 15 anos -, Sidnei é natural de Alegrete (RS), onde começou no Flamenguinho, até chegar aos 12 anos às divisões de base do Internacional.

Zagueiro de estilo vigoroso e igualmente técnico, Sidnei diz que tem um sonho comum aos jogadores que integram a Seleção Sub-17: chegar um dia à Seleção principal e conseguir a ascensão financeira através da transferência para um clube da Europa.

– Aqui mesmo, na Granja Comary, há exemplos de jogadores que chegaram lá. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Cafu, eles começaram nas seleções de base e hoje estão consagrados – explica Sidnei, estudante da oitava série em Porto Alegre e admirador do futebol dos zagueiros Maldini, do Milan, e Lúcio, da Seleção Brasileira e do Bayern de Munique.

O meio-campo Denílson, do São Paulo, convocado pela primeira vez para a Sub-15, diz que quando menino nunca sonhou em chegar à Seleção Brasileira. A oportunidade apareceu, não parou de ser convocado, e agora quer fazer do futebol o meio para ajudar a família – os pais e três irmãos moram no bairro de periferia, Jardim Ângela, nas proximidades do Capão Redondo, uma das regiões mais violentas de São Paulo.

– Viver lá não é fácil. Vou batalhar muito para tirar minha família, vai ser a primeira coisa que farei quando assinar meu primeiro contrato – diz Denílson, juvenil que mora na concentração do São Paulo e ganha R$ 500 mensais.

O meia-atacante Kerlon foi revelado pelo Ipatinga (MG). Com 12 anos foi para as divisões de base do Cruzeiro, onde com seu futebol habilidoso começou a chamar a atenção – vem sendo convocado desde a Sub-15. Kerlon não foge à regra na Seleção Sub-17.

– Quero subir no Cruzeiro, fazer uma boa temporada e depois jogar na Europa – diz Kerlon, fã de Robinho e Ronaldinho Gaúcho.

O atacante Bruno Mezenga, do Flamengo, tem uma referência na ponta da língua para definir o seu futebol. Atacante de 1m83, dono de um chute forte na perna esquerda, ele quer repetir no Flamengo e na Seleção Brasileira a trajetória de Adriano, do Internazionale de Milão.

– Tenho o estilo do Adriano, acho que jogo parecido com ele. E meu sonho é jogar no Internazionale – diz Bruno, que explica por que o chamam de Mezenga.

– Quando comecei no infantil do Flamengo, havia três Brunos. Como era a época da novela Rei do Gado, que tinha o personagem chamado Bruno Mezenga, passaram a me chamar assim. Eu me acostumei.

Bruno Mezenga, mais do que uma revelação, é considerado uma promessa de grande artilheiro. Campeão juvenil estadual pelo Flamengo no ano passado, marcou 38 gols em 34 jogos.

– Tenho facilidade para fazer gol, desde que comecei no futsal do Tio Sam, um time lá de Niterói – diz Mezenga, que nasceu em São Gonçalo e chegou na Gávea para fazer teste em 1998.

Pensando no futuro dos jogadores, Branco, o coordenador das categorias de base da CBF, tem procurado alertar os jovens da Sub-17. Ele está preocupado com a expectativa prematura que a maioria tem criado em torno de uma transferência para a Europa.

– Procuro orientá-los para que se preocupem com o momento, tentem se destacar nos seus clubes para assim chegar à Seleção principal. Depois, no tempo certo, poderão atingir seus objetivos de realização profissional.

Jogadores da Sub-17

Goleiros

Luiz Carlos (Internacional)

Felipe (Santos)

Zagueiros

Sidnei (Internacional)

Samuel (Atlético Mineiro)

Simões (Botafogo)

Araújo (Vitória)

Laterais

Leyrielton (Goiás)

Marcelo (Fluminense)

Casagrande (Atlético Mineiro)

Meio-campo

Roberto (Guarani)

Denílson (São Paulo)

Kerlon (Cruzeiro)

Ânderson (Grêmio)

Renato (Flamengo)

Tácio (Vitória)

Maurício (Corinthians)

Atacantes

Igor (Corinthians)

Mezenga (Flamengo)

Ricardo (Atlético Paranaense)

Ramon (Atlético Mineiro)

Comissão técnica da Seleção Sub-17

Coordenador das Categorias de base – Branco

Supervisor – Alexandre Gonzalez

Administrador – Bruno da Costa

Técnico – Nélson Rodrigues

Assistente técnico – Floraci Costa

Preparador físico – Carlo Flávio

Treinador de goleiros – Ricardo Cruz

Médico – Luís Felipe Martins

Fisioterapeuta – Carlos da Silva

Massagista – Edson dos Santos

Roupeiro – Renato Paulo

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